O ministério das relações exteriores do Irã considera possível retomar acordo nuclear, mas cobra compromisso do Ocidente. O ministro, Hossein Amir-Abdollahian conversou com representantes de algumas nações e avaliou que o restabelecimento do acordo nuclear com o país é possível, mas destacou que a abordagem dos demais países envolvidos será relevante para o êxito das negociações. O país pediu, nesta quarta-feira (16), que o congresso americano emita uma “declaração política” para garantir que eles permanecerão comprometidos e não deixem novamente o acordo como fizeram em 2018.
“Por uma questão de princípio, a opinião pública no Irã não pode aceitar como garantia as palavras de um chefe de Estado, muito menos dos Estados Unidos, dada a retirada americana do acordo”, disse o ministro.
O Irã já tomou sua decisão política de permanecer no acordo depois que Washington o abandonou em 2018, disse Khatibzadeh a repórteres em Teerã.
O acordo de 2015 aliviou as sanções contra Teerã em troca de limites ao seu programa nuclear, mas o então presidente da época, Donald Trump retirou os Estados Unidos em 2018 e reimpôs sanções econômicas. Esta mudança levou o Irã a recuar em seus compromissos com o acordo na época.
Após conversar com a secretária de relações exteriores do Reino Unido, Liz Truss, o iraniano escreveu em seu Twitter que vê um “bom negócio ao alcance” em Viena, onde ocorrem as negociações, mas desde que as outras partes adotem uma “abordagem realista”.
As negociações entre o Irã e os EUA foram retomadas na semana passada após um intervalo de 10 dias. Os delegados disseram que as negociações tiveram “progressos limitados” desde que foram retomadas em novembro.
Rússia e Ucrânia
Na última terça-feira (15), Moscou havia anunciado “retirada parcial” de seus soldados enviados há duas semanas às fronteiras com a Ucrânia e hoje, nesta quarta (16), o país fez novo anúncio informando o fim das manobras militares e a retirada de parte de suas tropas da península anexada da Crimeia, onde a presença de soldados russos estava alimentando temores de uma invasão. O comunicado informou que tanques, veículos de infantaria e artilharia deixarão a Crimeia de trem.
“Não buscamos a desestabilização da Rússia. A Otan e os EUA não são inimigos da Rússia. A Ucrânia não é inimiga da Rússia. Os russos não são nossos inimigos e não queremos uma guerra destrutiva contra a Ucrânia”, discursou Joe Biden na terça.