Os ativos brasileiros estão sendo negociados com desconto em comparação à sua média histórica, refletindo uma performance inferior em relação aos seus equivalentes globais. Este cenário é em grande parte resultado da recente desvalorização das ações de Petrobras e Vale, impactando negativamente o mercado como um todo. Essa queda nos preços resultou em uma assimetria positiva tanto para o Ibovespa quanto para as Small Caps, indicando um momento potencialmente oportuno para investimentos. Além disso, as projeções de lucro, especialmente para as empresas exportadoras, estão mostrando um aumento significativo, sugerindo perspectivas positivas para o mercado acionário brasileiro, apesar dos desafios atuais.
Valuations
Ibovespa está sendo negociado a 8,0x P/L projetado para os próximos 12 meses, vs média histórica de 11,0x, desconto de 27% sobre sua média.
Agora, se considerarmos as ações do Ibovespa (excluindo Petrobras e Vale), o índice está sendo negociando a 10,2x P/L, projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,2x), com desconto de 17% sobre sua média.
Ações de empresas ligadas a economia doméstica estão sendo negociadas a 9,7x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,1x) e desconto de 19% sobre sua média.
Quando levarmos em consideração apenas as empresas exportadoras, tais ações estão sendo negociadas a 6,9x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,0x) e desconto de 32% sobre sua média.
As empresas de menor capitalização, Small Caps, estão sendo negociadas a 9,7x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (14,4x) e desconto de 33% sobre sua média.
Já as Mid-Large Caps estão sendo negociadas a 7,8x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,8x) e desconto de 28% sobre sua média.
Earnings yield
O Earnings yield do Ibovespa segue acima da sua média histórica e com taxa de retorno superior a média de retorno dos juros da NTN-B de 10 anos, mesmo após a alta recente. Mais um sinal de atratividade da bolsa brasileira.
Preço/Lucro (PE) projetado por setor
Desempenho em 2024
A performance do Ibovespa tem sido mais modesta quando contrastada com os mercados internacionais, especialmente em relação às bolsas dos EUA, países emergentes e China. Essa tendência reflete nuances específicas do mercado brasileiro. Notavelmente, setores internos apresentam resultados acima da média do Ibovespa ao longo do ano, um fenômeno que merece atenção. A influência negativa de gigantes como Petrobras e Vale contribui para essa discrepância. Por outro lado, observa-se um crescente interesse por empresas voltadas ao mercado doméstico, que parecem se destacar neste contexto. Esse cenário sugere uma reavaliação das estratégias de investimento, com potencial para valorizar setores que demonstram resiliente desempenho, contrapondo-se à volatilidade das commodities e ao impacto de fatores externos na performance geral do índice.
Assimetria: Ibovespa e Small Caps com assimetria positiva
O Ibovespa está se alinhando à sua média de seis meses, flutuando entre 124.800 e 137.600 pontos. Esta variação sugere que, em um cenário de desvalorização, o nível de 124.800 pontos pode atuar como um suporte robusto, potencialmente atraindo novos investidores, enquanto 137.600 pontos poderia emergir como uma resistência considerável.
Similarmente, o índice de Small Caps se posiciona próximo à sua média semestral, marcando 2.170 pontos. Este alinhamento com o Ibovespa indica que ambos os índices compartilham uma assimetria positiva para novas entradas, sugerindo oportunidades para investidores em busca de valor no mercado acionário brasileiro.
Fluxo Investidor B3
Em março, observamos o terceiro mês consecutivo de saída de capital estrangeiro, com uma retirada acumulada de R$ 4,5 bilhões no mês e R$ 21,9 bilhões no ano. Em contrapartida, o investidor local tem mostrado um interesse na aquisição de ações, especialmente o investidor pessoa física, que lidera esse movimento de compra. Até o momento, o saldo do investidor pessoa física é positivo em quase R$ 9,8 bilhões no ano. Além disso, o investidor institucional, que vinha de um período de retirada em 2023, agora registra um saldo positivo aproximado de R$ 1,7 bilhões no ano, marcando uma mudança significativa em sua postura de investimento em comparação com o ano passado.
