Expresso Bolsa
O IBOV teve uma queda significativa de -2,81% nesta quinta-feira, atingindo os 105,3k. Depois da euforia de quarta-feira, o mercado teve uma nova interpretação onde prevaleceu o desafio do governo americano em conter a inflação, o que deve penalizar o mercado acionário. Além disso, houve uma pressão na curva de juros, aumentando os rendimentos dos treasuries americanos, cujo impacto também foi sentido por aqui, sobretudo nas varejistas e techs.
O que aconteceu no Mercado?
Petrobras (PETR4): Empresa apresenta resultados recordes no 1T22!
Resultado Forte! EBITDA alcançou R$78 bi (+25% a/a) devido a um mix de volumes vendidos, altos preços do petróleo (US$101 vs US$60,9/brent) e dólar ainda em patamares elevados (US$1=R$5,23).
Dividendos! A empresa anunciou uma distribuição de dividendos de R$3,72/ação (c. 11% de acordo com o preço de fechamento, apenas neste trimestre). Mesmo com tamanha generosidade, divida líquida Fechou em US$40bi (0,8x Div. Liq./EBITDA).
Lucro/Fluxo de Caixa. Lucro líquido ficou em R$43,4 bi (vs. R$1,4 bi no 1T21). Fluxo de caixa livre alcançou R$40,4 bi, implicando em um rendimento anualizado de 36%.
SIMH3
Ligeiramente acima
A Simpar reportou números ligeiramente acima do consenso de mercado. A receita de R$ 4,59b foi 10,9% maior na comparação com o 4T21 e maior que as estimativas de R$4,5b. O EBITDA de R$1,51b cresceu 14,2% t/t, em linhas com as estimativas. Do lado negativo, o lucro líquido veio mais pressionado, devido ao aumento da dívida e das despesas financeiras. Destacamos a margem EBITDA de 42,3% aumento de 2,2pp frente ao 4T21, com ROIC LTM de 14,0%, evolução de 0,8pp nos últimos 3 meses. O Capex de R$2,52b superou nossas estimativas R$2,38b. Continuamos otimista com a empresa e reiteramos nossa recomendação de comprar. (Genial e Simpar)
CRFB3
Mantendo despesas sob controle
O Carrefour teve um resultado estável no trimestre. Impulsionado pelo Atacadão, o faturamento líquido cresceu 15% ano contra ano, atingindo R$ 18,8b. O grupo manteve a margem bruta em 19,8% e apresentou um recuo marginal de sua margem bruta, em 10 bps a 6,6%. O Banco Carrefour teve um importantíssimo papel na manutenção de margens do período. O lucro líquido ajustado avançou 0,2% na comparação anual, a R$ 421 m. (Carrefour e Genial)
BIDI11
Aprovação pela SEC
O Inter comunicou que a SEC aprovou o aditamento da declaração de registro submetida pela Inter&Co. A aprovação era uma condição necessária para concluir a reorganização societária com o objetivo de migrar a base acionária do Inter para o exterior. A conclusão da reorganização societária está pendente da aprovação em assembleia, que está marcada para o dia 12/mai. Avaliamos a migração como positiva por possibilitar que o Inter levante capital mantendo a estrutura de controle e potencialmente negocie a múltiplos mais elevados. Empresas de tecnologia no exterior negociam a múltiplos mais altos. (Inter e Genial)
FLRY3
Nova aquisição em oncologia
Junto com seu resultado trimestral o Fleury anunciou a aquisição do Hospital Saha por R$ 120m, especializado em infusão de medicamentos e procedimentos de menor complexidade. Essa operação está alinhada com a estratégia de criação de um ecossistema de saúde e com nossas expectativas de um crescimento inorgânico que complementa o core business de exames do Fleury. Com esta aquisição, a Fleury passa a contar com três marcas no segmento de oncologia: Saha, CIP e a própria marca Fleury. (Fleury e Genial)
GOLL4
Prévias de tráfego de Abril
A Gol continuou melhorando, entre março e abril, a retomada de suas operações desde a Covid-19, mas houve uma pequena queda mensal em comparação com os níveis pré-Pandemia. A oferta (ASK) registrou 2,9b de ASKs em abril, após ter registrado 3,1b em março. A demanda (RPK) foi de 2,3b de RPKs, contra 2,5b em março. Em relação ao período pandemia, a retomada de demanda da Gol foi de 76,8% sobre os 3b de RPKs do mesmo mês daquele ano. Em março de 2022 sobre 2019, essa retomada era de 78,8%. Podemos notar que ocorreu uma piora de 2 pp na retomada mês a mês da Gol. (Genial e Gol)
De olho na economia
A “ressaca” pós Fed
Após a reação inicial à decisão menos dura que o esperado do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do banco central americano (Fed), que gerou acentuada queda do valor do Dólar no mercado internacional, redução das taxas de juros e aumento dos preços das ações, o dia de ontem foi de “ressaca” no mercado financeiro, com forte reversão do comportamento dos preços dos ativos.
Valorização do Dólar (DXY), aumento das taxas de juros, as bolsas de valores despencaram e o índice Vix, que mede a avaliação dos investidores quanto ao risco, aumentou mais de 20% no dia.
A reação dos investidores se deve ao fato de que, apesar da decisão do Fomc ontem e da sinalização de que não irá acelerar o ajuste da política monetária nas próximas reuniões, os dados da economia americana indicam que esta postura, muito provavelmente, não é sustentável no médio prazo.
A taxa de inflação está em níveis muito elevados (entre 7,0% e 8,5% ao ano, dependendo do indicador), o mercado de trabalho muito aquecido, com aumentos de salários incompatíveis com a meta para a inflação de 2,0% ao ano.
Por esta avaliação, a demora do Fed em ajustar a política monetária, acabará por fazer com que a inflação se enraíze na economia americana, forçando a autoridade monetária a adotar uma política monetária mais dura no futuro.
Cripto
O destaque de ontem ficou para a queda generalizada do mercado. O Bitcoin desabou cerca de 10% ao longo do dia e retornou a patamares de preço de Fev/22. O Ethereum e demais criptoativos acompanharam a queda. A capitalização total do mercado cripto perdeu cerca de US$130b, retornando a US$1,65tri. Do lado institucional o destaque ficou para a Binance, que aportou US$500m no Twitter como parte da oferta feita por Elon Musk. Outros players como Sequoia e a16z também anunciaram fundos para essa aquisição, totalizando US$7,1b.
