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Publicado em 11 de Dezembro às 07:00:00

Estratégia em Ação – Dezembro de 2024

Apesar do cenário desafiador, a postura dos investidores começou a mudar nas últimas semanas, com um aumento no interesse por ações mais agressivas e uma redução na pressão vendedora em diversos setores. Esse comportamento sugere um ajuste na percepção de risco, impulsionado pelos níveis atrativos de preços e pela maior assimetria no mercado brasileiro.

A atual conjuntura oferece oportunidades para investidores que desejam aumentar sua exposição ou iniciar posições em ações ligadas ao mercado local. O desconto expressivo em relação aos múltiplos históricos e a resiliência de algumas empresas frente aos desafios macroeconômicos tornam o ambiente mais favorável para quem busca capturar ganhos em um horizonte de médio a longo prazo.

Essa mudança de postura, embora ainda gradual, reflete a percepção de que o mercado brasileiro, mesmo sob pressão, apresenta um potencial de valorização interessante para ativos de maior risco, à medida que o otimismo seletivo começa a emergir.

Valuations

Ibovespa está sendo negociado a 7,3x P/L projetado para os próximos 12 meses, vs média histórica de 10,8x.

Agora, se considerarmos as ações do Ibovespa (excluindo Petrobras e Vale), o índice está sendo negociando a 9,2x P/L, projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,1x).

Ações de empresas ligadas a economia doméstica estão sendo negociadas a 8,4x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,0x).

Quando levarmos em consideração apenas as empresas exportadoras, tais ações estão sendo negociadas a 6,9x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (9,8x).

As empresas de menor capitalização, Small Caps, estão sendo negociadas a 8,2x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (14,2x).

Já as Mid-Large Caps estão sendo negociadas a 7,2x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,5x).

Earnings yield

O Earnings Yield do Ibovespa continua acima de sua média histórica, 1 desvio padrão, reforçando sua atratividade como uma opção de investimento. Essa métrica destaca o potencial de retorno das ações brasileiras, que atualmente supera a média dos juros pagos pela NTN-B de 10 anos. Essa comparação sublinha a competitividade da bolsa como alternativa no cenário de investimentos.

Por outro lado, o juro real se aproxima dos 7%, atingindo níveis próximos das máximas dos últimos 9 anos. Esse movimento é reflexo da deterioração do quadro fiscal brasileiro, que tem pressionado as expectativas econômicas e aumentado o custo de financiamento. Apesar disso, a relação entre os retornos oferecidos pelas ações e os juros reais mantém o mercado acionário como uma opção atrativa para investidores em busca de valorização no médio e longo prazo.

Efeito Selic no valuation das Small Caps

Preço/Lucro (PE) projetado por setor

Desempenho em 2024

As ações no Brasil continuam apresentando um desempenho abaixo da média global em dólares. Quando comparado a outros mercados das Américas, o mercado brasileiro supera apenas a bolsa mexicana em termos de desempenho, e agora por muito pouco. Analisando o desempenho setorial, apenas o setor industrial, impulsionado pela Weg, e o setor de utilities têm apresentado resultados superiores ao Ibovespa, destacando-se como exceções em um cenário geral de fraco desempenho relativo.

Assimetria: Small Caps apresentam boa assimetria

O Ibovespa está sendo negociado abaixo da sua média de 6 meses, localizada em 129.410 pontos, um patamar que pode representar uma oportunidade interessante para investidores iniciarem compras ou aumentarem sua exposição ao índice. No entanto, é essencial que essas movimentações sejam feitas com cautela, dado o cenário de incertezas. Para uma melhoria mais significativa na assimetria, o índice precisaria recuar para níveis próximos de 122.130 pontos, onde a relação risco-retorno se tornaria mais favorável.

Já o índice de Small Caps apresenta um cenário mais descontado, estando abaixo de sua média de 6 meses e posicionado no segundo desvio-padrão negativo. Essa configuração sugere que as Small Caps podem oferecer oportunidades mais atrativas para novos investimentos no mercado acionário brasileiro. Na região entre 1.870 e 1.790 podemos dizer que a estatística “favorece” uma entrada neste patamar.

Em relação ao Índice de Dividendos, ele se encontra logo acima da sua média de 6 meses.

Fluxo Investidor B3

Em dezembro, o mercado de ações brasileiro registra uma entrada de capital estrangeiro de R$ 940 milhões, diminuindo o acumulado de saídas para R$ 33,3 bilhões no ano. Caso se confirme, este será o o primeiro mês de entrada depois de três meses consecutivo de retirada de capital

Em relação aos investidores institucionais, observou-se uma saída de R$ 2,1 bilhões, marcando o oitavo mês consecutivo de retiradas, com um saldo anual negativo de R$ 30,8 bilhões.

Por outro lado, os investidores pessoa física continuam com saldo positivo. O acumulado no ano para esse grupo é de R$ 8,3 bilhões de entradas, com um aporte adicional de R$ 584 milhões apenas em dezembro, quarto mês consecutivo de entrada.

