A semana foi positiva para as principais bolsas globais, incluindo emergentes e commodities. No entanto, na contramão do mercado, houve uma semana de queda, em dólares, para a bolsa brasileira, principalmente para as ações de menor capitalização. Em uma semana de queda das taxas de juros nos EUA e do VIX, índice do medo, os ativos brasileiros apresentaram um desempenho aquém da média global. O investidor global segue animado após uma boa safra de balanços corporativos e expectativas renovadas sobre cortes das taxas de juros nos EUA. Por aqui, ações apresentaram desempenho negativo principalmente após decisão dividida do COPOM, que trouxe receio ao mercado sobre as futuras decisões de política monetária.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 1,34% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) bem abaixo da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes
Curva de Juros
A semana foi de alta (abertura) para a curva de juros que voltou a ser precificada no patamar mais alta das últimas 4 semanas. Na última quarta-feira tivemos a reunião do COPOM, que decidiu por uma redução no ritmo de corte da Selic para 0,25 p.p., diferente dos últimos cortes em que houve uma redução de 0,50 p.p. A grande questão ficou pelo modo com que essa decisão ocorreu, já que não foi unânime, sendo 5 votos a favor de um corte de 0,25 p.p. e 4 votos a favor de corte de 0,50 p.p. Essa decisão passou uma mensagem negativa para o mercado, já que os membros que votaram a favor de um corte maior foram indicados pelo atual governo e assim, para o próximo ano quando serão maioria, espera-se que as futuras decisões possam sofrer interferência do governo, saindo do campo técnico.
As expectativas para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM) estão divididas entre a manutenção e mais corte na taxa Selic de 0,25 ponto percentual na reunião de junho. Após a decisão de junho, não se espera que a Selic seja reduzida mais neste ano. Sendo assim, com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic possa encerrar 2024 em 10,25% ao ano, mesmo patamar precificado na semana anterior.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre 2 e 8 de maio, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada de capital estrangeiro de R$ 2,3 bilhões, diminuindo a retração acumulada para R$ 31,9 bilhões no ano. Este movimento pode indicar uma mudança na postura do investidor estrangeiro em relação ao Brasil, especialmente após a decisão de política monetária pelo Fed em 1 de maio, que sinalizou um cenário improvável de alta de juros nos EUA e redução no ritmo de redução do balanço do Fed.
Por outro lado, os investidores institucionais registraram uma saída de R$ 1,6 bilhão, e as pessoas físicas uma saída de R$ 515 milhões. O saldo anual para os investidores institucionais foi reduzido para R$ 4,6 bilhões, com uma saída acumulada em maio de R$ 1,6 bilhão somente. Para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 16,2 bilhões, com R$ 515 milhões sendo retirados em maio.