Apesar dos efeitos de sazonalidade que causaram interrupções em algumas operações devido às chuvas e outras relacionadas a manutenções, a Vale conseguiu atingir seu guidance previsto para 2021 (entre 315 a 320 Mt) ao produzir 315,6 Mt de minério de ferro, um pouco abaixo do que prevíamos (cerca de 318 Mt).
Minério de Ferro e Pelotas
A produção de minério de ferro da Vale totalizou 315,6 Mt em 2021, (+15,2 Mt acima de 2020) sendo a parcela positiva resultado da:
- Retomada de Serra Leste no fim de 2020
- Aumento da produção de produtos de alta sílica em Brucutu
- Melhor desempenho no Complexo de Itabira
- Timbopeba operando com 6 linhas de beneficiamento desde março de 2021
- Retomada da produção via processamento a úmido em Fábrica, em conjunto com a produção de produtos de alta sílica
- Maior compra de terceiros
Do lado negativo, tivemos:
- Desempenho em S11D, impactado pela maior relação estéril/minério (onde não minério de ferro vs onde há) e menor produtividade da mina ao longo do ano, ocasionada pela maior incidência de jaspilito (rocha característica de Carajás, atualmente classificada como estéril ou sem teor de ferro relevante) no corpo mineral.
- Disponibilidade de ROM (Run-of-Mine, minério não processado resultado de escavações ou restos de explosões) em Mutuca, em processo de licenciamento.
Sazonalidade do 4T21 de mais chuvas ocasionou um volume mais baixo de produção de modo geral, sobretudo no Sistema Norte. Apesar disso, as vendas no 4T21 aumentaram 23,2% para 93,4 Mt devido ao uso de estoques em trânsito formados em 3T21, gerando um recorde de vendas para um quarto trimestre.
A produção de pelotas totalizou 31,7 Mt em 2021, (+2,0 Mt frente a 2020), como resultado da retomada da planta de pelotização de Vargem Grande em janeiro.
Os volumes de vendas de pelotas e minério de ferro totalizaram 309,8 Mt em 2021 (+23,7 Mt acima de 2020), ficando em linha com a produção de 2021.
A Vale está instalando 4 britadores primários e 4 britadores móveis para processar jaspilito, que deverão estar operacionais ao longo do 1S22 para melhorar o desempenho da S11D rumo a sua capacidade nominal, produzindo de 80 a 85 Mt em 2022.
A Vale encerrou o ano com cerca de 340 Mtpa de capacidade de produção de minério de ferro e espera atingir 370 Mtpa até o fim de 2022, após o ramp-up das plantas de filtragem de rejeitos em Itabira e Brucutu e de suas respectivas adições de capacidade de disposição de rejeitos no 2S22.
O impacto das chuvas em 2022 e as paralisações na produção de minério foi de cerca de 2 Mt, não alterando o guidance de produção, pois já se considera tais impactos na sazonalidade típica do período.
Níquel
A produção de níquel foi de 168,0 Kt (-15,7 Kt) frente a 2020, impactado negativamente sobretudo pela interrupção do trabalho em Sudbury (impactando os concentrados de Thompson) e aos reflexos do Covid. Do lado positivo, tivemos o melhor desempenho em Onça Puma e na refinaria de Long Harbour (Voisey’s Bay).
Cobre
A produção foi de 296,8 Kt em 2021 (-63,3 Kt menor que 2020), causado sobretudo pela:
- Paralisação em Sudbury
- Queda produção em Salobo com manutenção em andamento no 1T22
- Revisão das rotinas de manutenção nas operações de Salobo, atrasando manutenções programas restrigindo movimentação na mina
- Incidente na correia transportadora em Salobo limitando produção no 4T21
Carvão
Para o carvão, houve a venda dos ativos de carvão em Moçambique (dez/21), como parte do foco nos segmentos-chaves da empresa. A produção atingiu 8,5 Mt (+2,6 Mt frente a 2020), seguido por um melhor desempenho no 2S21 e o ramp-up (aumento) seguido do revamp (modificação estrutural) da planta.
Guidance para 2022
A empresa reiterou seu guidance para 2022, mantendo as previsões dadas durante o Vale Day, já considerando a alienação dos ativos de carvão.
- Minério de Ferro: 320 a 335 Mt
- Pelotas: 34 a 38 Mt
- Níquel: 175 a 190 Kt
- Cobre: 330 a 355 Kt
