A semana foi positiva para a maioria das classes de ativos, com exceção do Dólar Global (DXY) e as Commodities, que tiveram um desempenho baixista. O destaque de alta foi o desempenho da bolsa chinesa, impulsionado pelas últimas ações do governo. Um ponto de atenção foi o resultado da Nvidia, que superou as expectativas e reacendeu o otimismo dos investidores em relação às bolsas de países desenvolvidos. No Brasil, o Ibovespa (IBOV) teve um desempenho inferior aos de outros países emergentes, embora as Small Caps tenham se destacado positivamente. Esse movimento parece ter sido influenciado pela entrada de investidores institucionais e pela temporada de balanços.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real brasileiro (BRL) registrou uma desvalorização de 0,58% em relação ao dólar na última semana. Movimento foi influenciado pela alta dos yields nos EUA, assim como o Real, outras moedas de países emergentes também passaram por um movimento de desvalorização.
Curva de Juros
Para os vencimentos mais curtos, refletindo as expectativas do mercado sobre a condução da política monetária, observou-se um fechamento da curva em relação à semana passada, embora ainda estejamos em um patamar alto em comparação a um mês atrás. Por outro lado, os vencimentos intermediários e mais longos apresentaram mais uma semana de abertura nos juros, refletindo as expectativas do mercado em relação à política fiscal e também influenciados por uma semana positiva para as treasuries nos EUA. A semana foi marcada pela divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), bem como por um leilão de títulos do tesouro americano que teve impactos significativos no mercado.
Veja o calendário econômico para a próxima semana.
Para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM), o mercado financeiro está antecipando uma série de cortes na taxa Selic. As expectativas atuais indicam reduções de 0,50 ponto percentual para as reuniões de março e maio. Já para a reunião de junho, existe uma divisão de opiniões entre um corte de 0,50 ponto percentual e um mais moderado, de 0,25 ponto percentual. Prevê-se que a partir de agosto, o ritmo de cortes na taxa Selic diminua, estabilizando-se em 0,25 ponto percentual.
Essas projeções sugerem que a taxa Selic possa terminar o ano de 2024 em 9,50% ao ano, mesmo patamar de precificação da semana anterior.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre os dias 15 e 21 de fevereiro, o mercado de ações brasileiro manteve a tendência de saída de capital estrangeiro, com um total de R$ 4 bilhões. Esse movimento amplia a retração do investimento estrangeiro para um acumulado anual de R$ 18 bilhões, sinalizando cautela por parte desses investidores em relação ao mercado brasileiro, e justificado pela alta do yields nos EUA e situação complexa em relação a economia chinesa.
Por outro lado, os investidores locais mostraram um comportamento oposto, demonstrando confiança e injetando capital no mercado. Durante esse mesmo período, os investidores institucionais alocaram R$ 1,3 bilhão, enquanto as pessoas físicas contribuíram com R$ 650 milhões. Com essas movimentações, o saldo do investidor institucional no ano subiu para quase R$ 3,6 bilhões, com um saldo positivo de R$ 4,2 bilhões apenas em fevereiro.
Notavelmente, o investidor pessoa física segue como principal comprador do ano, acumulando um saldo positivo de R$ 6,9 bilhões e uma entrada de R$ 2,8 bilhões em fevereiro. Esse cenário ilustra um aumento significativo na participação dos investidores locais no mercado de ações brasileiro, contrastando com a retirada contínua dos capitais estrangeiros.