A semana foi negativa para os principais ativos globais, devido à crescente preocupação com a situação da economia norte-americana. Durante a semana, foram divulgados dados que colocaram em xeque a tese do “pouso suave”. Além disso, uma temporada de balanços nos EUA que está surpreendendo negativamente fez com que o investidor buscasse por ativos mais conservadores. Apesar dos preços atrativos, os ativos brasileiros passaram por mais uma semana desafiadora devido ao mau humor do investidor global.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 0,89 % em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) abaixo da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.
Curva de Juros
Juros futuros afundam nesta semana, refletindo a queda nos yields diante da geração de vagas abaixo do esperado nos EUA mostrada pelo payroll. Este cenário acentuou preocupações sobre a saúde da economia americana, levando o mercado a apostar em um corte de mais de 1pp nos EUA ainda este ano. A curva do DI agora embute uma alta de 0,50pp da Selic até o fim do ano, contra 1pp antes do Copom. Durante a semana, diversos indicadores econômicos foram divulgados, mostrando uma situação mais complexa para a economia norte-americana.
Hoje, tivemos o Payroll de julho, que apontou a geração de 114.000 vagas, ante estimativa de 175.000; o número de junho foi revisado para baixo. A semana também contou com a super quarta-feira, com decisões de política monetária nos EUA e Brasil. Ambos tomaram decisões dovish e, no Brasil, o efeito na curva de juros foi de fechamento para vencimentos mais curtos e alta para os vencimentos mais longos devido à preocupação com a trajetória fiscal.
Após a última decisão do COPOM o mercado reformulou suas expectativas sobre a condução da Selic até o final do ano. Hoje, o mercado está dividido sobre necessidade de subir os juros em setembro para 10,75% a.a na próxima reunião de setembro. Porém, espera-se que para as reuniões seguintes exista a necessidade de aumentos sequenciais de 0,25 p.p. para as próximas duas reuniões. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11% ao ano, 0,5 p.p abaixo do previsto na semana anterior.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre os dias 25 e 31 de julho, o mercado de ações brasileiro registrou uma saída de capital estrangeiro de R$ 1,8 bilhão, reduzindo a entrada acumulada para R$ 3,1 bilhões no mês. No ano, temos uma saída de R$ 37 bilhões. Este movimento marca a primeira entrada de investidor estrangeiro no mês desde dezembro do ano passado, influenciado pela expectativa de queda dos juros nos EUA. No entanto, a redução semanal decorre dos receios recentes sobre a possibilidade de uma recessão americana.
Em relação aos investidores institucionais, houve uma entrada de R$ 696 milhões, enquanto as pessoas físicas compraram R$ 870 milhões. O saldo anual para os investidores institucionais indica uma saída de R$ 4,9 bilhões, com um acumulado negativo em julho de R$ 6,5 bilhões, sendo essa a maior saída desde dezembro do ano passado. Para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 22,5 bilhões, com R$ 767 milhões de entrada em julho.