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Publicado em 17 de Janeiro às 17:00:00

Expresso Bolsa Semanal: Inflação benigna nos EUA; Ativos de risco sobem forte

A semana foi bastante positiva para os ativos de risco, com destaque especial para o Bitcoin, que apresentou um forte desempenho impulsionado pelas expectativas em torno da posse de Donald Trump na próxima semana. A perspectiva de políticas que podem favorecer ativos especulativos contribuiu para o otimismo no mercado de criptoativos.

Além disso, o bom desempenho dos ativos de risco foi amplificado pela divulgação de uma inflação mais benigna nos Estados Unidos. Os núcleos de inflação abaixo do esperado reforçaram as expectativas de que o Federal Reserve pode continuar a reduzir os juros ao longo do ano, aumentando a atratividade de ativos de maior risco.

No Brasil, as ações também se destacaram, impulsionadas por uma configuração técnica favorável e o bom desempenho do real frente ao dólar. O fortalecimento da moeda brasileira refletiu uma combinação de fluxo positivo para mercados emergentes e ajustes técnicos que beneficiaram os ativos locais.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Desempenho do Real (BRL)

O Real (BRL) registrou uma valorização de 0,74% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) acima média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.

Curva de Juros

A curva de juros brasileira teve um desempenho misto nesta semana, com os vencimentos de prazos curtos e médios apresentando movimentação de baixa (fechamento), enquanto os vencimentos mais longos registraram alta.

Na parte curta e média da curva, o movimento de alívio foi influenciado por dados macroeconômicos que apontaram uma atividade econômica mais fraca do que o esperado no Brasil. O IBC-Br de novembro mostrou um crescimento anual de 4,11%, abaixo da projeção de 4,35% e da leitura anterior, revisada de 7,31% para 7,23%. Na comparação mensal, o índice teve uma leve alta de 0,1%, superando a expectativa de estabilidade, mas ainda assim abaixo da revisão da alta anterior, de 0,14% para 0,09%. Os últimos dados de serviços e varejo também vieram abaixo das expectativas, reforçando sinais de desaquecimento da economia e contribuindo para aliviar os juros futuros.

Outro fator positivo foi o impacto dos dados de inflação nos Estados Unidos. Os núcleos de inflação ao consumidor ficaram abaixo do esperado, resultando em uma queda nos rendimentos dos treasuries e um alívio no índice do dólar. Esse movimento levou o mercado a antecipar a expectativa de corte nas taxas pelo Federal Reserve para julho, em vez de setembro, como anteriormente projetado.

Por outro lado, os vencimentos mais longos da curva de juros brasileira subiram, refletindo a persistente preocupação com o cenário fiscal doméstico e a incerteza sobre a trajetória de juros reais no médio e longo prazo.

Após a última decisão do Copom, que elevou a Selic em 1 ponto percentual para 12,25% ao ano de forma unânime, o mercado ajustou suas expectativas para as próximas reuniões. Agora, projeta-se que os próximos aumentos serão de 1,25 pontos percentuais, seguidos por altas de 1 ponto percentual e 0,75 ponto percentual, conforme o cenário econômico se desenvolve para as três primeiras reuniões de deste ano. A projeção para 2025 foi reduzida em 0,25 p.p. em relação a semana passando, estimando-se que encerrará o ano em 16%.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Entre os dias 8 e 14 de janeiro de 2025, o mercado de ações brasileiro registrou uma saída líquida de capital estrangeiro de R$ 3,6 bilhões. Esse movimento segue a tendência de cautela dos investidores internacionais, que em dezembro de 2024 haviam apresentado um saldo positivo de R$ 1,5 bilhão, mas fecharam o ano com uma saída acumulada significativa de R$ 32,7 bilhões.

Por outro lado, os investidores institucionais locais sinalizam uma mudança de comportamento. Na segunda semana de 2025, registraram uma entrada líquida de R$ 1,9 bilhão, o que pode representar um início de recuperação após uma saída de R$ 8,2 bilhões em dezembro de 2024. No acumulado do ano passado, os institucionais encerraram com uma saída total de R$ 36,9 bilhões, consolidando sua postura conservadora diante do ambiente econômico desafiador. Para este ano, a entrada líquida é de R$ 3,4 bilhões.

Já os investidores pessoa física mantêm uma postura compradora. Em janeiro de 2025, houve uma entrada líquida de R$ 1,6 bilhão, reforçando o comportamento observado em dezembro de 2024, quando adicionaram R$ 3,2 bilhões ao mercado. Com isso, os investidores individuais encerraram o ano passado com uma entrada acumulada de R$ 31 bilhões, reafirmando sua relevância no suporte ao mercado brasileiro, mesmo em um cenário de volatilidade e incertezas.

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