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Publicado em 04 de Outubro às 20:00:00

Expresso Bolsa Semanal: Dados nos EUA pressionam yields e juros no Brasil

A semana foi negativa para as principais bolsas globais, pressionadas pela alta dos yields nos EUA após dados relacionados ao mercado de trabalho e as crescentes tensões no Oriente Médio. Mesmo com esses fatores pesando no cenário global, houve destaques positivos nas commodities e nos mercados emergentes, impulsionados pelas recentes decisões de estímulo do governo chinês, ainda que o mercado da China estivesse fechado devido à Golden Week.

Apesar da elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s, esse fator positivo não foi suficiente para evitar o movimento de baixa nos ativos brasileiros, que acompanharam a tendência global de aversão ao risco.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Desempenho do Real (BRL)

O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 0,41% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) que acompanhou a média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.

Curva de Juros

Os juros futuros fecharam em alta nesta semana, acompanhando o movimento visto nos yields dos Treasuries, em resposta às declarações de Jerome Powell, presidente do Fed, no início da semana. Powell afirmou que o banco central dos EUA não sente estar com pressa para cortar juros e que o ritmo do ajuste dependerá dos dados econômicos. Ele também mencionou que nada sugere uma desaceleração econômica iminente, dado que as revisões para o PIB removeram o risco de baixa para a atividade.

A semana terminou com a divulgação do payroll dos EUA, que surpreendeu positivamente em setembro, mostrando a criação de 254.000 vagas, contra uma estimativa de 150.000. A taxa de desemprego ficou em 4,1%, levemente abaixo da previsão de 4,2%.

A curva de juros no Brasil agora precifica três reuniões seguidas do Copom com aumentos de +0,50pp, levando a taxa Selic a uma projeção final de 13% em julho de 2025. Além disso, os juros futuros também foram pressionados por declarações recentes de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, que afirmou que o governo precisa fazer um movimento de choque fiscal. Uma medida provisória que estende o prazo para dedução de perdas de bancos decorrentes de inadimplência na base de cálculo do IRPJ e da CSLL deve adicionar R$ 16 bilhões em receitas ao Orçamento de 2025.

Após a última decisão do COPOM, o mercado passou a precificar mais duas altas de juros até o final do ano, com incrementos de 0,50 p.p. nas próximas duas reuniões. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11,75% ao ano, mesma projeção da semana anterior. Para 2025, espera-se que a Selic encerre o ano entre 12,27% e 13% ao ano, 0,25% acima da semana passada.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Entre os dias 25 de setembro e 02 de outubro, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada de capital estrangeiro de R$ 90 milhões, reduzindo a saída acumulada no ano para R$ 27,5 bilhões. Em relação aos investidores institucionais, houve uma saída de R$ 237 milhões, enquanto as pessoas físicas resgataram R$ 678 milhões. O saldo anual dos institucionais mostra uma saída de R$ 23,9 bilhões, com um acumulado negativo em setembro de R$ 1 bilhão. Já para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 21,9 bilhões, com R$ 357 milhões de saída no mês de setembro.

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