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Publicado em 22 de Novembro às 07:15:45

Estratégia em Ação – Novembro de 2023 (Update)


A recente movimentação no mercado de ações brasileiro foi marcada por uma forte tendência positiva, impulsionada pelos preços atrativos das ações e pela queda dos juros, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Essa tendência colocou as ações brasileiras em destaque, inclusive em comparação com outras bolsas globais. Os níveis de valuation dessas ações continuaram atrativos, contribuindo para esse movimento ascendente.

Contudo, é importante considerar que, no curto prazo, o mercado pode enfrentar desafios devido à intensidade e rapidez dessa alta recente. Tais movimentos rápidos de valorização podem levar a ajustes ou correções temporárias, conforme os investidores reavaliam suas posições e o mercado se estabiliza.

Apesar dessas possíveis volatilidades de curto prazo, as perspectivas para o mercado acionário brasileiro permanecem positivas. Há uma expectativa particularmente otimista para as empresas de menor capitalização, que tendem a apresentar melhores assimetrias de risco e retorno.

Valuations

Ibovespa está sendo negociado a 8,2x P/L projetado para os próximos 12 meses, vs média histórica de 11,0x, desconto de 26% sobre sua média.

Agora, se considerarmos as ações do Ibovespa (excluindo Petrobras e Vale), o índice está sendo negociando a 10,1x P/L, projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,2x), com desconto de 17% sobre sua média.

Ações de empresas ligadas a economia doméstica estão sendo negociadas a 9,7x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,0x) e desconto de 20% sobre sua média.

Quando levarmos em consideração apenas as empresas exportadoras, tais ações estão sendo negociadas a 7,0x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,1x) e desconto de 30% sobre sua média.

As empresas de menor capitalização, Small Caps, estão sendo negociadas a 9,7x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (14,6x) e desconto de 34% sobre sua média.

Já as Mid-Large Caps estão sendo negociadas a 8x P/L projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (10,8x) e desconto de 26% sobre sua média.

Earnings yield

Recente observamos uma diminuição nas preocupações relacionadas ao aumento das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos e às incertezas sobre a política fiscal do Brasil. Agora, parece haver um certo alívio nas taxas, impulsionado por políticas mais amenas dos bancos centrais.

O Comitê de Política Monetária (COPOM) no Brasil sinalizou que pode haver mais cortes na taxa de juros, possivelmente de 0,50 pontos percentuais. Essa perspectiva mais suave é compartilhada pelo Federal Open Market Committee (FOMC) nos EUA, que indicou que o aumento atual dos juros de dez anos pode ser suficiente para moderar a economia, sugerindo que o ciclo de aperto monetário pode estar se aproximando do fim.

Esse sentimento foi reforçado por dados recentes do mercado de trabalho americano, que vieram abaixo das expectativas, contribuindo para a visão de que a alta dos juros pode estar chegando ao seu limite. Portanto, o mercado está interpretando esses sinais como indícios de que o período de alta dos juros pode estar dando uma pausa, o que geralmente é visto como positivo para os investimentos em ações e outros ativos de risco.

Efeito queda da Selic nas Small Caps

O Banco Central reduziu a taxa Selic de 13,75% para 12,25%. Esta é uma boa notícia para o mercado, pois taxas de juros mais baixas tendem a estimular investimentos. E se essa tendência de corte continuar, o Ibovespa (principal índice da bolsa brasileira) pode se beneficiar ainda mais.

Para se ter uma ideia: no último ciclo de alta da Selic, que durou 15 meses, a taxa subiu 11,75%. Isso acabou prejudicando empresas ligadas à economia brasileira.

Um estudo que fizemos mostrou que, desde 2005, cada queda de 1% na Selic levou a uma alta de 8% no Ibovespa. E nos últimos ciclos de queda da taxa de juros, o Ibovespa valorizou em média 33%, enquanto a Selic caiu em média 5,25 pontos percentuais.

Isso sugere que menos juros podem ser bons para a bolsa. Mas, como sempre, é preciso ficar de olho no cenário econômico mais amplo e em fatores internacionais que podem afetar o mercado.

Preço/Lucro (PE) projetado por setor

Desempenho em 2023

O mercado de ações tem mostrado sinais encorajadores, recuperando-se das quedas que marcaram os últimos três meses. Além disso, a crescente confiança em uma desaceleração econômica controlada, conhecida como “soft landing”, nos Estados Unidos, tem sido um fator chave. O mercado de ações local tem respondido de maneira positiva a essas mudanças, beneficiando-se principalmente do fato de que as ações estão sendo negociadas a preços abaixo dos seus valores históricos.

Assimetria: curto prazo prejudicado pela alta recente

Após uma fase de alta nas últimas semanas, impulsionada pelo reposicionamento dos investidores para o rali de final de ano e pela retomada do interesse do investidor estrangeiro, o Ibovespa agora se encontra em uma zona de atenção, situando-se entre 1 e 2 desvios padrão acima de sua média de seis meses. Historicamente, quando o Ibovespa atinge esse nível, geralmente é seguido por um período de correção ou estabilização.

