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Publicado em 28 de Fevereiro às 07:00:00

Estratégia em Ação – Fevereiro de 2024 (Update)

Ativos brasileiros estão sendo negociados com desconto em relação à sua média histórica, com destaque para as empresas de menor capitalização. No ano, a bolsa brasileira apresenta desempenho inferior em comparação aos seus pares globais. Quanto ao fluxo de investimentos, observamos o segundo mês consecutivo de saída do investidor estrangeiro, enquanto há uma retomada do investidor institucional, que se destacou como o maior vendedor no mercado no ano passado. Neste cenário de recuperação do mercado, percebemos uma melhor assimetria para as empresas de menor capitalização, sugerindo oportunidades de investimento atraentes nesse segmento.

Valuations

Ibovespa está sendo negociado a 8,1x P/L projetado para os próximos 12 meses, vs média histórica de 11,0x, desconto de 26% sobre sua média.

Agora, se considerarmos as ações do Ibovespa (excluindo Petrobras e Vale), o índice está sendo negociando a 10,3x P/L, projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,2x), com desconto de 16% sobre sua média.

Ações de empresas ligadas a economia doméstica estão sendo negociadas a 9,9x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,1x) e desconto de 18% sobre sua média.

Quando levarmos em consideração apenas as empresas exportadoras, tais ações estão sendo negociadas a 7,2x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,1x) e desconto de 28% sobre sua média.

As empresas de menor capitalização, Small Caps, estão sendo negociadas a 9,6x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (14,4x) e desconto de 34% sobre sua média.

Já as Mid-Large Caps estão sendo negociadas a 7,9x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,8x) e desconto de 27% sobre sua média.

Earnings yield

O Earnings yield do Ibovespa segue acima da sua média histórica e com taxa de retorno superior a média de retorno dos juros da NTN-B de 10 anos, mesmo após a alta recente. Mais um sinal de atratividade da bolsa brasileira.

Preço/Lucro (PE) projetado por setor

Desempenho em 2024

O Ibovespa continua com desempenho inferior aos seus pares, especialmente quando comparado às bolsas americanas, de países emergentes e da China. No cenário interno, os setores de varejo e imobiliário apresentam desempenho abaixo do Ibovespa, enquanto o setor de utilities destaca-se com a melhor performance do ano. Esse cenário reflete um clima de cautela e a busca por proteção que marcou o início do ano.

Assimetria: Ibovespa entre a média e o primeiro desvio padrão

O Ibovespa está se aproximando da sua média de seis meses, situando-se entre 124.000 pontos e o primeiro desvio padrão superior em 137.600 pontos. Caso haja uma desvalorização, acreditamos que a região de 124.000 pontos pode servir como um suporte forte, atraindo novos investidores, enquanto 137.600 pontos poderia representar uma resistência significativa.

Para o índice de Small Caps, notamos que as ações de menor capitalização já estão em um patamar que sugere uma assimetria positiva para investimentos. Se o índice continuar a cair, o ponto ótimo para investimentos seria na região de 1.960 pontos.

Fluxo Investidor B3

Em fevereiro, observamos o segundo mês consecutivo de saída de capital estrangeiro, com uma retirada acumulada de R$ 11 bilhões no mês e R$ 18,9 bilhões no ano. Em contrapartida, o investidor local tem mostrado um interesse crescente na aquisição de ações, especialmente o investidor pessoa física, que lidera esse movimento de compra. Até o momento, o saldo do investidor pessoa física é positivo em quase R$ 7,3 bilhões no ano. Além disso, o investidor institucional, que vinha de um período de retirada em 2023, agora registra um saldo positivo aproximado de R$ 3,4 bilhões no ano, marcando uma mudança significativa em sua postura de investimento.

Defensivo / Agressivo – (beta)

Durante o mês de fevereiro, observamos uma retomada dos ativos brasileiros, impactando tanto as ações defensivas, com betas menores que 1, quanto as agressivas, com betas maiores que 1. Esse movimento é justificado pela retomada do investidor institucional, que, após um 2023 marcado por forte saída, agora registra um fluxo positivo no ano, marcando uma mudança significativa no comportamento de investimento.

BTC – Aluguel de Ações

Expectativa Lucros por Ação (LPA)

Ibovespa, o principal índice da bolsa de valores brasileira, apresenta uma projeção de lucro por ação que sugere uma leve retração nos próximos anos. Especificamente, espera-se uma diminuição de -1,73% em 2024, seguida por -1,80% em 2025 e uma pequena recuperação para -0,24% em 2026. Esta tendência sinaliza cautela, refletindo desafios macroeconômicos e possíveis incertezas no horizonte.

Ao excluir as gigantes Petrobras e Vale do cálculo, a projeção para o Ibovespa ex-Petrobras & Vale torna-se ainda mais pessimista. Prevê-se um declínio acentuado de -10,00% em 2024, ampliando-se para -18,23% em 2025 e -18,76% em 2026. Estes números apontam para vulnerabilidades específicas em setores fora do domínio dessas duas potências, possivelmente indicando desafios mais significativos para empresas com menor peso no índice.

As ações ligadas à economia doméstica enfrentam um cenário ainda mais desafiador, com projeções de queda acentuada no lucro por ação: -15,73% em 2024, -23,73% em 2025 e -23,34% em 2026. Esta tendência reflete as incertezas e os desafios que o ambiente econômico interno pode impor às empresas focadas no mercado brasileiro.

Em contraste, as exportadoras parecem navegar em águas mais tranquilas, com uma expectativa de crescimento de 12,41% em 2024. No entanto, essa tendência positiva desacelera significativamente nos anos subsequentes, com projeções de apenas 0,36% em 2025 e uma recuperação para 7,30% em 2026. Este padrão sugere uma janela de oportunidade no curto prazo para as exportadoras, impulsionada possivelmente pela variação cambial ou pela demanda global, mas com cautela para o médio e longo prazo.

As Small Caps, empresas de menor capitalização, mostram uma trajetória de recuperação gradual dos lucros por ação, partindo de -12,31% em 2024 para -7,78% em 2025, melhorando levemente para -3,34% em 2026. Este segmento, embora ainda projetando uma retração, indica um potencial de ajuste e recuperação mais rápido do que alguns de seus pares de maior capitalização.

Nosso Target para o Ibovespa: 151.000 pontos

Atualmente, mantemos nossa pontuação-alvo para o Ibovespa em 151.000 pontos, o que representa um desvio padrão acima de sua pontuação-alvo média, que seria justificada por um equilíbrio entre um cenário negativo e positivo.

Essa estimativa leva em consideração a expectativa de que a maioria das empresas listadas no Ibovespa estará na fase de recuperação do ciclo microeconômico, combinada com a previsão de uma redução da taxa Selic para abaixo de dois dígitos.

Em um cenário mais otimista, onde os riscos potenciais negativos são atenuados, o Ibovespa poderia alcançar um patamar ainda mais elevado, chegando a 165.500 pontos. Essa valorização seria viável se, ao longo do próximo ano, o mercado acionário brasileiro evoluísse para um contexto de expansão dos resultados corporativos e de um pouso suave (“soft landing”) da economia norte-americana, evitando assim grandes turbulências econômicas.

Contudo, há também a possibilidade de um cenário menos favorável. Caso eventos negativos ganhem força, especialmente uma “hard landing” da economia dos Estados Unidos ou uma deterioração nas contas públicas do Brasil, o Ibovespa poderia enfrentar uma queda acentuada, possivelmente recuando para cerca de 114.600 pontos.

Tabela de Múltiplos e dados operacionais

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