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Publicado em 26 de Agosto às 16:33:38

Expresso Bolsa Semanal: Jay Powell e o choque de realidade

O evento mais aguardado da semana, o Simpósio de Jackson Hole nos EUA, chegou aos mercados como um banho de água fria depois de um discurso Hawkish por Jay Powell e levando a um desempenho negativo para ações e criptoativos. Por outro lado, o noticiário positivo vindo da China sustentou o mercado de commodities. Mesmo diante desse cenário, ações ligadas a economia doméstica brasileira apresentaram bons retornos, enquanto ações defensivas e ligadas às commodities apresentaram desempenho oposto.

Winter is coming

Powell não se comprometeu, como esperado pelo mercado, com o tamanho da alta em setembro, ao mesmo tempo em que indicou uma continuidade no ciclo de altas nos juros e manutenção de taxas elevadas por um tempo.

Investidores precificam maior probabilidade de uma alta de 0,75% para a próxima reunião do Fed em setembro

Apesar das leituras positivas do PCE nessa sexta-feira, o Banco Central americano precisa de ainda mais, já que está muito longe da meta de 2% para inflação anual. Ações americanas reagiram negativamente à este posicionamento que já vinha sendo alertado pelos membros do Fed.

Presidentes do Fed vs. Inflação

China ampliou estímulos

China intensificou seus estímulos econômico com mais 1 trilhão de yuans (US$ 146 bilhões) de financiamento amplamente focado em gastos com infraestrutura. Apoio que provavelmente não será suficiente para combater os danos dos repetidos bloqueios do Covid e uma queda no mercado imobiliário.

Energia alemã sobe para recorde

Os preços da energia estão batendo recordes quase diariamente, à medida que a Rússia restringe o fornecimento de gás natural antes do período crucial de aquecimento no inverno.

⚠️ Enxergamos com preocupação a atual situação na Europa

O aumento sem precedentes nos custos de energia está alimentando a inflação e ameaçando as finanças das famílias e empresas em toda a Europa.

Alemanha para baixo = Balança comercial da zona do euro para baixo = EUR para baixo

Brasil: Remando contra a maré

O cenário internacional continua desafiador. As taxas de inflação nos países desenvolvidos continuam em elevação e as políticas monetárias dos bancos centrais continuam atrasadas. A desaceleração da economia chinesa e das economias desenvolvidas, combinado a uma certa “estabilização” da guerra no leste europeu, tem gerado pressão de queda nos preços das commodities, principalmente energéticas e metálicas. Apesar deste cenário internacional desafiador, a economia brasileira tem se mostrado bastante resiliente. 

E finalmente, após um período de aceleração da taxa de inflação, que forçou o Banco Central do Brasil a iniciar o processo de ajuste da taxa de juros, levando-a de 2,0% para 13,75% ao ano entre março de 2021 e agosto de 2022, os sinais de arrefecimento da taxa de inflação começam a aparecer. Sinais estes reforçados pela queda dos preços das commodities e pela redução das alíquotas de ICMS de energia elétrica, telecomunicações, transporte coletivo e combustíveis, aprovadas pelo Congresso.

Resumo

  • Projetamos crescimento de 2,5% para a economia brasileira em 2022 e de 0,5% em 2023.
  • Desoneração tributária traz alívio para inflação de 2022 com desinflação dos administrados. Projetamos IPCA em 6,6% em 2022 e de 5,4% em 2023.
  • O mercado de crédito será um importante canal de desaceleração econômica nos próximos trimestres.
  • Relação dívida/PIB apresentará reversão nos próximos anos.
  • O cenário externo será bastante adverso nos próximos trimestres.

Cenário Econômico – Projeções

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Leitura Dinâmica

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