A semana foi marcada pela divulgação de diversos dados macroeconômicos no Brasil, EUA e China, gerando incertezas sobre as próximas decisões de política monetária. No Brasil, vendas no varejo e volume de serviços superaram as expectativas, enquanto nos EUA, a inflação também excedeu as estimativas dos investidores. Na China, dados sobre o mercado imobiliário impactaram negativamente o minério de ferro. Como consequência, o Ibovespa (IBOV) registrou a pior performance semanal entre os ativos monitorados.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real brasileiro (BRL) registrou uma desvalorização de 0,21% em relação ao dólar na última semana. O desempenho do real ficou aquém dos seus principais pares globais.

Curva de Juros
A semana registrou um aumento nas taxas da curva de juros no Brasil, motivado por uma série de eventos macroeconômicos tanto locais quanto internacionais. No cenário doméstico, os números referentes a vendas no varejo e volume de serviços superaram as expectativas, indicando uma economia mais aquecida do que o previsto. Já nos Estados Unidos, os recentes dados sobre inflação ao consumidor e ao produtor vieram acima do esperado, exercendo pressão sobre as treasuries americanas. Essa conjunção de dados vem levando o mercado a ajustar as expectativas em relação às trajetórias de juros, tanto no Brasil quanto nos EUA, especialmente em vista da chamada Super Quarta na semana seguinte, que trará decisões importantes sobre a política monetária de ambas as nações.
Veja o calendário econômico para a próxima semana.
Para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM), o mercado financeiro está antecipando cortes na taxa Selic. As expectativas atuais indicam reduções de 0,50 ponto percentual para as reuniões de março e maio. Já para a reunião de junho, existe uma divisão de opiniões entre um corte de 0,50 ponto percentual e um mais moderado, de 0,25 ponto percentual. Prevê-se que a partir de agosto, o ritmo de cortes na taxa Selic diminua, estabilizando-se em 0,25 ponto percentual.
Essas projeções sugerem que a taxa Selic possa terminar o ano de 2024 em 9,75% ao ano, acima do patamar previsto na semana passada, quando o mercado precifica uma Selic terminal em 9,25% ao ano.

Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre 07 e 13 de março, o mercado de ações brasileiro manteve a tendência de saída de capital estrangeiro, com um total de R$ 3,9 bilhões. Esse movimento amplia a retração do investimento estrangeiro para um acumulado anual de R$ 23,4 bilhões, sinalizando cautela por parte desses investidores em relação ao mercado brasileiro, e justificado pela alta do yields nos EUA, situação complexa em relação a economia chineses e ruídos políticos.
Por outro lado, os investidores locais mostraram um comportamento oposto, demonstrando confiança e injetando capital no mercado. Durante esse mesmo período, os investidores institucionais apresentaram uma entrada de R$ 875 milhões, enquanto as pessoas físicas apresentaram uma entrada de R$ 2,1 bilhões. Com essas movimentações, o saldo do investidor institucional no ano está em R$ 2,1 bilhão, com um saldo positivo de R$ 1,8 bilhão em março. Para o pessoa física, no ano há uma entrada de R$ 10,8 bilhões, enquanto no mês de março temos um entrada de R$ 2,9 bilhões.