Tanto a Vivo quanto a TIM adquiriram lotes do tipo B de cunho nacional na faixa de frequência do 3,5 GHz, além de obterem lotes adicionais do tipo D pela ausência de interessados pelo último lote B4 (este foi divido em 4 lotes menores D33 ao D36 que foram adquiridos pela Claro, Vivo e TIM posteriormente). A Claro foi a mais agressiva deste leilão, adquirindo vários lotes em todas as faixas de frequências. O destaque do leilão até o momento ficou para o ágio da Brisanet sobre o lote C4 que foi de 13742% com um valor de R$ 1,25 b. No geral, o resultado pode ser visto como positivo tanto para a TIM quanto para a Vivo por obterem as faixas de frequências nacionais além de haver mais possibilidades de aquisição de espectros dia 05/11.
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Primeira surpresa do dia!
Para auxiliar no entendimento de como o leilão funcionou, cada um dos participantes deveria oferecer, no mínimo, o preço do lote e a cada oferta superior, a contraproposta deveria ser, ao menos, 5% maior, até que haja apenas um vencedor.
Nas tabelas, “Ganhou” denota a empresa ganhadora do Lote em disputa. “Perdeu” se refere às companhias que não passaram para a segunda fase da disputa e, portanto, ficaram fora da briga. “Renunciou” são aquelas que decidiram não dar continuidade à batalha, ou seja, desistiram de superar a proposta adversária.
Ao longo das tabelas, utilizou-se o mesmo padrão dado pelo Edital usando a nomenclatura de setores e regiões, assim, os setores podem ser identificados através do mapa abaixo quando aparecerem ao longo das descrições dos lotes.
Os primeiros lotes do dia foram as faixas correspondentes aos 700 MHz, sendo os lotes do tipo A. Logo no inicio do leilão tivemos a primeira grande proposta do dia feita pela Winity que com um valor de R$ 1,427 b e um ágio de 806% arrematou o lote A1 de cobertura nacional, exceto pelos setores específicos exibidos na tabela abaixo.
Sem grandes novidades para as líderes
O segundo tipo de lote do leilão foi o B, que englobou as grandes companhias do setor que juntas detém cerca de 98% dos serviços móveis brasileiros (Claro, Vivo, e TIM considerando a parte da Oi Móvel). Sendo nacional e de 3,5 GHz, foram os lotes mais atrativos para as companhias que já reiteravam seus interesses nas respectivas faixas de frequências. Como observamos, houve mais lotes do que interessados e, assim, cada um basicamente obteve sua fatia: Claro com o lote B1 (ágio de 5%), Vivo com B2 (ágio de 31%) e TIM com B3 (ágio de 9%). Vale ressaltar que a ausência de interessados no lote B4 fez com que o fatiamento ocorresse, e ele foi divido em 4 outros lotes: D33, D34, D35 e D36.
Os maiores ágios do leilão ocorreram nos lotes tipo C!
O tipo C é marcado por pertencer à faixa dos 3,5 GHz, porém de caráter regional. Dessa forma, era esperado que empresas que dominam uma certa região aparecessem durante esta parte do leilão. A surpresa foi, sem dúvidas, a participação da Brisanet, que arrematou os lotes C5 (valor de R$ 105 m e ágio de 4054%) da região Centro-Oeste e o lote C4 com um ágio assustador de 13742% após uma proposta de R$ 1,25 b. Dos nomes mais conhecidos, a Unifique via Consórcio 5G Sul arrematou o lote C6 da Região Sul após uma longa batalha (R$ 73,6 m e 1455% de ágio) e a Algar o lote C8 com (R$ 2,35 m e 359% de ágio). Outro destaque aqui foi a proposta da Cloud2U para o lote C7, com um ágio de 6266% e uma proposta de R$ 405 m.
Repartindo a última fatia do bolo
Esses lotes do D33 ao D36 são as fatias do lote B4 que não tiveram interessados. Assim, houve basicamente uma repartição entre as grandes Vivo, TIM e Claro no qual cada uma obteve seu lote nacional de 3,5 GHz pelo preço mínimo.
