Após a semana anterior ser marcada pelo início da flexibilização monetária nos EUA, o destaque desta semana ficou por conta do anúncio de uma nova rodada de estímulos na China. O Banco Popular da China (PBoC) anunciou uma série de medidas de estímulo, incluindo a redução do compulsório bancário, injetando mais de 1 trilhão de iuanes no sistema financeiro. Essas ações fazem parte de um pacote mais amplo, que inclui flexibilizações nas regras de compra de imóveis em megacidades como Xangai e Shenzhen, em uma tentativa de revitalizar o setor imobiliário.
Como consequência, ações chinesas, de países emergentes e commodities lideraram os movimentos positivos da semana, refletindo o otimismo em torno dessas medidas de estímulo econômico.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma valorização de 1,39% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) acima da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.
Curva de Juros
Os juros futuros subiram após a divulgação de indicadores de emprego mais fortes no Brasil, refletindo a citação do mercado de trabalho aquecido no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e a aceleração maior que o esperado do IGP-M. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em uma palestra, mencionou que os números de inflação no Brasil têm mostrado melhora marginal, mas ainda existem componentes que exigem cautela. Ele também ressaltou a importância de ser transparente sobre os números fiscais.
O tom hawkish do relatório de inflação se destacou com a alta na projeção do IPCA para 3,5% no 2º trimestre de 2026, que passa a ser o horizonte relevante para as próximas reuniões. Durante uma coletiva, Campos Neto explicou que o Banco Central não deu guidance porque, no momento, não há um valor positivo em fornecer diretrizes claras, além de enfatizar que o ciclo está em aberto e que não houve debate sobre um aumento de 0,50 p.p. no último Copom.
Após a última decisão do COPOM, o mercado passou a precificar mais duas altas de juros até o final do ano, com incrementos de 0,50 p.p. nas próximas duas reuniões. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11,75% ao ano, mesma projeção da semana anterior. Para 2025, espera-se que a Selic encerre o ano entre 12,50% e 12,75% ao ano.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre os dias 19 e 25 de setembro, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada de capital estrangeiro de R$ 1,5 bilhão, reduzindo a saída acumulada no ano para R$ 27,6 bilhões. Em relação aos investidores institucionais, houve uma saída de R$ 1,2 bilhão, enquanto as pessoas físicas compraram R$ 777 milhões. O saldo anual dos institucionais mostra uma saída de R$ 23,7 bilhões, com um acumulado negativo em setembro de R$ 2,2 bilhões. Já para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 22,6 bilhões, com R$ 2,6 bilhões de entrada no mês de setembro.