O mercado brasileiro vive um momento único, marcado por uma assimetria favorável para investidores com diferentes perfis. Seja para aqueles que buscam alocações especulativas de curto prazo ou para os que desejam aumentar sua exposição com foco no longo prazo, o cenário atual apresenta oportunidades interessantes.
Apesar disso, o contexto local e internacional ainda é desafiador para as ações brasileiras. A falta de sinais claros de melhorias estruturais no curto prazo, combinada com a persistência de fatores macroeconômicos adversos, levou à revisão do preço-alvo do Ibovespa para os próximos 12 meses.
Ainda assim, acreditamos que o mercado pode reagir positivamente no curto prazo, especialmente em um ambiente de ausência de notícias negativas. Esse cenário, aliado à entrada de investidores com perfil mais especulativo, pode gerar uma recuperação técnica temporária, destacando a importância de monitorar os movimentos de mercado e possíveis gatilhos para mudanças. Embora as perspectivas estruturais sejam cautelosas, o mercado oferece espaço para estratégias bem ajustadas ao momento atual.
Valuations
Ibovespa está sendo negociado a 6,7x P/L projetado para os próximos 12 meses, vs média histórica de 10,8x.
Agora, se considerarmos as ações do Ibovespa (excluindo Petrobras e Vale), o índice está sendo negociando a 8,4x P/L, projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,1x).
Ações de empresas ligadas a economia doméstica estão sendo negociadas a 7,6x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (11,9x).
Quando levarmos em consideração apenas as empresas exportadoras, tais ações estão sendo negociadas a 6,4x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (9,7x).
As empresas de menor capitalização, Small Caps, estão sendo negociadas a 7,6x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (14,2x).
Já as Mid-Large Caps estão sendo negociadas a 6,6x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,5x).
Earnings yield
O Earnings Yield do Ibovespa permanece acima de sua média histórica, em 1 desvio padrão, o que reforça sua atratividade como opção de investimento. Essa métrica evidencia o potencial de retorno das ações brasileiras, que atualmente supera a média dos juros pagos pela NTN-B de 10 anos. Essa comparação sublinha a competitividade da bolsa como uma alternativa viável, especialmente em um cenário de busca por retorno em meio a condições econômicas desafiadoras.
Por outro lado, o juro real no Brasil está acima dos 7%, atingindo níveis próximos das máximas da última década. Esse patamar elevado reflete a deterioração fiscal, que tem pressionado expectativas econômicas e aumentado o custo de financiamento. Apesar do impacto negativo desse cenário nos fundamentos econômicos, a relação entre os retornos oferecidos pelas ações e os juros reais ainda favorece o mercado acionário como uma opção interessante para investidores focados em valorização no médio e longo prazo.
Efeito Selic no valuation das Small Caps
Preço/Lucro (PE) projetado por setor
Desempenho em 2025
Os ativos brasileiros iniciaram o ano com retornos acima da média quando comparados aos mercados de outros países americanos e às bolsas de países emergentes. Esse desempenho superior parece ser impulsionado por uma recuperação técnica, considerando que o mercado local permanece leve, caracterizado pela ausência significativa de investidores, especialmente institucionais.
Essa configuração favorece uma assimetria positiva, com potencial de valorização no curto prazo, especialmente na ausência de notícias negativas que possam pressionar os preços. A combinação de valuations descontados e baixo posicionamento dos investidores cria um cenário propício para movimentos de alta técnica, enquanto o mercado aguarda gatilhos mais estruturais para sustentar uma recuperação de longo prazo.
Assimetria positiva para maioria das ações brasileiras
Os ativos brasileiros atravessam um momento único, com a maioria dos índices sendo negociados com desconto em relação à sua média móvel de 6 meses. Essa configuração representa uma oportunidade importante tanto para investidores com foco no longo prazo quanto para aqueles interessados em alocações de curto prazo com caráter especulativo.
A última vez em que observamos uma assimetria semelhante foi em março de 2023, antes da aprovação do arcabouço fiscal, um período que precedeu uma recuperação significativa dos ativos locais. Esses níveis descontados sugerem um ponto de entrada atrativo, especialmente considerando o potencial de valorização no caso de melhorias no ambiente macroeconômico ou de avanços em reformas estruturais.
No entanto, é fundamental que os investidores mantenham atenção a fatores de risco, uma vez que o cenário atual continua sensível a notícias que possam alterar o sentimento de mercado.
Fluxo Investidor B3
Em janeiro, o mercado de ações brasileiro registrou uma saída de capital estrangeiro de R$ 2,5 bilhões, após saldo acumulado de saídas em 2024 em R$ 32,7 bilhões. Esse movimento reverte a entrada de R$ 1,5 bilhão registrada em dezembro, mostrando a persistência de uma postura cautelosa por parte dos investidores internacionais.
