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Publicado em 21 de Fevereiro às 17:21:39

Expresso Bolsa Semanal: China; Terrific Ten; Rotação; Lula perde aprovação

A semana foi positiva para Ouro, China, Commodities e mercados emergentes. A economia chinesa mostra sinais de recuperação, impulsionada pelo crescimento do crédito e suporte fiscal, apesar dos desafios estruturais.

O mercado imobiliário chinês melhora gradualmente. Trump adota postura mais branda, e valuations atrativos impulsionam ações na China. Empresas de tecnologia chinesas (Terrific Ten) ganham força, reduzindo a distância em relação às Mag7 americanas, favorecidas pelo crescimento e estímulos governamentais após o evento DeepSeek.

Nos EUA, o mercado de ações teve desempenho fraco. A desaceleração das vendas no varejo e indicadores como PMI sugerem um cenário favorável à queda dos juros, beneficiando ativos de risco. Ao mesmo tempo em que um debate sobre uma possível inflação semelhante à dos anos 1970 segue nos EUA.

A perda de protagonismo das big techs abre espaço para novas teses de investimento. Hedge funds reduzem exposição às big techs e investem mais em saúde e indústria, refletindo essa mudança estratégica.

No Brasil, a piora na avaliação do governo aumentou incertezas políticas e trouxe impactos nos mercado de juros. O IBC-Br caiu, sinalizando desaceleração econômica. Esse cenário reduz a pressão sobre os juros, permitindo ao Banco Central uma postura mais branda. O mercado ajustou sua projeção para a Selic terminal de 17% no final do ano passado para 14,75%.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Desempenho do Real (BRL)

O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 0,48% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) abaixo da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.

Curva de Juros

A curva de juros fechou em baixa nesta semana, refletindo dados mais fracos da economia americana e o impacto de pesquisas eleitorais no Brasil. Apesar da pressão momentânea dos leilões do Tesouro e tensões geopolíticas, o movimento de queda prevaleceu. O mercado reduziu a precificação de alta da Selic para menos de 50 pontos-base em maio, enquanto espera que o Banco Central mantenha o guidance de mais um corte de 100 pontos-base em março.

A pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira passada reforçou a leitura de que o governo enfrenta dificuldades para responder à queda de popularidade, afetando a percepção de risco dos ativos. Além disso, falas do diretor do BC, Nilton David, também estiveram no radar.

No exterior, os PMIs abaixo do esperado nos EUA aumentaram a percepção de desaceleração econômica, contribuindo para o fechamento da curva. O PMI de serviços caiu para 49,7 (anterior: 52,9), sinalizando contração, enquanto o PMI industrial subiu levemente para 51,6 (anterior: 51,2).

Após a última decisão do Copom, que elevou a Selic em 1 ponto percentual para 13,25% ao ano de forma unânime, o mercado ajustou suas expectativas para as próximas reuniões. Agora, projeta-se que o próximo aumento será de 1 ponto percentual, seguidos por altas de 0,50 ponto percentual e 0,25 ponto percentual para as reuniões subsequentes. A projeção para 2025 foi reduzida em 0,50, estimando-se que a Selic encerrará o ano em 14,75%.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Entre 13 e 19 de fevereiro de 2025, o capital estrangeiro teve mais um movimento significativo, trazendo uma entrada líquida de R$ 1,7 bilhão. Isso quer dizer que mais dinheiro de fora entrou no mercado do que saiu. Essa onda positiva não é algo isolado: desde o começo do mês, já entraram R$ 8,6 bilhões, e se isso se mantiver, será o terceiro mês seguido de entradas, somando R$ 10,2 bilhões desde dezembro do ano passado.

Enquanto os estrangeiros colocam dinheiro, outros grupos estão fazendo o oposto. Os investidores institucionais, como fundos de pensão, gestoras e seguradoras, retiraram R$ 3,7 bilhões nos últimos dias. Essa saída faz parte de um padrão que já dura bastante tempo. Em fevereiro, eles já tiraram R$ 8 bilhões, e se isso continuar, será o décimo mês seguido de saídas, com um total impressionante de R$ 51,1 bilhões ao longo desse período.

Já os investidores pessoa física, aqueles indivíduos comuns que aplicam no mercado, também decidiram tirar dinheiro. Eles retiraram R$ 1,2 bilhão, o que levou a uma saída acumulada de R$ 185 milhões em fevereiro. Se esse número for confirmado, será a primeira vez desde agosto do ano passado que esse grupo retira mais dinheiro do que investe, indo na contramão do que vinha acontecendo.

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