BTC – Aluguel de Ações
Expectativa Lucros por Ação (LPA)
As projeções para o Ibovespa e seus segmentos específicos até o ano de 2026 desenham um cenário de marcados contrastes e tendências variadas, refletindo as complexidades do mercado de ações brasileiro. Esta análise visa oferecer uma perspectiva clara sobre o que esperar nos próximos anos, desvendando as dinâmicas entre diferentes setores da economia.
Perspectiva Geral do Ibovespa
O Ibovespa apresenta uma perspectiva otimista, com um crescimento anual projetado de 12,54% para 2024, seguido por 5,11% em 2025, e uma aceleração para 8,34% em 2026. Em termos trimestrais, o crescimento se mantém forte, indicando uma tendência positiva sustentada ao longo dos anos.
Ibovespa Excluindo Petrobras e Vale
Contrastando com a visão geral do Ibovespa, o índice excluindo Petrobras e Vale projeta uma trajetória negativa acentuada. Espera-se uma queda anual de -16,67% em 2024, piorando para -23,77% em 2025 e -24,30% em 2026. Essa tendência declinante é ainda mais pronunciada em uma base trimestral, sugerindo desafios significativos para as empresas fora do domínio das duas gigantes.
Empresas Ligadas à Economia Doméstica
As empresas ligadas à economia doméstica enfrentam um cenário ainda mais desafiador, com quedas anuais previstas de -23,68% em 2024, -30,43% em 2025, e -30,64% em 2026. Essas projeções, exacerbadas em análises trimestrais, refletem as dificuldades que o setor doméstico pode enfrentar em um contexto de volatilidade econômica e incertezas internas.
Exportadoras
Em contraste, o segmento de exportadoras destaca-se positivamente, com um crescimento projetado de 14,16% em 2024, uma leve desaceleração para 0,53% em 2025, seguido por um robusto 15,46% em 2026. O desempenho trimestral também é promissor, especialmente com uma impressionante previsão de 19,14% de crescimento para o último trimestre de 2026, sublinhando o potencial resiliente do setor exportador frente às flutuações do mercado global.
Small Caps
As Small Caps, representando empresas de menor capitalização, mostram uma tendência de recuperação gradual após um período de retração, com quedas anuais de -11,95% em 2024, -9,38% em 2025, melhorando para -3,28% em 2026. A análise trimestral aponta para uma atenuação das perdas ao longo do tempo, sugerindo um ajuste progressivo e possível retorno ao crescimento.
Nosso Target para o Ibovespa: 151.000 pontos
Atualmente, mantemos nossa pontuação-alvo para o Ibovespa em 151.000 pontos, o que representa um desvio padrão acima de sua pontuação-alvo média, que seria justificada por um equilíbrio entre um cenário negativo e positivo.
Essa estimativa leva em consideração a expectativa de que a maioria das empresas listadas no Ibovespa estará na fase de recuperação do ciclo microeconômico, combinada com a previsão de uma redução da taxa Selic para abaixo de dois dígitos.
Em um cenário mais otimista, onde os riscos potenciais negativos são atenuados, o Ibovespa poderia alcançar um patamar ainda mais elevado, chegando a 165.500 pontos. Essa valorização seria viável se, ao longo do próximo ano, o mercado acionário brasileiro evoluísse para um contexto de expansão dos resultados corporativos e de um pouso suave (“soft landing”) da economia norte-americana, evitando assim grandes turbulências econômicas.
Contudo, há também a possibilidade de um cenário menos favorável. Caso eventos negativos ganhem força, especialmente uma “hard landing” da economia dos Estados Unidos ou uma deterioração nas contas públicas do Brasil, o Ibovespa poderia enfrentar uma queda acentuada, possivelmente recuando para cerca de 114.600 pontos.
Tabela de Múltiplos e dados operacionais
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