Depois de semanas com desempenho inferior aos principais pares globais, os ativos brasileiros apresentaram desempenho de destaque, impulsionados pelo noticiário político e dados macroeconômicos mais fracos divulgados nos EUA. No Brasil, a sinalização de compromisso fiscal melhorou o ânimo do mercado, enquanto nos EUA, dados mais fracos relacionados ao mercado de trabalho contribuíram para a continuidade do sentimento positivo. Isso trouxe novas máximas históricas para as ações nos EUA, lideradas mais uma vez pelas empresas de tecnologia/IA.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma valorização de 2,30% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) acima da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes. Movimento foi favorecido pelo noticiário fiscal de pela forte depreciação recente da moeda brasileira.
Curva de Juros
A semana foi de fechamento da curva de juros, ou seja, de queda para as taxas esperadas para os próximos anos. Esse movimento foi influenciado principalmente pelo anúncio do corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, feito pelo ministro Fernando Haddad e autorizado pelo presidente. Lula afirmou que o país nunca será irresponsável fiscalmente. Além disso, a queda dos yields nos EUA também contribuiu para esse fechamento. Nos EUA, dados mais fracos sobre o mercado de trabalho favoreceram esse movimento.
Houve uma inflexão nas perspectivas do mercado, que começaram a precificar um movimento de alta da Selic nas próximas reuniões do COPOM. Hoje, temos um mercado que começa a estimar uma alta de juros já na próxima reunião de agosto, embora ainda não seja um cenário de grande probabilidade. Para a reunião de setembro, temos um mercado dividido entre uma manutenção e uma uma alta de 0,25 p.p., com maior possibilidade de o mesmo movimento se repetir nas próximas reuniões até o final do ano. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11% ao ano, abaixo do patamar previsto na semana anterior, que ficava em 11,25% ao ano.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre os dias 27 de junho e 3 de julho, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada de capital estrangeiro de R$ 2 bilhões, diminuindo a retração acumulada para R$ 38,6 bilhões no ano. Apesar da entrada, ainda existe um sentimento de cautela do investidor global frente aos fundamentos do Brasil por conta dos ruídos políticos e preocupações quanto a condução da política fiscal do país. No mês de junho, temos uma entrada de R$ 1,4 bilhão, se essa entrada for confirmada no mês, seria a primeira desde dezembro do ano passado.
Em relação aos investidores institucionais, houve uma saída de R$ 1,7 bilhão, e as pessoas físicas venderam R$ 152milhões. O saldo anual para os investidores institucionais baixou para uma saída de R$ 126 milhões, com acumulado negativo em julho de R$ 1,7 bilhão. Para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 22,6 bilhões, com R$ 152 milhões de saída em junho, se confirmada a saída até o final do mês, seria a primeira desde dezembro do ano passado.