Embora esse patamar não seja um impeditivo para novas entradas no mercado, recomenda-se maior seletividade na escolha de ações. Essa cautela é aconselhável porque, nesse nível, o índice pode estar mais propenso a ajustes, seja em resposta a fatores internos ou externos.

Em contraste, o índice de Small Caps ainda está alinhado com sua média de seis meses, indicando que ainda pode haver espaço para valorização no curto prazo.

Fluxo Investidor B3

Nas últimas duas semanas, o mercado financeiro brasileiro testemunhou uma notável entrada de capital estrangeiro, totalizando R$ 9,4 bilhões. Este influxo elevou o total do mês de novembro para R$ 11,3 bilhões, marcando o primeiro mês de entrada líquida após três meses consecutivos de saídas, que somaram R$ 17,7 bilhões. Esse retorno vigoroso do investidor estrangeiro aos ativos locais indica uma mudança significativa no sentimento em relação ao mercado brasileiro.

No entanto, o cenário para o investidor local, abrangendo tanto instituições quanto pessoas físicas, foi inverso. Observou-se uma retirada total de R$ 12,4 bilhões nos últimos dez dias. Especificamente, a saída de capitais de pessoas físicas alcançou R$ 4,4 bilhões, com um saldo acumulado no mês de R$ 5,9 bilhões. Este mês marca o primeiro fluxo negativo para as pessoas físicas desde junho deste ano. Já o investidor institucional continua retirando-se da bolsa brasileira, com um total acumulado de R$ 8,3 bilhões em novembro e R$ 41,7 bilhões no ano, representando o menor nível de participação em 2023.

Esses movimentos refletem uma dinâmica interessante no mercado de ações brasileiro, com um claro contraste entre o comportamento dos investidores estrangeiros e locais, evidenciando diferentes perspectivas e estratégias de investimento em relação ao mercado brasileiro

Defensivo / Agressivo – (beta)


O recente movimento de alta no mercado financeiro foi caracterizado por uma abordagem mais agressiva por parte dos investidores, evidenciada pelo desempenho superior de ações consideradas mais agressivas, com betas maiores do que 1, em comparação às ações defensivas. Esse padrão de desempenho mais forte das ações agressivas não era observado desde meados de setembro.

A preferência por ações com betas mais elevados indica que os investidores estão buscando ativos que tendem a experimentar movimentações mais intensas do que a média do mercado. Este comportamento sugere um alto nível de confiança por parte dos investidores em suas estratégias de investimento, particularmente na busca por opções que ofereçam potencial de ganhos significativos. Tal postura é alinhada com o conceito de se posicionar para o tradicional rali de final de ano, onde investidores tendem a buscar ativos com maior potencial de valorização em um curto período.

Esse otimismo e a disposição para assumir riscos maiores podem ser interpretados como um sinal de expectativas positivas em relação ao desempenho do mercado no curto prazo, refletindo uma percepção de que as condições estão favoráveis para investimentos mais ousados.

BTC – Aluguel de Ações

Nas últimas duas semanas, após o encerramento da temporada de balanços, o mercado de ações brasileiro viu um aumento na busca por aluguel de ações em setores específicos. Os setores de Mineração e Siderurgia, Papel e Celulose e Varejo foram particularmente impactados por esse movimento, indicando que os investidores podem estar adotando uma postura mais cautelosa ou especulativa em relação a esses setores.

Em contraste, setores como bens de capital, tecnologia (tech) e utilidades públicas apresentaram um desempenho mais robusto, com uma redução na procura pelo aluguel de suas ações. Isso sugere uma percepção mais positiva do mercado em relação a esses setores, possivelmente devido a resultados corporativos mais fortes ou expectativas otimistas para o futuro.

Empresas como Mobly, Gerdau Metalúrgica e CBA experimentaram um aumento na demanda pelo aluguel de suas ações, enquanto Petz, Ambipar e Metal Leve viram uma diminuição na procura por aluguel. Estas variações podem refletir as diferentes percepções dos investidores sobre o potencial de cada empresa e suas respectivas ações.

O aluguel de ações é frequentemente utilizado por investidores que buscam se posicionar para operações de venda a descoberto, onde apostam na queda dos preços das ações. Assim, essas tendências podem fornecer insights sobre as expectativas do mercado em relação a certos setores e empresas.

Temporada de Balanços

Os resultados do 3º trimestre de 2023 revelaram uma perspectiva mais positiva sobre os desempenhos corporativos, mostrando que, mesmo diante de um cenário econômico desafiador, a maioria das empresas apresentou surpresas positivas em suas principais linhas de balanço.

A expectativa de queda dos juros contribui para um clima de otimismo no mercado, indicando que os investidores estão antecipando uma possível melhora nas condições econômicas. Esse otimismo em relação à política monetária e às taxas de juros influencia positivamente as expectativas dos investidores, refletindo-se no desempenho das empresas e na confiança do mercado.

combinação de resultados corporativos fortes com um cenário de juros decrescentes pode criar um ambiente favorável para o crescimento e a valorização das empresas, potencialmente impulsionando os mercados de ações nos próximos anos.

Tabela de Múltiplos e dados operacionais

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