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Publicado em 13 de Agosto às 10:59:39

BMG (BMGB3): 2T21 – Queda no lucro com pressão de alta dos juros

Queda de lucro. O resultado do BMG no trimestre fortalece a nossa percepção de que o bom crescimento operacional no número de contas não espelha seu resultado financeiro, que mais uma vez não apresenta evolução em sua rentabilidade. Mesmo com um bom aumento de clientes ativos em 28% a/a, as margens continuam apertadas com poucos gatilhos para que melhorem no curto prazo. O baixo ROE (Retorno sobre patrimônio) somado a uma nova revisão do guidance para baixo, e potencial piora na pressão sobre receitas de empréstimos com rápida subida de juros pressionando o custo de depósitos (funding), justificam a nossa recomendação de MANTER para a ação.

Com o lucro caindo 15% a/a e 3,4% t/t, o resultado do 2T21 do BMG segue o caminho inverso de recuperação de rentabilidade que temos observado nos outros bancos. Mais uma vez, o banco revisa seu guidance. O lucro de R$ 85m no 2T21 veio 4% abaixo das nossas expectativas (que já eram conservadoras), dificultando alcançar o consenso de lucro anual em R$ 486m. O principal destaque negativo foi da receita de empréstimos, que sofreu com a alta da Selic – efeito que deverá se acentuar até o final de 2021. Como consequência, o ROE, que já rodava em patamares baixos, continuou sob pressão, caindo 0,2 p.p. t/t e 1,7 p.p. a/a para 8,4% no 2T21, em um momento para o qual já esperávamos uma estabilidade ou até uma melhora sequencial. 

Em decorrência da impossibilidade de cumprir o guidance, o banco revisou os valores para baixo novamente. As alterações principais são a mudança na expectativa de crescimento da carteira, que fica na faixa entre 6%-10% de crescimento ante 13%-17% anteriormente, e redução expressiva da margem financeira cujo fundo do guidance de R$ 3.9b passa a ser o topo. 

Pontos Positivos

  • Base de clientes crescendo. Número de clientes ativos cresceu 28,2% a/a, chegando a 5,8 milhões. O número de contas digitais alcança 4,6 milhões, crescimento robusto de 240%. 
  • Inadimplência sob controle. A inadimplência da maioria das linhas de negócio se manteve comportada, apresentando queda de 0,25 p.p. para 4,5%. 
  • Seguros cresceu. A carteira de segurados cresceu 34% a/a ante um avanço de 78% a/a dos prêmios emitidos. 
  • Granito. Subsidiária de adquirência de cartão, da qual o Inter tem 45% de participação, teve um aumento de volume financeiro (TPV) de 5.0x em relação ao 2T20 para R$1,2 bilhões.  

Pontos Negativos

  • Revisão do guidanceCrescimento da carteira e margem financeira foram revisados para baixo, e linhas que apresentaram melhoras, como provisão, que saiu de R$ 730m – 830 para R$ 665 – 765, e imposto cuja alíquota efetiva deverá ser negativa pelo volume de JCP. 
  • Queda no lucro t/t. Lucro seguiu caindo 3,4% t/t e 15,4% a/a, frustrando expectativa de recuperação. 
  • Receita de empréstimos em queda. Com a alta da Selic e mudança do mix para produtos de menor margem (consignado), a receita de juros do banco caiu 2,1% t/t e 8.2% a/a. A má notícia é que isso deve perdurar.    
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