A bolsa brasileira continua apresentando um valuation atrativo em comparação com sua média histórica. Neste ano, seu desempenho permanece abaixo tanto dos seus pares mais próximos quanto dos globais, reforçando a atratividade dos preços no mercado. De forma assimétrica, o Ibovespa está se aproximando de uma região considerada favorável para novos investimentos, enquanto as empresas de menor capitalização já se encontram nesse patamar de atração.
Quanto ao fluxo de investidores, observa-se que o investidor estrangeiro registrou o segundo mês consecutivo de retiradas, contrastando com o investidor local, que se destaca como o principal comprador do ano. O mercado local tem se beneficiado do movimento de queda para se posicionar em empresas com maior volatilidade, indicando uma estratégia de busca por maiores retornos, apesar dos riscos associados.
Valuations
Ibovespa está sendo negociado a 8,1x P/L projetado para os próximos 12 meses, vs média histórica de 11,0x, desconto de 27% sobre sua média.
Agora, se considerarmos as ações do Ibovespa (excluindo Petrobras e Vale), o índice está sendo negociando a 10,3x P/L, projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,2x), com desconto de 16% sobre sua média.
Ações de empresas ligadas a economia doméstica estão sendo negociadas a 9,9x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,1x) e desconto de 18% sobre sua média.
Quando levarmos em consideração apenas as empresas exportadoras, tais ações estão sendo negociadas a 7,1x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,1x) e desconto de 30% sobre sua média.
As empresas de menor capitalização, Small Caps, estão sendo negociadas a 9,4x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (14,4x) e desconto de 35% sobre sua média.
Já as Mid-Large Caps estão sendo negociadas a 7,9x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,8x) e desconto de 27% sobre sua média.
Earnings yield
O Earnings yield do Ibovespa segue acima da sua média histórica e com taxa de retorno superior a média de retorno dos juros da NTN-B de 10 anos, mesmo após a alta recente. Mais um sinal de atratividade da bolsa brasileira.
Preço/Lucro (PE) projetado por setor
Desempenho em 2024
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, continua apresentando um desempenho, em dólares, inferior aos seus principais pares na América, exceto pela bolsa Chilena, onde seu desempenho se mostra superior. Em uma comparação mais ampla com mercados globais, incluindo as bolsas chinesas e de outros países emergentes, o desempenho da bolsa brasileira fica aquém desses pares. Isso indica que a movimentação negativa no Ibovespa foi mais acentuada do que o observado em outras bolsas ao redor do mundo.
Internamente, os setores de Varejo e Imobiliário estão entre os que apresentam uma performance inferior ao Ibovespa. Essa tendência é influenciada principalmente pelo impacto das elevações nas expectativas sobre a trajetória dos juros no Brasil. A perspectiva de aumento nas taxas de juros tende a afetar negativamente esses setores, visto que ambos são sensíveis a mudanças nas condições de financiamento e no poder de compra dos consumidores.
Assimetria: Ibovespa entre a média e o primeiro desvio padrão
O Ibovespa está se aproximando da sua média de 6 meses, situando-se na região dos 123.000 pontos. Acreditamos que, caso a bolsa continue se desvalorizando, esse patamar poderá atuar como um suporte forte, potencialmente atraindo a atenção de novos investidores. Assimetricamente, abaixo dos 123.000 pontos, vislumbramos uma região ainda mais favorável para a compra de ações brasileiras.
Olhando para o índice de Small Caps, observamos que as ações de menor capitalização já estão em uma região que oferece uma assimetria positiva para entrada. O ponto ótimo para investimentos, caso o índice continue em queda, seria na região dos 1.960 pontos.
Fluxo Investidor B3
Em fevereiro, temos o segundo mês consecutivo de retirada de capital por parte do investidor estrangeiro, com uma queda acumulada de R$ 4,2 bilhões no mês e R$ 12,1 bilhões no ano. Contrariando essa tendência, o investidor local tem demonstrado um interesse crescente na compra de ações, com destaque para o investidor pessoa física, que lidera esse movimento de aquisição. Até agora, no decorrer do ano, o saldo do investidor pessoa física apresenta um resultado positivo de quase R$ 6 bilhões. Simultaneamente, após um longo período, o investidor institucional também registra um saldo positivo no ano, aproximando-se de R$ 1 bilhão.
Defensivo / Agressivo – (beta)
Apesar da tendência de queda observada no mercado de ações brasileiro, foi identificado que as empresas com maior beta, superior a 1, estão apresentando um desempenho superior em comparação às empresas consideradas defensivas, com beta inferior a 1. Este cenário pode ser explicado pela recente entrada do investidor institucional no mercado, demonstrando confiança na futura performance positiva dos ativos brasileiros, especialmente aqueles de maior volatilidade.
BTC – Aluguel de Ações
Expectativa Lucros por Ação (LPA)
Ibovespa
- Anualmente, espera-se uma leve variação negativa nos anos de 2024 e 2026, com uma queda mais acentuada em 2025.
- Trimestralmente, as projeções indicam um crescimento moderado, com o melhor desempenho esperado para o primeiro trimestre de 2024.
Ibovespa (Excluindo Petrobras e Vale)
- Este segmento apresenta projeções significativamente negativas tanto em base anual quanto trimestral, com expectativas de queda acentuada para todos os anos analisados, especialmente em 2025 e 2026.
Empresas Ligadas à Economia Doméstica
- Anualmente, essas empresas estão projetadas para enfrentar declínios substanciais, especialmente em 2025 e 2026.
- Trimestralmente, as expectativas são de quedas ainda mais pronunciadas, refletindo desafios significativos para o setor.
Exportadoras
- De forma contrastante, o segmento de empresas exportadoras mostra projeções positivas para o período, com um crescimento expressivo esperado especialmente para 2024 e de forma mais moderada para 2026.
- Trimestralmente, essas empresas também devem experimentar um bom crescimento, destacando-se positivamente em relação aos demais segmentos.
Small Caps
- As pequenas empresas, ou Small Caps, enfrentam projeções negativas em termos anuais, com uma recuperação gradual esperada, passando de uma queda significativa em 2024 para uma diminuição mais modesta em 2026.
- Trimestralmente, espera-se que as quedas se atenuem ao longo do período, indicando uma possível melhoria nas condições ou ajustes nos negócios dessas empresas.
Nosso Target para o Ibovespa: 151.000 pontos
Atualmente, mantemos nossa pontuação-alvo para o Ibovespa em 151.000 pontos, o que representa um desvio padrão acima de sua pontuação-alvo média, que seria justificada por um equilíbrio entre um cenário negativo e positivo.
Essa estimativa leva em consideração a expectativa de que a maioria das empresas listadas no Ibovespa estará na fase de recuperação do ciclo microeconômico, combinada com a previsão de uma redução da taxa Selic para abaixo de dois dígitos.
Em um cenário mais otimista, onde os riscos potenciais negativos são atenuados, o Ibovespa poderia alcançar um patamar ainda mais elevado, chegando a 165.500 pontos. Essa valorização seria viável se, ao longo do próximo ano, o mercado acionário brasileiro evoluísse para um contexto de expansão dos resultados corporativos e de um pouso suave (“soft landing”) da economia norte-americana, evitando assim grandes turbulências econômicas.
Contudo, há também a possibilidade de um cenário menos favorável. Caso eventos negativos ganhem força, especialmente uma “hard landing” da economia dos Estados Unidos ou uma deterioração nas contas públicas do Brasil, o Ibovespa poderia enfrentar uma queda acentuada, possivelmente recuando para cerca de 114.600 pontos.
Tabela de Múltiplos e dados operacionais
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