No caso dos investidores institucionais locais, temos uma entrada de R$ 1,4 bilhão em janeiro, que, se confirmada, será a primeira entrada líquida após oito meses consecutivos de saídas. Apesar desse dado positivo, o saldo acumulado de 2024 ficou negativo em quase R$ 37 bilhões, superando o volume de saída de capital estrangeiro e consolidando os institucionais como o grupo mais cauteloso no mercado acionário brasileiro.
Já entre os investidores pessoa física, temos uma entrada de R$ 830 milhões em janeiro, reforçando a tendência de compras por parte desse segmento. No acumulado de 2024, os investidores individuais adicionaram R$ 31 bilhões ao mercado de ações, mesmo em um cenário de incertezas macroeconômicas.
Defensivo / Agressivo – (beta)
Recentemente, notamos um aumento na demanda por ações agressivas, caracterizadas por betas maiores que 1. Esse comportamento reflete uma busca por retornos acima da média, indicando que os investidores que estão se posicionando no mercado brasileiro mostram maior apetite ao risco.
O mês de janeiro, relativamente tranquilo em termos de notícias políticas, aliado à atual assimetria favorável nos valuations, cria um ambiente que justifica essa postura mais agressiva por parte dos investidores locais. Com ativos descontados e um cenário de curto prazo menos volátil, o mercado oferece oportunidades para aqueles dispostos a assumir maior risco, especialmente em setores ou empresas que apresentem maior potencial de valorização em uma recuperação técnica ou estrutural.
Esse movimento reforça a percepção de que o mercado local, apesar dos desafios macroeconômicos, continua a atrair investidores que buscam aproveitar as condições momentâneas de preços abaixo do histórico e a possibilidade de um ponto de inflexão positivo.
BTC – Aluguel de Ações
Target Ibovespa para os próximos 12 meses: 126.000 pontos
Reduzimos nosso preço-alvo para o Ibovespa nos próximos 12 meses para 126.000 pontos, refletindo um cenário com viés levemente negativo. Esse ajuste considera fatores macroeconômicos e políticos que continuam a exercer pressão sobre o mercado brasileiro.
Entre os aspectos negativos, a deterioração das contas públicas tem impactado negativamente o câmbio e as taxas de juros, criando um ambiente desfavorável para investimentos. Adicionalmente, a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos aumenta as incertezas globais, uma vez que suas políticas são percebidas como potenciais fortalecedoras do dólar e capazes de pressionar a curva de juros americana. Esses fatores podem influenciar negativamente o fluxo de capital para o mercado brasileiro. Sem uma sinalização clara de compromisso fiscal no Brasil e uma melhora nas expectativas de juros nos EUA, é improvável atrair um comprador de longo prazo para a bolsa local.
Por outro lado, destacamos que o valuation da bolsa brasileira segue atrativo, negociando próximo a 2 desvios padrão abaixo de sua média histórica. Esse desconto significativo sugere uma oportunidade para investidores com horizonte de longo prazo, especialmente caso ocorram avanços nas políticas fiscais ou uma estabilização do ambiente internacional. A assimetria positiva nos preços pode representar um ponto de entrada interessante, mesmo em um cenário marcado por desafios.
Tabela de Múltiplos e dados operacionais
🧬 Genoma 2.0
O Genoma Ações foi atualizado e agora conta com um novo modelo de recomendações, projetado para atender de forma abrangente às necessidades dos investidores. Com essa evolução, a cobertura foi expandida para incluir todas as mais de 200 empresas listadas na B3, oferecendo uma visão detalhada e completa do mercado acionário brasileiro. Essa atualização marca um avanço significativo, permitindo que investidores tenham acesso a análises mais amplas e precisas.
O método aprimorado combina abordagens quantitativas e qualitativas, utilizando a técnica de Análise de Fatores (Factor Investing). Essa metodologia possibilita a criação de uma lista de recomendações de ações, onde cada papel possui um preço-alvo e um fator de ponderação associado. O objetivo é facilitar o processo de tomada de decisão e otimizar a construção de carteiras, garantindo que os investidores possam identificar as melhores oportunidades de acordo com seus objetivos.
Um ponto crucial do novo algoritmo do Genoma é sua capacidade de avaliar o ciclo de fundamentos de cada empresa, integrando essa análise com um modelo de precificação de ativos. Ele se baseia nos resultados operacionais das companhias e nas expectativas do mercado para o futuro de cada ação. Contudo, é importante destacar que o modelo não considera fatores externos, como condições macroeconômicas ou eventos exógenos, focando exclusivamente nos fundamentos e projeções específicas das empresas.
Com essa atualização, o Genoma Ações reafirma seu compromisso em oferecer uma ferramenta robusta e prática para investidores de todos os níveis. Ao aliar tecnologia de ponta e expertise em análise de mercado, o Genoma se consolida como um aliado estratégico na busca por melhores resultados no mercado acionário.