Ibovespa é o principal índice de ações negociadas na B3, reunindo as empresas mais negociadas do mercado de capitais brasileiro. Criado em 1968, consolidou-se como referência para investidores ao redor do mundo. De acordo com as regras da B3, a cada quatro meses o índice passa por uma reavaliação, em que novas empresas podem entrar ou sair caso não cumpram as regras de exigência para permanência. Hoje, o Ibovespa é composto por ações e units de companhias listadas na B3 que atendem aos critérios descritos na sua metodologia, correspondendo a cerca de 85% do número de negócios e do volume financeiro do nosso mercado de capitais. Nos últimos meses a B3 tem discutido com participantes do mercado a possibilidade da inclusão de BDRs em sua composição.
Nenhuma entrada, Positivo sai
Em 1° de dezembro, a B3 irá divulgar a primeira das três prévias sobre a nova composição do Ibovespa referente a carteira teórica que será vigente entre os meses de janeiro a abril de 2023. De acordo com nossos estudos, acreditamos que nenhuma adição seja feita ao Ibovespa ao mesmo tempo que ocorra a exclusão de uma ação. De acordo com nosso modelo, as ações da Positivo (POSI3) devem deixar de fazer parte do principal índice de referência do mercado brasileiro.
No decorrer de dezembro, mais duas prévias serão divulgadas, e assim, alterações podem ocorrer. Numa avaliação dos critérios de entrada no Ibovespa, as ações da Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3), seriam as mais próximas de cumprir as exigências, porém, não acreditamos que ela venha integrar a próxima composição, pois ainda é necessário um longo caminho a ser percorrido até o índice.
Critérios de Inclusão
Segundo a Metodologia do Índice Bovespa (Ibovespa), disponível no site da B3, serão selecionados para compor o Ibovespa os ativos que atendam cumulativamente aos critérios abaixo.
- Estar entre os ativos elegíveis que, no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores, em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade (IN), representem em conjunto 85% (oitenta e cinco por cento) do somatório total desses indicadores.
- Ter presença em pregão de 95% (noventa e cinco por cento) no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores.
- Ter participação em termos de volume financeiro maior ou igual a 0,1% (zero vírgula um por cento), no mercado a vista (lote-padrão), no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores.
- Não ser classificado como Penny Stock.
Critérios de Exclusão
- Deixarem de atender a dois dos critérios de inclusão acima indicados.
- Estiverem entre os ativos que, em ordem decrescente de IN, estejam classificados acima dos 90% (noventa por cento) do total no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores.
- Sejam classificados como Penny Stock.
- Durante a vigência da carteira passem a ser listados em situação especial.
Nosso modelo de previsão
Seguindo as regras de inclusão e exclusão propostas pelo B3, desenvolvemos um modelo de avaliação para identificar potenciais entradas e saídas do índice. O modelo leva em consideração dados sobre volume financeiro, quantidade de negócios, índice de negociabilidade e informações sobre situações especiais de cada uma das empresas negociadas na B3.
Participação no Índice
Caso nossas expectativas forem confirmadas, o Ibovespa passaria de uma composição com 92 empresas para 91 empresas. Sobre a mudança nas participações de cada empresa, esperamos que as ações da Petrobras ON (PETR3), Eletrobras ON (ELET3), JBS (JBSS3), Iguatemi UNIT (IGTI11) e Itaú Unibanco PN (ITUB4), sejam as ações com maior ganho de participação. Já entre as maiores perdedoras, Vale (VALE3), Weg (WEGE3), Itaúsa PN (ITSA4), CCR (CCRO3) e Fleury (FLRY3) diminuirão sua representatividade na nova composição do Ibovespa.
Obs.: Após a divulgação da primeira prévia, faremos um novo estudo com expectativas para a divulgação da terceira prévia. Como o resultado final dependerá das negociações até o final de agosto, mudanças nas expectativas poderão ocorrer e serão atualizadas.
Baixe nossa planilha completa sobre a nova composição do IBOV
Relevância nas mudanças da Carteira Teórica do Ibovespa
É de suma importância para o investidor acompanhar as mudanças nas carteiras teóricas de índices dado a relevância que a indústria de Fundos Passivos, ou seja, fundos que replicam carteiras teóricas, podem exercer sobre as precificações de ações no mercado, principalmente as de menor liquidez.
Por característica, o Ibovespa compreende as empresas de maior negociação da B3, assim, mesmo que os fundamentos de uma ação tenham se deteriorado, o que causaria uma pressão negativa dos preços da mesma, uma expectativa de que essa ação poderia entrar no Ibovespa poderia trazer uma pressão positiva já que caso essa entre numa carteira teórica, fundos passivos seriam “obrigados” a comprá-la sem olhar para os seus fundamentos.
Nosso time fez um estudo sobre como esse processo pode interferir na precificação de uma ação e se isso poderia gerar oportunidades de investimento no curto prazo. Veja a seguir!