O Ibovespa é o principal índice do mercado de ações brasileiro, que agrega as empresas mais negociadas na B3. Desde a sua criação em 1968, o índice consolidou-se como referência para investidores em todo o mundo. A cada quatro meses, a B3 reavalia o Ibovespa, permitindo que novas empresas entrem ou saiam do índice se não atenderem aos critérios estabelecidos. Atualmente, o Ibovespa é composto por ações e units de empresas listadas na B3 que atendem aos requisitos da sua metodologia, o que representa cerca de 85% do número de negócios e do volume financeiro do mercado de capitais brasileiro.
RECV3 e VAMO3 entram; CASH3 sai
A B3, a principal bolsa de valores do Brasil, está se preparando para publicar a primeira de três prévias referentes à nova composição do Ibovespa. Essa nova configuração estará em vigor entre setembro e dezembro de 2023. Com base em nossas análises, antecipamos que a PetroReconcavo (RECV3) e a Vamos (VAMO3) possam ser integradas à carteira teórica do índice, substituindo as ações da Méliuz (CASH3). Vale lembrar que o Ibovespa é formado pelas ações mais negociadas na B3 e funciona como uma espécie de termômetro do mercado acionário brasileiro, representando as ações de maior liquidez. As alterações em sua composição são importantes para os investidores, pois proporcionam uma visão clara dos movimentos mais significativos do mercado. As mudanças na composição do índice também têm o potencial de influenciar a demanda por ações específicas, à medida que os fundos de investimento se ajustam para refletir as alterações.
Durante o mês de agosto, serão divulgadas mais duas prévias sobre a nova composição da carteira teórica do Ibovespa, que terá validade de setembro a dezembro de 2023. Segundo as nossas análises preliminares, esperamos a inclusão das ações da Petroreconcavo (RECV3) e da Vamos (VAMO3), e a exclusão das ações da Méliuz (CASH3). No entanto, vale ressaltar que esses cenários podem mudar à medida que as próximas prévias forem divulgadas.
Além disso, considerando os critérios de entrada e saída do índice Ibovespa, percebemos que as ações da Porto Seguro (PSSA3) estão cada vez mais próximas de atender às exigências para integrar o índice. Essa possibilidade poderá se confirmar se a atual tendência de negociabilidade dessas ações se mantiver até a segunda prévia da composição teórica do Ibovespa.
Critérios de Inclusão
Segundo a Metodologia do Índice Bovespa (Ibovespa), disponível no site da B3, serão selecionados para compor o Ibovespa os ativos que atendam cumulativamente aos critérios abaixo.
- Estar entre os ativos elegíveis que, no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores, em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade (IN), representem em conjunto 85% (oitenta e cinco por cento) do somatório total desses indicadores.
- Ter presença em pregão de 95% (noventa e cinco por cento) no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores.
- Ter participação em termos de volume financeiro maior ou igual a 0,1% (zero vírgula um por cento), no mercado a vista (lote-padrão), no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores.
- Não ser classificado como Penny Stock.
Critérios de Exclusão
- Deixarem de atender a dois dos critérios de inclusão acima indicados.
- Estiverem entre os ativos que, em ordem decrescente de IN, estejam classificados acima dos 90% (noventa por cento) do total no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores.
- Sejam classificados como Penny Stock.
- Durante a vigência da carteira passem a ser listados em situação especial.
Nosso modelo de previsão
Seguindo as regras de inclusão e exclusão propostas pelo B3, desenvolvemos um modelo de avaliação para identificar potenciais entradas e saídas do índice. O modelo leva em consideração dados sobre volume financeiro, quantidade de negócios, índice de negociabilidade e informações sobre situações especiais de cada uma das empresas negociadas na B3.
Participação no Índice
Se nossas previsões se confirmarem, o Ibovespa contará com a representação de 86 empresas, uma a mais do que as 85 atuais. De acordo com nossas análises, as ações que deverão ter maior aumento na participação são da Vale (VALE3), Weg (WEGE3), Petroreconcavo (RECV3), Vamos (VAMO3) e Localiza (RENT3).
Em contrapartida, prevemos uma diminuição na participação de empresas como Itaúsa (ITSA4), Petrobras PN (PETR4), Itaú-Unibanco (ITUB4), Asai (ASAI3) e Petrobras ON (PETR3) na nova composição do Ibovespa.
Essas projeções foram realizadas com base nas expectativas para a divulgação de dados da terceira prévia. Lembramos, contudo, que estas são apenas estimativas e podem variar conforme o cenário e os dados atualizados.
Obs.: Após a divulgação da primeira prévia, faremos um novo estudo com expectativas para a divulgação da terceira prévia. Como o resultado final dependerá das negociações até o final de agosto, mudanças nas expectativas poderão ocorrer e serão atualizadas.
Baixe nossa planilha completa sobre a nova composição do IBOV
Relevância nas mudanças da Carteira Teórica do Ibovespa
É fundamental que o investidor acompanhe as mudanças nas carteiras teóricas de índices, já que a indústria de fundos passivos, que replica essas carteiras, exerce grande influência sobre as precificações de ações no mercado, principalmente aquelas com menor liquidez.
O Ibovespa é composto por empresas com grande volume de negociação na B3. Isso significa que, mesmo que os fundamentos de uma ação se deteriorem, a expectativa de que ela possa entrar no Ibovespa pode gerar uma pressão positiva nos preços, já que os fundos passivos serão “obrigados” a comprá-la, independentemente de seus fundamentos.
Nosso time realizou um estudo sobre como esse processo pode afetar a precificação de uma ação e se isso pode gerar oportunidades de investimento de curto prazo. Confira a seguir!