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Publicado em 28 de Maio às 07:00:00

Estratégia em Ação – Maio de 2025 (Update)

Apesar da forte alta recente, os ativos brasileiros ainda apresentam valuation atrativo, com exceção da métrica earnings yield, que retornou à sua média histórica. Essa métrica, no entanto, marca um ponto de inflexão importante: o mercado começa a precificar o fim do ciclo de alta da Selic.

Dados recentes de inflação, aliados à elevação do IOF, reforçam essa leitura de encerramento do aperto monetário. Somado a isso, uma temporada de balanços sólida e a continuidade esperada do fluxo estrangeiro — favorecido pela rotação global de portfólios — criam um ambiente construtivo para a bolsa brasileira.

A perspectiva é especialmente positiva para ações mais sensíveis aos juros, ligadas à economia doméstica, que tendem a se beneficiar de um cenário de queda gradual na taxa básica nos próximos anos. Diante disso, elevamos nossa pontuação-alvo para o Ibovespa nos próximos 12 meses.

Ainda assim, a assimetria do mercado não é das mais favoráveis neste momento. Por isso, é essencial manter disciplina nas alocações: fazer aportes mais seletivos, diversificar a carteira e priorizar empresas com espaço para valorização são estratégias fundamentais para capturar o potencial do mercado com responsabilidade.

Valuations

Ibovespa está sendo negociado a 7,9x P/L projetado para os próximos 12 meses, vs média histórica de 10,6x.

Agora, se considerarmos as ações do Ibovespa (excluindo Petrobras e Vale), o índice está sendo negociando a 9,9x P/L, projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,0x).

Ações de empresas ligadas a economia doméstica estão sendo negociadas a 9,5x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (11,9x).

Quando levarmos em consideração apenas as empresas exportadoras, tais ações estão sendo negociadas a 7,4x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (9,6x).

As empresas de menor capitalização, Small Caps, estão sendo negociadas a 9,4x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (14x).

Já as Mid-Large Caps estão sendo negociadas a 7,8x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,3x).

Earnings yield

Pela primeira vez desde 2021, o Earning Yield do mercado acionário brasileiro retorna à sua média dos últimos seis meses, sinalizando que o nível de atratividade relativa das ações começa a perder força. Esse indicador, que compara o lucro das empresas com o retorno de um título público indexado à inflação, mostra que o prêmio de risco das ações vem se estreitando.

Ao mesmo tempo, os juros reais no Brasil seguem acima de 7%, atingindo os níveis mais altos da última década. Esse patamar elevado reflete a deterioração fiscal do país, que tem pressionado as expectativas econômicas e elevado o custo de financiamento.

Apesar disso, a diferença entre o retorno projetado das ações e os juros reais ainda aponta para um mercado acionário competitivo, especialmente para investidores com foco em valorização no médio e longo prazo. O ambiente exige maior seletividade, mas ainda oferece oportunidades para quem busca ativos com bom potencial de geração de valor.

Efeito Selic no valuation das Small Caps

Preço/Lucro (PE) projetado por setor

Desempenho em 2025

O Brasil segue se destacando em 2025 pela boa performance dos seus ativos, acompanhando o movimento positivo das bolsas da Colômbia, Chile e México. Esse comportamento contrasta com o desempenho das bolsas americanas, indicando que o fluxo de rotação global ainda resiste à volatilidade que marcou as últimas semanas. No recorte setorial, apenas o setor industrial tem ficado atrás do Ibovespa. Por outro lado, os setores imobiliário e financeiro continuam se sobressaindo no ano, puxando o desempenho do mercado local.

Índices acima da média de 6 meses

Os principais índices do mercado brasileiro estão sendo negociados próximos ao segundo desvio padrão acima da média de seis meses. Esse nível técnico indica que ainda há espaço para valorização, mas de forma mais limitada.

Para quem está pensando em entrar agora, o momento exige cautela, já que a assimetria do mercado está ligeiramente mais negativa. O potencial de retorno começa a diminuir em relação ao risco assumido. Assim, o investidor tem a opção de fazer aportes menores ou escolher por ações com maior potencial de retorno elevando o risco da carteira.

Fluxo Investidor B3

Os investidores estrangeiros acumulam uma entrada líquida de R$ 9,6 bilhões até o dia 23 de maio, marcando o maior aporte desde agosto do ano passado. O fluxo positivo ocorre após uma leve saída de R$ 133 milhões registrada em abril, indicando uma retomada do interesse externo pelos ativos brasileiros.

Por outro lado, os investidores institucionais mantêm o movimento de retirada, com uma saída líquida de R$ 6 bilhões em maio. Em 2025, o saldo já chega a R$ 19,4 bilhões negativos, refletindo a continuidade do desengajamento desse grupo ao longo dos últimos 12 meses.

Os investidores pessoa física contribuíram positivamente neste mês, com uma entrada líquida de R$ 35 milhões. No acumulado do ano o saldo permanece positivo em R$ 3,6 bilhões, evidenciando uma postura mais resiliente e de longo prazo diante da volatilidade recente do mercado.

