A dolarização dos investimentos em 2022, até o momento, não está contribuindo para uma melhora na performance das carteiras em renda variável. Isso ocorreu porque tanto o mercado de ações global quanto o dólar ante o real perderam valor no primeiro semestre deste ano.
Desde 2020 o acesso aos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) pelo investidor pessoa física fez com que muitos buscassem por esse tipo de alocação com objetivo de ter proteção em moeda forte além de uma exposição em empresas americanas ou globais.
Porém, neste ano, diante do cenário de inflação e recessão mundial esses ativos estão apresentando uma forte depreciação. O índice da B3 que calcula o desempenho médio dos BDRs no primeiro semestre de 2022 apresentou um retorno negativo de -27,21% em termos nominais (reais) contra uma desvalorização do dólar ante o real de -6,14%.
Veja a seguir os BDRs mais negociados na B3 no primeiro semestre de 2022.
Mesmo com o desempenho negativo o volume financeiro negociados nessa classe de ativos permaneceu em patamares elevados, com cerca de 20 BDRs apresentando uma média de negociação acima dos R$ 3 milhões de reais (volume financeiro).
Dentre os BDRs mais negociados destaque para os que representam as ações da XP negociadas em NY. O volume de negociação financeiro superou o da Tesla, Mercado Livre, Nubank e Meta (antigo Facebook). Acreditamos que esse volume também foi influenciado pelas vendas feitas pelo Itaú Unibanco durante o período.
Desempenho
Em termos de desempenho os 5 BDRs mais negociados apresentaram performances negativas, com retornos inferiores ao dólar e ao índice de BDRs (BDRX).
Dentre os mais negociados, o único BDR com desempenho negativo foi o da petroleira Exxon, com +34,34% de alta, seguido por Johnson & Johnson com -2,21%. Já os piores desempenhos ficaram com Netflix, Paypal, Nubank, Meta e Mercado livre, que apresentaram quedas superiores a 50% em reais.