Briga de gente grande!
Nos lotes tipo E cujas faixas são de 2,3 GHz e de cunho regional com blocos de 50 MHz, vimos as intensas disputas entre as grandes companhias do setor. A Claro se saiu vitoriosa em todos os combates que participou nessa categoria, levando os lotes E1 do Norte (R$ 72 m, ágio 102%), lote E3 do estado de São Paulo (R$ 750 m, ágio de 755%), lote E5 do Centro-Oeste (R$ 150m, ágio 381%), lote E6 da região Sul (R$ 210m, ágio 260%) e, finalmente, lote E8 (R$ 32m, ágio 406%).
A Vivo, por sua vez, levou o lote E7 do RJ, ES, MG, exceto setor 3 do PGO (R$ 176,4m, ágio 125%), enquanto a TIM perdeu todas as disputas. A Brisanet conseguiu, ainda, levar o lote E4 do NE pelo preço mínimo (R$ 111,38 m).
Momento da Vivo e TIM brilharem
Após perderem todos as disputas para a Claro nos lotes E, a Vivo e a TIM finalmente conseguiram garantir mais lotes com os lotes F, que são de caráter regionais de 2,3 GHz, com blocos de 40 MHz. A Vivo levou os lotes F1 do Norte (R$ 29 m, ágio 2%), F3 do Estado de São Paulo (R$ 231m, ágio 229%) e F5 do Centro-Oeste (R$ 30m, ágio 20%).
A TIM, por sua vez, adquiriu os lotes F6 do Sul (R$ 94,5 m, ágio 102%) e F7 do RJ, ES e MG exceto setor 3 do PGO após uma briga intensa com a Claro (R$ 450m, ágio 617%).
Conclusão do primeiro dia
Vivo. Destacando aqui as empresas que cobrimos, verificamos que a Vivo conseguiu os seguintes lotes, pelos seguintes preços e ágios:
- Lote B2 Nacional 3,5 GHz (R$ 420m, ágio 31%), Bloco 80 MHz
- Lote D35 Nacional 3,5 GHz (R$80,3m, ágio 0%), Bloco 20 Mhz
- Lote E7 Regional 2,3 GHz (R$ 176,4 m, ágio 125%), Bloco 50 MHz
- Lote F1 Regional 2,3 GHz (R$ 29m, ágio 2%), Bloco 40 MHz
- Lote F3 Regional 2,3 GHz (R$ 231m, ágio 229%), Bloco 40 MHz
- Lote F5 Regional 2,3 GHz (R$ 30m, ágio 20%), Bloco 40 MHz
TIM. A companhia esteve mais presente no começo e fim do leilão desta quinta-feira, com os seguintes lotes:
- Lote B3 Nacional 3,5 GHz (R$ 351m, ágio 9%), Bloco 80 MHz
- Lote D34 Nacional 3,5 GHz (R$80,3m, ágio 0%), Bloco 20 Mhz
- Lote F6 Regional 2,3 GHz (R$ 94,5m, ágio 102%), Bloco 40 MHz
- Lote F7 Regional 2,3 GHz (R$ 450m, ágio 617%), Bloco 40 MHz
Notamos que ambas as companhias atingiram seus objetivos de espectros do 3,5 GHz nacionais, os lotes B. A oportunidade com o fatiamento do lote B4 também proporcionou lotes nacionais adicionais para ambas as companhias que souberam aproveitar a chance. Apesar de tudo, a Claro foi a companhia mais agressiva deste leilão, coletando a maior parte dos espectros sobretudo do tipo E. No entanto, com base no que as companhias se propuseram e demonstraram até agora, o resultado pode ser interpretado como positivo, mas ainda fica uma grande expectativa sobre o que nos aguarda para os lotes remanescentes do leilão do 5G, sobretudo do espectro de 26 GHz.