Mesmo diante de dados sobre o mercado de trabalho nos EUA que levaram a uma realização de lucros nas principais bolsas globais, ainda assim, tivemos uma semana positiva para ações no mundo. E mais uma vez, as ações brasileiras ficaram para trás, diante das elevações das percepções de risco Brasil, que por sua vez impactaram negativamente o desempenho do Real frente ao dólar e da curva de juros.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 0,86% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) bem abaixo da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes. O desempenho só não foi pior do que o do peso colombiano e mexicano. No caso do México, o mercado reagiu aos resultados das eleições no último final de semana.
Curva de Juros
Juros futuros têm semana de alta, com abertura da curva, pressionados pela movimentação dos yields nos EUA, diante de dados de emprego nos EUA acima do esperado, a menos de uma semana da decisão do FOMC. Ainda nessa semana, foi divulgado o PIB do Brasil, que cresceu 0,8% no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior, superando a estimativa de expansão de 0,7%. O dado anterior foi revisado de estabilidade para uma queda de 0,1%. Gastos do consumidor cresceram 1,5% no comparativo trimestral, em contraste com a queda de 0,3% no quarto trimestre de 2024. Os gastos do governo ficaram estáveis, após uma alta anterior de 0,9%, e os investimentos subiram 4,1%, após uma alta de apenas 0,5% no trimestre anterior.
As expectativas para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM) variam entre a manutenção e mais um corte na taxa Selic de 0,25 ponto percentual na reunião de junho, que ocorre no próximo dia 19 de junho, sendo que a maior probabilidade hoje recai para uma manutenção dos juros em 10,5% ao ano, encerrando assim o ciclo de baixa da Selic. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 10,50% ao ano, mesmo patamar previsto na semana anterior. Porém, é importante mencionar que o mercado está dividido entre uma manutenção em 10,5% ao ano e uma elevação de 0,25% na última reunião de dezembro.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre 28 de maio e 5 de junho, o mercado de ações brasileiro registrou uma saída de capital estrangeiro de R$ 3,2 bilhões, aumentando a retração acumulada para R$ 37,5 bilhões no ano. Esse movimento reforça o sentimento de cautela do investidor global frente aos fundamentos do Brasil.
Em relação aos investidores institucionais, houve uma entrada de R$ 627 milhões, e as pessoas físicas compraram R$ 1,3 bilhão. O saldo anual para os investidores institucionais subiu para R$ 3,1 bilhões, com uma entrada acumulada em junho de R$ 23 milhões. Para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 20 bilhões, com R$ 817 milhões de entrada em maio.