Durante a semana, decisões de política monetária nos EUA e no Brasil influenciaram os mercados globais. Após uma abordagem dovish pelo Fed, as principais bolsas globais valorizaram, exceto a China, e as taxas de juros de longo prazo nos EUA registraram queda. O Fed sinalizou a manutenção de três cortes nos juros previstos para este ano. Contudo, o Ibovespa (IBOV) apresentou desempenho inferior aos seus pares globais e emergentes, afetado pela queda das commodities e pelo desempenho negativo da China. Por outro lado, o Copom adotou um tom mais hawkish, o que também contribuiu para o desempenho abaixo da média global.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real brasileiro (BRL) registrou uma valorização de 0,11% em relação ao dólar na última semana. O desempenho total do real ficou acima dos seus principais pares globais.
Curva de Juros
A semana foi marcada por decisões importantes de política monetária tanto nos EUA quanto no Brasil. No cenário local, houve um fechamento em baixa para os juros, refletindo o impacto da queda dos juros nos EUA (yields), que por sua vez seguiu um rali de bonds no Reino Unido e na Alemanha. Esse movimento é uma resposta à fuga de investidores para ativos considerados mais seguros, diante da desvalorização do yuan chinês.
No Brasil, a decisão do COPOM contribuiu para que o fechamento da curva de juros não fosse ainda mais acentuado. O Comitê optou por abandonar o guidance no plural, indicando a possibilidade de um corte de juros de mesma magnitude apenas para a próxima reunião. Esta mudança de postura do COPOM reflete uma abordagem mais cautelosa em relação à trajetória futura da política monetária brasileira, em um contexto de incertezas globais.
Veja o calendário econômico para a próxima semana.
Para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM), o mercado financeiro está antecipando cortes na taxa Selic. As expectativas atuais indicam uma reduções de 0,50 ponto percentual para as reuniões de em maio. Já para a reunião de junho, há uma expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual. Prevê-se que a partir de agosto, o ritmo de cortes na taxa Selic diminua, onde o mercado está dividido entre um corte 0,25 ponto percentual e uma manutenção do juros.
Essas projeções sugerem que a taxa Selic possa terminar o ano de 2024 em 9,75% ao ano, em linha com previsto na semana passada.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre 14 e 20 de março, o mercado de ações brasileiro registrou uma mudança na tendência de saída de capital estrangeiro, com uma entrada de R$ 2,3 bilhões, reduzindo a retração do investimento estrangeiro para um acumulado anual de R$ 21,2 bilhões. Essa alteração sinaliza cautela dos investidores em relação ao mercado brasileiro, porém, indica uma nova dinâmica em uma semana crucial de decisão do Fed sobre a trajetória dos juros nos EUA.
Por outro lado, os investidores locais exibiram comportamentos distintos: os investidores institucionais tiveram uma saída de R$ 663 milhões, enquanto as pessoas físicas registraram uma entrada de R$ 538 milhões. Assim, o saldo do investidor institucional no ano é de R$ 1,4 bilhão, com um saldo positivo de R$ 1,1 bilhão em março. Já para o investidor pessoa física, o saldo acumulado no ano é de R$ 11,3 bilhões, com uma entrada de R$ 3,4 bilhões em março, destacando a participação ativa dos investidores locais no mercado acionário brasileiro nesta fase.