A semana foi negativa para a maioria dos ativos globais, influenciada por uma sequência de dados macroeconômicos mais fracos nos EUA, especialmente relacionados ao mercado de trabalho, que ficaram abaixo das expectativas dos investidores. Com as bolsas próximas às máximas históricas, o cenário fez com que os investidores adotassem uma postura mais conservadora.
Por outro lado, surpreendeu a resiliência das ações no Brasil, que apresentaram um desempenho positivo, em dólares, ao longo da semana, destacando-se no contexto global.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma valorização de 0,26% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) acima da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.
Curva de Juros
A semana foi de queda (fechamento) para os juros futuros, acompanhando o movimento dos yields, influenciado pelos dados do Payroll nos EUA e pelos comentários do dirigente do Fed, Christopher Waller, que afirmou que pode apoiar cortes mais agressivos nas taxas de juros, se necessário.
Waller destacou que é importante para o banco central dos EUA iniciar cortes de juros ainda este mês, diante dos riscos de enfraquecimento adicional no mercado de trabalho. Ele também mencionou estar “de mente aberta” sobre a possibilidade de cortes maiores nas taxas, se apropriado.
Os dados do Payroll mostraram que a economia dos EUA gerou 142.000 vagas em agosto, abaixo da estimativa de 165.000 postos, e a taxa de desemprego recuou de 4,3% para 4,2%, em linha com as expectativas.
No Brasil, a curva do DI já embute cerca de 30 pontos-base de aperto para este mês, com as opções de Copom indicando 75% de chance de uma alta de 0,25pp.
Atualmente, o mercado precifica mais três altas de juros até o final do ano, com incrementos de 0,25 p.p ou 0,50 p.p. nas próximas três reuniões. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11,50% ao ano, mesmo patamar previsto na semana anterior.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre os dias 29 de agosto e 04 de setembro, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada de capital estrangeiro de R$ 290 milhões, reduzindo a saída acumulada no ano para R$ 27 bilhões. Este movimento foi influenciado pela expectativa de queda dos juros nos EUA e pela redução dos ruídos fiscais no país.
Em relação aos investidores institucionais, houve uma saída de R$ 2,5 bilhões, enquanto as pessoas físicas compraram R$ 1,3 bilhões. O saldo anual dos institucionais mostra uma saída de R$ 22,4 bilhões, com um acumulado negativo em setembro de R$ 969 milhões. Para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 20,6 bilhões, com R$ 650 milhões de entrada no mês de setembro.