FIDCs: a Black Friday do mercado de crédito
A Black Friday se consolidou como a data em que consumidores aproveitam preços reduzidos e empresas ampliam suas vendas. No mercado financeiro, especialmente nos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), a lógica é parecida: eficiência e preço justo são essenciais para transformar crédito em oportunidade. Um FIDC também depende de “comprar bem”, adquirindo direitos creditórios por um valor inferior ao que será recebido no vencimento.
Um exemplo ilustra o processo: imagine uma empresa com R$ 100 mil a receber em 90 dias. Precisando de liquidez, ela imediatamente recorre a um FIDC. Após analisar balanços, histórico de pagamento e documentação, o gestor do FIDC decide comprar esse recebível por R$ 94 mil, aplicando um deságio de 6%. Para a empresa, a liquidez é imediata; para o fundo, é a chance de receber o valor integral no futuro. Esse movimento transforma necessidade de capital em oportunidade de retorno.
Esse deságio funciona como na Black Friday: paga-se menos hoje por algo que normalmente vale mais amanhã. Para o gestor, esse desconto é a base do retorno ajustado ao risco, exigindo análise criteriosa da qualidade do devedor. No âmbito regulatório, a Instrução CVM 356 – marco dos FIDCs – determina que cada crédito adquirido tenha documentação que comprove sua existência e transferência ao fundo, como contratos, notas fiscais e comprovantes de cessão. Isso assegura proteção ao investidor e disciplina na seleção dos ativos.
Assim, a conexão entre Black Friday e FIDCs está na boa compra. O gestor não busca simplesmente o crédito mais barato, mas aquele cujo preço seja compatível com o risco assumido. Para o investidor, enxergar um FIDC dessa forma – entendendo o que está sendo comprado, por quanto e por quê – é aplicar a mesma lógica de quem identifica a melhor oferta na Black Friday: pagar menos, com consciência e fundamentação sobre a qualidade do que se leva.
Curva de Juros
Nesta semana, a curva de juros futura mostrou leve acomodação nos prazos mais longos. O movimento reflete a expectativa de início do ciclo de cortes da Selic em 2026, apoiada pela trajetória de inflação projetada para baixo e por um cenário de preços mais benigno. Apesar desse alívio, os vértices curtos permanecem ancorados pela Selic atual e pela incerteza em torno do ritmo de flexibilização monetária, o que ainda limita uma queda mais intensa dos juros futuros. Saiba mais

Principais Notícias
Exame | Bairros com metro quadrado mais caro do Brasil têm quitinete de R$ 1 milhão | “Nos bairros brasileiros de alto padrão, o valor médio de grandes imóveis ultrapassa os R$ 10 milhões. (…) O Itaim Bibi lidera o ranking, com tíquete médio de R$ 914 mil por unidade. Em segundo lugar está a Gávea, no Rio de Janeiro, com média de R$ 834 mil. A valorização nesses bairros está ligada à escassez de oferta, enquanto há alta demanda por essa localizações — fatores que elevam o preço por metro quadrado mesmo em unidades pequenas.” Saiba mais
InfoMoney | O mercado de capitais é motor da economia real e está na hora de reconhecermos isso | “O mercado é, na essência, parte viva da economia. É o canal que conecta a poupança de pessoas como eu e você ao uso produtivo do capital, mobilizado para dar suporte à inovação, ao crescimento e à criação de empregos. (…) O mercado de capitais deixou de ser um nicho e passou a ocupar papel central no financiamento das empresas. Hoje, quase um terço da dívida das companhias não financeiras vem da emissão de instrumentos como debêntures, certificados e fundos de recebíveis, além de notas comerciais.” Saiba mais
O Globo | Mercado de luxo cresce no Rio e dobra participação nos lançamentos imobiliários | “O Rio continua em alta no mercado de luxo. É o que revela uma pesquisa da Brain Inteligência Estratégica: os segmentos de luxo e superluxo na cidade cresceram 7% em relação ao ano passado. Com o alto padrão em evidência, esse nicho já representa 8,8% do total de unidades lançadas — em 2024, eram 4,3%, de acordo com o estudo.” Saiba mais
Mercado Exterior
Nos Estados Unidos, a expectativa de queda dos juros ganhou força após sinais de desaceleração da economia, reforçando a visão de que o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) poderá iniciar seu ciclo de cortes em breve. Esse cenário tem contribuído para um ambiente de maior apetite por risco, com impacto direto sobre o comportamento do dólar, que segue em tendência de desvalorização diante da perspectiva de política monetária mais branda. A combinação de juros menores e câmbio mais fraco tem influenciado os mercados globais e sustentado a melhora no sentimento dos investidores. Saiba mais
Na Zona do Euro, os mercados acompanharam a alta do petróleo após a Opep anunciar a manutenção do nível de oferta, movimento que ajudou a sustentar as cotações da commodity e influenciou o comportamento dos ativos na região. A reação reforça a sensibilidade do bloco às dinâmicas do mercado de energia, em um contexto de incerteza global e risco de pressão adicional sobre preços. Saiba mais
Legislativo & Judiciário
CVM | Resolução CVM 235 | A Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) editou a Resolução CVM 235, que altera a Resolução CVM 45 e aprimora os procedimentos de atuação sancionadora da Autarquia, trazendo maior clareza, eficiência e ampliando o rol de infrações passíveis de tramitação pelo rito simplificado nos processos administrativos. Saiba mais
Senado Federal | PLP 207/2023 | A Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal realizou audiência pública para instruir o Projeto de Lei Complementar (“PLP”) nº 207/2023, que propõe estabelecer regras para o compartilhamento seguro de dados de clientes entre bancos, seguradoras e empresas de investimento, com objetivo de ampliar as opções de serviços financeiros e de investimentos. Saiba mais
TJSP | AI nº 2279715-05.2025.8.26.0000 | A 1ª Câmara de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo (“TJSP”) entendeu que a simples dissolução de uma empresa durante ação de execução não representa fraude. Saiba mais