Defensivo / Agressivo – (beta)

Desde o início de março, o investidor tem demonstrado apetite por ações mais agressivas, com betas superiores a 1, sinalizando confiança na busca por retornos acima do Ibovespa. Esse comportamento reflete uma postura otimista, mesmo com a bolsa operando em níveis históricos.

Não houve mudança significativa no perfil de risco das alocações, o que reforça a percepção de que o mercado acredita na proximidade da Selic terminal — ou seja, o ponto mais alto do ciclo de aperto monetário —, antecipando um possível início de corte de juros nos próximos meses. Esse cenário favorece ativos mais sensíveis ao ciclo econômico e explica a manutenção da exposição a papéis de maior volatilidade.

Expectativa Lucros por Ação (LPA)

As últimas projeções de lucro por ação (LPA) revelam trajetórias divergentes entre os três principais grupos de ações no Brasil. Para o Ibovespa, o mercado espera que o LPA cresça 9,76% em 2025, desacelere para 4,51% em 2026 e volte a acelerar a 12,77% em 2027. Contudo, as revisões do 2º trimestre cortaram em -4,34% e -2,40% as estimativas para 2025-26, enquanto adicionaram 6,01% a 2027, sugerindo ajuste de curto prazo, mas confiança no longo.

Nas exportadoras, o quadro é mais volátil. Depois de um avanço projetado de 43,01% no LPA em 2025, as estimativas apontam queda de -13,61% em 2026 e -9,40% em 2027. A revisão trimestral reforça o pessimismo imediato, reduzindo as previsões em -7,88% e -9,15%, com leve recuo de -1,96% para 2027.

Já as small caps permanecem o destaque. O mercado calcula saltos de LPA de 67,35% em 2025, 32,55% em 2026 e impressionantes 70,15% em 2027. Mesmo com corte de -5,45% nas projeções de 2025, as revisões trimestrais elevaram as de 2026 em 13,00% e as de 2027 em robustos 51,42%, evidenciando o maior potencial de crescimento desse segmento.

Target Ibovespa para os próximos 12 meses: elevamos para 161.200 pontos

Elevamos a projeção de pontuação-alvo do Ibovespa para os próximos 12 meses para 161.200 pontos, nível que representa 1 desvio padrão acima da média das estimativas do nosso estudo. Essa revisão se apoia em uma combinação de fatores favoráveis ao mercado brasileiro.

Entre os principais vetores estão o movimento de rotação global de portfólios, que deve beneficiar emergentes como o Brasil, o enfraquecimento do dólar, a expectativa de início do ciclo de queda de juros no final de 2025 e a possibilidade, ainda distante, de uma alternância de poder no cenário político nacional. Esses elementos somam-se ao fato de que a bolsa brasileira segue negociando a múltiplos atrativos, com o P/L (preço/lucro) projetado ainda com 1 desvio padrão abaixo da média histórica.

A liquidez do mercado brasileiro e o desconto relativo frente a outras bolsas globais reforçam o potencial de valorização. No entanto, eventos como uma recessão mais profunda nos Estados Unidos ou uma deterioração fiscal doméstica acima do que o mercado já precifica poderiam contrariar essa projeção. Mantemos, portanto, uma visão construtiva, mas atenta aos riscos.

BTC – Aluguel de Ações

Tabela de Múltiplos e dados operacionais

🧬 Genoma 2.0

O Genoma Ações foi atualizado e agora conta com um novo modelo de recomendações, projetado para atender de forma abrangente às necessidades dos investidores. Com essa evolução, a cobertura foi expandida para incluir todas as mais de 200 empresas listadas na B3, oferecendo uma visão detalhada e completa do mercado acionário brasileiro. Essa atualização marca um avanço significativo, permitindo que investidores tenham acesso a análises mais amplas e precisas.

O método aprimorado combina abordagens quantitativas e qualitativas, utilizando a técnica de Análise de Fatores (Factor Investing). Essa metodologia possibilita a criação de uma lista de recomendações de ações, onde cada papel possui um preço-alvo e um fator de ponderação associado. O objetivo é facilitar o processo de tomada de decisão e otimizar a construção de carteiras, garantindo que os investidores possam identificar as melhores oportunidades de acordo com seus objetivos.

Um ponto crucial do novo algoritmo do Genoma é sua capacidade de avaliar o ciclo de fundamentos de cada empresa, integrando essa análise com um modelo de precificação de ativos. Ele se baseia nos resultados operacionais das companhias e nas expectativas do mercado para o futuro de cada ação. Contudo, é importante destacar que o modelo não considera fatores externos, como condições macroeconômicas ou eventos exógenos, focando exclusivamente nos fundamentos e projeções específicas das empresas.

Com essa atualização, o Genoma Ações reafirma seu compromisso em oferecer uma ferramenta robusta e prática para investidores de todos os níveis. Ao aliar tecnologia de ponta e expertise em análise de mercado, o Genoma se consolida como um aliado estratégico na busca por melhores resultados no mercado acionário.

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