Defensivo / Agressivo – (beta)

Ao longo do mês de dezembro, observamos um aumento na demanda por ações agressivas, caracterizadas por betas superiores a 1. Esse movimento sugere que, mesmo em um ambiente de incertezas, os investidores estão gradualmente voltando a buscar oportunidades em papéis mais voláteis, atraídos pela atratividade e pela assimetria presente no mercado brasileiro.

A forte desvalorização de muitos ativos criou níveis de preço que despertam interesse, especialmente entre investidores dispostos a assumir maior risco. Apesar do cenário econômico ainda incerto, os valuations descontados e o potencial de recuperação estão incentivando uma maior alocação em ações de maior beta, que tendem a amplificar os movimentos de alta quando o mercado se estabiliza.

Essa tendência reflete um otimismo moderado e seletivo, com investidores buscando capturar ganhos mais expressivos em ativos que, apesar de arriscados, apresentam condições para entregar retornos significativos no médio prazo, caso o cenário macroeconômico mostre sinais de melhora.

BTC – Aluguel de Ações

Expectativa Lucros por Ação (LPA)

As projeções de lucro por ação no mercado brasileiro foram revisadas, apresentando cenários diferentes entre os principais grupos de empresas. O Ibovespa manteve sinais de crescimento, com expectativas para 2024 subindo 6,93% ao longo do ano e 2,54% no quarto trimestre. Em 2025 e 2026, o índice segue firme, avançando 9,53% e 14,68%, respectivamente, com elevações trimestrais de 1,78% e 2,97%.

Para as exportadoras, a expectativa de 2024 sofreu forte redução, caindo -27,52% no ano e -12,03% no último trimestre, sugerindo desafios econômicos globais. Entretanto, para 2025, as projeções voltam a subir 16,68%, embora o quarto trimestre ainda apresente leve retração de -0,65%. Já em 2026, o cenário fica mais otimista, alcançando 33,65% no ano e 2,78% no trimestre.

As small caps também enfrentam pressões, com expectativas para 2024 recuando -16,74% ao longo do ano e -3,19% no trimestre. Ainda assim, há leve melhora em 2025, de 1,15%, apesar da queda de -5,44% no quarto trimestre, e um crescimento mais modesto em 2026, de 3,86%, mesmo com -5,29% no período final.

Target Ibovespa para os próximos 12 meses: 140.600 pontos

Reduzimos nosso preço-alvo para o Ibovespa nos próximos 12 meses para 140.600 pontos, com base em um cenário neutro, que equilibra fatores positivos e negativos. Essa projeção reflete uma análise detalhada das condições atuais do mercado e das perspectivas futuras.

Do lado positivo, destacamos que a bolsa brasileira apresenta um valuation atrativo, negociando a 1 desvio padrão abaixo de sua média histórica. Esse patamar sugere um potencial de valorização, especialmente considerando o ciclo microeconômico favorável, que indica a continuidade na melhora dos resultados corporativos ao longo dos próximos trimestres.

Por outro lado, fatores negativos também exercem pressão sobre o mercado. A deterioração das contas públicas tem impactado negativamente o câmbio e as taxas de juros, criando um ambiente menos favorável para investimentos. Além disso, a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos adiciona incertezas, já que há uma percepção de que suas políticas podem fortalecer o dólar e pressionar a curva de juros americana, influenciando negativamente o mercado brasileiro.

Tabela de Múltiplos e dados operacionais

🧬 Genoma 2.0

O Genoma Ações foi atualizado e agora conta com um novo modelo de recomendações, projetado para atender de forma abrangente às necessidades dos investidores. Com essa evolução, a cobertura foi expandida para incluir todas as mais de 200 empresas listadas na B3, oferecendo uma visão detalhada e completa do mercado acionário brasileiro. Essa atualização marca um avanço significativo, permitindo que investidores tenham acesso a análises mais amplas e precisas.

O método aprimorado combina abordagens quantitativas e qualitativas, utilizando a técnica de Análise de Fatores (Factor Investing). Essa metodologia possibilita a criação de uma lista de recomendações de ações, onde cada papel possui um preço-alvo e um fator de ponderação associado. O objetivo é facilitar o processo de tomada de decisão e otimizar a construção de carteiras, garantindo que os investidores possam identificar as melhores oportunidades de acordo com seus objetivos.

Um ponto crucial do novo algoritmo do Genoma é sua capacidade de avaliar o ciclo de fundamentos de cada empresa, integrando essa análise com um modelo de precificação de ativos. Ele se baseia nos resultados operacionais das companhias e nas expectativas do mercado para o futuro de cada ação. Contudo, é importante destacar que o modelo não considera fatores externos, como condições macroeconômicas ou eventos exógenos, focando exclusivamente nos fundamentos e projeções específicas das empresas.

Com essa atualização, o Genoma Ações reafirma seu compromisso em oferecer uma ferramenta robusta e prática para investidores de todos os níveis. Ao aliar tecnologia de ponta e expertise em análise de mercado, o Genoma se consolida como um aliado estratégico na busca por melhores resultados no mercado acionário.

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