Home > Análises de Mercado > Estratégia em Ação – Abril de 2025

Publicado em 09 de Abril às 07:00:00

Estratégia em Ação – Abril de 2025

Diante do cenário global desafiador, nossa visão é de que o mercado brasileiro seguirá sendo impactado pelo contexto externo negativo. Ainda que os ativos locais apresentem valuations atrativos, a combinação de aversão ao risco e receios de uma recessão global pode continuar pressionando as ações brasileiras.

**Recomendamos uma postura conservadora ao investidor, com foco em preservaçãais.de capital e seletividade nas alocações. O atual ambiente exige cautela, uma vez que os desdobramentos internacionais têm se sobreposto aos fundamentos domésticos.

Nosso estudo de assimetria mostra que os principais índices brasileiros estão próximos de suas médias móveis de 6 meses, o que indica um ponto de equilíbrio técnico entre comprados e vendidos. Essa configuração reforça a ideia de que, caso o movimento de aversão a risco persista no exterior, ainda há espaço para novas correções nos preços dos ativos locais.

Valuations

Ibovespa está sendo negociado a 7,1x P/L projetado para os próximos 12 meses, vs média histórica de 10,7x.

Agora, se considerarmos as ações do Ibovespa (excluindo Petrobras e Vale), o índice está sendo negociando a 9x P/L, projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12x).

Ações de empresas ligadas a economia doméstica estão sendo negociadas a 8,6x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (11,9x).

Quando levarmos em consideração apenas as empresas exportadoras, tais ações estão sendo negociadas a 6,4x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (9,6x).

As empresas de menor capitalização, Small Caps, estão sendo negociadas a 8,8x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (14,1x).

Já as Mid-Large Caps estão sendo negociadas a 7x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,4x).

Earnings yield

O Earnings Yield do Ibovespa continua acima de sua média histórica, posicionando-se entre um desvio padrão acima da média histórica e a média histórica. Esse indicador mostra o potencial de retorno das ações brasileiras, que atualmente superam a rentabilidade oferecida pelos juros da NTN-B de 10 anos.

Ao mesmo tempo, os juros reais no Brasil se mantém acima dos 7%, atingindo os patamares mais elevados da última década. Esse cenário reflete a deterioração fiscal do país, que tem pressionado as expectativas econômicas e encarecido o custo de financiamento. Apesar desse desafio, a diferença entre os retornos das ações e os juros reais ainda sugere um mercado acionário competitivo para investidores que buscam valorização no médio e longo prazo.

Efeito Selic no valuation das Small Caps

Preço/Lucro (PE) projetado por setor

Desempenho em 2025

O mercado global passou recentemente por um movimento generalizado de realizações, afetando significativamente as principais bolsas internacionais. Entre os mercados mais impactados, destacaram-se as bolsas americanas e chinesas, que registraram quedas expressivas diante de um aumento na aversão ao risco e incertezas macroeconômicas.

Apesar desse cenário desafiador, a bolsa brasileira manteve uma performance positiva em termos relativos, se destacando frente aos seus principais pares globais. Essa resiliência tem sido apoiada por um fluxo consistente de capital estrangeiro e pela atratividade dos valuations no mercado doméstico.

Na análise setorial, o desempenho da maioria dos setores listados superou o do Ibovespa no período recente, com exceção do setor industrial. Os segmentos financeiro e imobiliário foram os grandes destaques, sustentados por resultados sólidos, melhora de fundamentos e maior apetite por ativos domésticos de valor.

Índices retornam para a média de 6 meses

Após os recentes impactos provocados pela guerra tarifária, que resultaram em uma correção dos ativos globais — incluindo o mercado brasileiro —, os principais índices testam agora suas médias móveis de 6 meses. Esse patamar representa, em teoria, uma zona de equilíbrio frente às narrativas predominantes no cenário atual.

O momento exige cautela, já que ainda não está claro se os índices irão buscar novas mínimas, o que poderia abrir espaço para uma assimetria mais favorável. Diante da elevada volatilidade, é prudente aguardar sinais mais definidos de direção antes de realizar alocações significativas.

Para investidores mais ativos, o contexto pode oferecer uma janela de entrada tática, porém com alocação reduzida e gestão rigorosa de risco. O foco deve ser em preservar capital e se posicionar gradualmente, à medida que o mercado sinaliza maior clareza sobre sua trajetória no curto prazo.

Fluxo Investidor B3

Em abril, o mercado acionário brasileiro tem registrado um comportamento misto entre os diferentes perfis de investidores.

Os investidores estrangeiros acumulam uma saída líquida de R$ 3,6 bilhões até o momento, sinalizando uma reversão no movimento de entrada observado desde dezembro de 2024. Apesar disso, o saldo acumulado no ano segue positivo, com R$ 7 bilhões ingressando na bolsa brasileira em 2025.

