🚅 Expresso Bolsa

O IBOV começou a semana com uma queda de 1,60% atingindo os 109,9k. O dia mais uma vez repercutiu a guerra na Ucrânia, mas também teve a contribuição do lockdown em Shenzhen, na China, o que fez os preços do minério caírem juntamente com as mineradoras e siderúrgicas. Além disso, o preço do Brent também recuou gerando baixas nas petrolíferas.

🔥 O que aconteceu no Mercado

✔️ Petrorecônvavo (RECV3): Produção de fev/22 vai bem, obrigado!

Produção! Empresa alcançou uma produção equivalente de 19,7k bp/d total no mês de fev/22. Tal número representa uma impressionante evolução de 44% vs 4T21.

Potiguar + Miranga! Ambos os ativos seguem sendo o “carro chefe”, alcançando c. 80% da produção de toda a empresa em fev/22! Para fins de comparação, a produção de ambos os campos representava 50% do seu total no 4T21.

Crescimento no radar! Empresa segue com caixa líquido de quase R$500m no 3T21. Valor muito confortável, mas à medida que o petróleo está no topo do ciclo, fica a dúvida se a empresa vai conseguir fazer aquisições com valuation razoáveis.

MINERAÇÃO
Lockdown na China reduzindo preços das commodities
Com a adoção de pacotes de restrições para conter o avanço da Covid em Xangai e Shenzhen, ontem os preços do minério tiveram queda significativa (-7,3% em Qingdao, atingindo US$ 143,70/ton) e hoje continuam o movimento, caindo 9,8% em Singapura a US$ 137,45/ton, refletindo uma perspectiva de menor demanda. Mesmo assim, o ano tem sido bom para o minério, cuja valorização em 2022 foi de 19%. (Valor e Genial)

TIMS3 (COMPRAR)
Telecom Italia autoriza negociações com KKR
A Telecom Italia (controladora da TIM Brasil) começou ontem negociações formais com a KKR para analisar a proposta de aquisição realizada pelo fundo em 2021. A proposta não-vinculante avaliava a Telecom Italia em EUR 10,7b, mas o conselho da italiana diz que continua vendo valor não explorado na companhia, por conta do plano baseado na reorganização das atividades do grupo. As consequências para a TIM Brasil podem ser vistas no nosso Relatório de Cases de Eventos. (Valor e Genial)

SULA11 (MANTER)
Próximo passo para a incorporação
A SulAmérica marcou para 14/abr a assembleia para votar sua incorporação pela Rede D’Or. Avaliamos a operação como positiva, dado o bom prêmio oferecido e racional estratégico. A Rede D’Or ofereceu um prêmio de 49% sobre o valor da unit em 18/fev. A operação pode ajudar a SulAmérica a se proteger do eventual upsell de seguradoras verticalizadas de ticket mais baixo, como a Hapvida. Para saber mais leia o relatório completo aqui. (Sulamérica e Genial)

VIIA3
Mais crédito tributário
A Via atualizou seu plano de monetização de créditos tributários. Em adição aos R$ 200m anunciado em 31 de janeiro, a varejista celebrou transferência de R$ 300m em créditos de ICMS. O impacto esperado por conta desta transação no fluxo de caixa e resultados da companhia será apropriado ao longo dos próximos 18 meses. (Via e Genial)

S2EA34
Shopee apresenta gargalos logísticos no Brasil
Após tentar abraçar um maior market share a partir de outubro, a plataforma Shopee, controlada dela Sea Limited (S2EA34), apresentou problemas logísticos aos vendedores e clientes pelo atraso de até 3 dias nas entregas. Assim, em um grupo do Telegrama com 2,2 mil vendedores, havia 2,9 mil críticas à plataforma. Nesse contexto, acreditamos que a empresa corre o risco de perder uma parte do seu mercado brasileiro. (Valor e Genial)

FDMO34
Ford anuncia aumento de oferta de veículos elétricos na Europa
A Ford divulgou o lançamento de sete novos veículos elétricos na Europa até 2024 e a assinatura de um memorando de entendimento com a montadora turca Koç Holding. Segundo a empresa, a parceria tem o apoio do governo local e desenvolverá baterias para veículos elétricos na região. A Ford projeta vender mais de 600.000 veículos elétricos por ano na Europa até 2026.

👀 De olho na economia

A Petrobras é estatal e não faz milagres!

A decisão da Petrobras de aumentar o preço dos combustíveis gerou forte reação negativa no cenário político brasileiro. No centro da discussão está a política de preços da Petrobras, que tem por objetivo seguir os preços internacionais do produto, multiplicado pela taxa de câmbio.

Concretamente, existe pouco que a empresa pode fazer. Os preços são determinados no mercado internacional e a empresa não tem qualquer influência. Ela é seguidora em um mercado oligopolizado. Entre 2012 e 2015, o governo decidiu intervir diretamente nos preços da empresa, não seguindo os preços internacionais. Esta política só não levou a empresa à falência por ser ela estatal. Como o país não é autossuficiente na produção de derivados de petróleo, não seguir o preço internacional inibe a importação por agentes privados e pode gerar desabastecimento e racionamento do produto.

A aprovação do projeto que muda a fórmula de cálculo do ICMS é um ponto importante e deverá gerar alguma redução nos preços do produto. Mas é “só uma vez”. A introdução de um subsídio para financiar a diferença entre o preço interno e o preço internacional também pode reduzir o preço na bomba, mas é caro e precisa ser bem dimensionado para não aumentar o risco fiscal e gerar desvalorização do câmbio. A evolução futura dos preços depende, fundamentalmente, da evolução da guerra no leste europeu. A Petrobras é estatal. E não faz milagres!