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Publicado em 24 de Novembro às 16:44:36

Expresso Bolsa Semanal: Feriado nos EUA reduz liquidez global

A semana foi marcada pelo feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos (Thanksgiving), o que resultou em menor liquidez para os ativos globais. A conjuntura foi ainda influenciada por uma agenda macroeconômica fraca, contribuindo para movimentações mais contidas no mercado financeiro.

No Brasil, as empresas de menor capitalização (Small Caps) enfrentaram um período de realização de lucros após experimentarem quatro semanas consecutivas de alta. Esse movimento foi influenciado pela abertura dos juros no Brasil, refletindo o ajuste dos investidores às mudanças nas condições de mercado e na política monetária.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Diante da ausência de grandes eventos macroeconômicos e pelo encerramento da temporada de balanços na semana anterior, os focos de atenção se voltaram para o noticiário corporativo e as realizações de lucros, especialmente após as intensas movimentações observadas na semana anterior.

Um destaque negativo foi a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), que sofreu impacto após o governo de Minas Gerais sinalizar a possibilidade de transferir seus ativos para a União. Essa notícia gerou preocupações entre os investidores, refletindo-se no desempenho das ações da empresa, que enfrentaram reações negativas do mercado.

Desempenho do Real (BRL)


O Real (BRL) registrou uma queda de 0,33% nesta semana, apesar de uma desvalorização do dólar no índice global (DXY). No que diz respeito ao desempenho total, que considera tanto o diferencial de preços quanto os juros, o Real teve um resultado positivo, mas inferior ao de outras moedas de países emergentes.

Um ponto de destaque da semana foi o Peso argentino, que ganhou atenção após a vitória de Ravier Milei nas eleições presidenciais da Argentina no último final de semana. Este evento gerou um impacto significativo no mercado cambial, refletindo a resposta dos investidores às mudanças políticas na Argentina e suas implicações potenciais para a economia do país.

Curva de Juros

Durante uma semana de menor liquidez devido ao feriado de Ação de Graças nos EUA, o mercado financeiro brasileiro operou sem o balizamento dos mercados internacionais nos últimos dias. Entre os aspectos positivos, destaca-se a declaração de Roberto Campos Neto, indicando que a inflação está convergindo e o núcleo dos serviços apresenta bom comportamento.

No entanto, a semana foi também marcada pela divulgação da ata do FOMC, que ressaltou a concordância dos membros do comitê em agir com cautela nas políticas monetárias. No Brasil, o mercado reagiu às notícias de possíveis aumentos do ICMS devido à reforma tributária e às indicações de um aumento no déficit fiscal para 2024.

Como resultado, houve um leve fechamento da curva de juros no país, refletindo um aumento nas taxas de juros em relação à semana anterior. Este movimento é um reflexo das reações do mercado às incertezas e expectativas relacionadas à política fiscal e à estabilidade econômica.

Veja o calendário econômico para a próxima semana.

Para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM), há uma expectativa de que novos cortes sejam realizados na taxa Selic. As projeções atuais sugerem reduções de 0,50 ponto percentual até maio de 2024. A partir de junho, prevê-se que o ritmo de cortes diminua para 0,25 ponto percentual. Com base nessas expectativas, antecipa-se que a taxa Selic encerre o ano de 2024 em 9,75% ao ano, mesmo nível em relação à estimativa anterior do relatório de 17 de novembro.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Entre os dias 16 e 22 de novembro, o mercado de ações brasileiro experimentou uma entrada expressiva de capital estrangeiro, somando R$ 7,9 bilhões. Com esse movimento, o saldo de investimento estrangeiro no acumulado do ano se aproxima agora dos R$ 22 bilhões. É notável que, a partir de um saldo mínimo de cerca de R$ 6 bilhões neste ano, o investidor estrangeiro mais do que triplicou sua participação no mercado acionário brasileiro. Apenas nos últimos quatro pregões, a entrada acumulada foi de R$ 11,8 bilhões.

Por outro lado, os investidores locais apresentaram uma tendência oposta, com um movimento significativo de retirada de capital. Os investidores institucionais retiraram R$ 7,8 bilhões, enquanto as pessoas físicas registraram uma saída de R$ 1,9 bilhões. Novembro está se configurando como o primeiro mês de fluxo negativo para o investidor pessoa física desde junho deste ano, com um saldo acumulado de saída de R$ 5,6 bilhões. Para o investidor institucional, o saldo anual continua negativo, totalizando uma saída de R$ 46,4 bilhões do mercado acionário brasileiro em 2023, marcando o menor nível de participação neste ano. Com exceção do primeiro dia de novembro, todos os outros dias do mês registraram saída de capital do investidor institucional.

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