Já os investidores institucionais apresentam uma entrada líquida de R$ 1,6 bilhão em abril, o que pode representar uma mudança relevante de postura. Caso o fluxo positivo se mantenha até o fim do mês, será a primeira entrada líquida desde maio do ano passado. No entanto, o acumulado do ano ainda aponta para uma retirada expressiva de R$ 8,7 bilhões.

Os investidores pessoa física também têm contribuído positivamente neste mês, com uma entrada líquida de R$ 1,4 bilhão. No ano, o saldo dessa categoria é positivo em R$ 2,8 bilhões, refletindo uma postura resiliente e de longo prazo frente à volatilidade recente do mercado.

Defensivo / Agressivo – (beta)

Desde a segunda metade de fevereiro, observamos um aumento consistente na demanda por ações de perfil defensivo, consolidando essa estratégia como dominante entre os investidores. Esse movimento reflete a busca por ativos mais resilientes diante das incertezas macroeconômicas e da maior volatilidade nos mercados globais.

Mesmo após a recente correção do mercado, a preferência por ações conservadoras sofreu apenas uma leve redução, sem alterar de forma significativa a tendência predominante. A exposição a setores defensivos, como utilidades públicas, bancos e seguradoras, continua sendo a principal alocação para investidores que buscam estabilidade e proteção de capital.

Em contrapartida, a demanda por ações de perfil mais agressivo permaneceu estável, sem apresentar sinais de retomada expressiva. O cenário atual ainda impõe desafios para estratégias com maior apetite por risco, o que mantém o fluxo mais concentrado em ativos com menor sensibilidade a oscilações econômicas.

Expectativa Lucros por Ação (LPA)

As últimas projeções de lucro indicam perspectivas variadas. O Ibovespa registra alta de 14,06% em 2025, seguido de crescimentos mais moderados de 6,99% em 2026 e 5,69% em 2027. No primeiro trimestre desses anos, as taxas mantêm leve avanço, chegando a 14,92%, 7,29% e 5,95%, respectivamente.

As small caps chamam a atenção com uma elevação expressiva de 76,44% em 2025, enquanto para 2026 e 2027, as projeções ficam em 17,17% e 13,60%. Já no primeiro trimestre de cada período, o otimismo é ainda maior, alcançando 77,57% em 2025, 17,44% em 2026 e 15,35% em 2027, sugerindo potenciais oportunidades de investimento.

Por outro lado, as exportadoras apresentam crescimento de 52,01% em 2025, mas projetam quedas de -1,96% em 2026 e -9,13% em 2027, acompanhadas por retrações trimestrais de -1,92% e -7,59% nos anos seguintes, apesar do salto de 55,36% no primeiro trimestre de 2025. Esses dados refletem um ambiente desafiador, especialmente para setores voltados ao mercado externo.

BTC – Aluguel de Ações

Tabela de Múltiplos e dados operacionais

🧬 Genoma 2.0

O Genoma Ações foi atualizado e agora conta com um novo modelo de recomendações, projetado para atender de forma abrangente às necessidades dos investidores. Com essa evolução, a cobertura foi expandida para incluir todas as mais de 200 empresas listadas na B3, oferecendo uma visão detalhada e completa do mercado acionário brasileiro. Essa atualização marca um avanço significativo, permitindo que investidores tenham acesso a análises mais amplas e precisas.

O método aprimorado combina abordagens quantitativas e qualitativas, utilizando a técnica de Análise de Fatores (Factor Investing). Essa metodologia possibilita a criação de uma lista de recomendações de ações, onde cada papel possui um preço-alvo e um fator de ponderação associado. O objetivo é facilitar o processo de tomada de decisão e otimizar a construção de carteiras, garantindo que os investidores possam identificar as melhores oportunidades de acordo com seus objetivos.

Um ponto crucial do novo algoritmo do Genoma é sua capacidade de avaliar o ciclo de fundamentos de cada empresa, integrando essa análise com um modelo de precificação de ativos. Ele se baseia nos resultados operacionais das companhias e nas expectativas do mercado para o futuro de cada ação. Contudo, é importante destacar que o modelo não considera fatores externos, como condições macroeconômicas ou eventos exógenos, focando exclusivamente nos fundamentos e projeções específicas das empresas.

Com essa atualização, o Genoma Ações reafirma seu compromisso em oferecer uma ferramenta robusta e prática para investidores de todos os níveis. Ao aliar tecnologia de ponta e expertise em análise de mercado, o Genoma se consolida como um aliado estratégico na busca por melhores resultados no mercado acionário.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações