Os resultados de Tenda superaram as expectativas, ainda que nem todas as notícias tenham sido positivas. Por um lado, uma receita maior do que o esperado contribuiu para lucro bruto e líquido próximos às expectativas. Por outro lado, a queda na margem bruta, queima de caixa mais intensa do que o esperado, além de uma performance ruim na Alea, joga contra neste trimestre. Nossa visão é acreditar que o mercado deve interpretar a parte negativa do resultado como consequência de efeitos pontuais, de forma que acreditamos em uma reação marginalmente negativa na abertura.
A receita líquida veio em R$ 992m (+28% a/a), ficando acima da nossa expectativa de R$ 933m, impactada positivamente por menores provisões e pelo andamento mais acelerado de obras. No entanto, a queda na margem bruta para 35,1% (-1,2p.p. t/t) levou a um lucro bruto de R$ 313m, praticamente em linha com o esperado. Parte significativa desta queda está relacionada com os projetos Pode Entrar, que possuem margem menor, mas ciclo de recebimento caixa mais favorável (o que leva a uma margem NPV em linha com projetos Tenda tradicionais). A margem bruta de Alea também veio fraca em 4,5%, com mudança também no guidance para o ano. Com isso, o lucro líquido recorrente veio em R$ 77m.
Ainda, a queima de caixa no trimestre foi de R$ 96m, ainda impactada pelas mudanças de repasse da Caixa e somada neste trimestre com atraso no repasse de unidades no RS e CE. Mesmo assim, a dívida líquida/equity da companhia fechou o trimestre em 76% (incluindo a cessão de recebíveis), que é relativamente elevada quando comparada aos pares, mas não preocupante.
No mais, as dificuldades com a rampagem de Alea levaram a uma mudança no guidance, reduzindo a expectativa de margem bruta em 2025 do segmento de 20-24% para 6-10%. No entanto, os ótimos resultados que estão sendo gerados da operação core, devem contrabalancear este efeito, de forma que o guidance de margem para Tenda core foi revisado de 34-36% para 36-37%, mantendo a expectativa de lucro inalterada em R$ 360m a R$ 400m.
