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Publicado em 14 de Fevereiro às 16:34:06

Expresso Bolsa Semanal: Menos tarifas, Rotação, Queda de popularidade

A semana foi bastante positiva para a maioria dos ativos de risco, com destaque para Europa e Brasil, que lideraram o movimento de alta. O mercado observou uma rotação de Growth para Value, impulsionada pela desvalorização do dólar, que ocorreu após as decisões tarifárias do presidente Donald Trump se mostrarem mais brandas do que o esperado.

Além disso, a queda dos juros de longo prazo nos EUA também contribuiu para o apetite ao risco. Esse movimento foi influenciado por dados econômicos mais fracos, que sugerem um ritmo de crescimento mais moderado, mesmo após a divulgação do CPI acima das expectativas. A combinação desses fatores ajudou a sustentar um ambiente mais favorável para os mercados emergentes.

No Brasil, os ativos locais também se beneficiaram do cenário político, com novas pesquisas eleitorais indicando uma queda na popularidade do atual presidente, que agora atinge o menor nível de seus três mandatos. Esse fator reforça a percepção de uma possível alternância de poder em 2026, o que historicamente tende a ser interpretado de forma positiva pelos investidores, contribuindo para o fortalecimento da bolsa e do real frente ao dólar.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Desempenho do Real (BRL)

O Real (BRL) registrou uma valorização de 1,66% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) bem acima média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.

A moeda americana refletiu o tom de cautela do mercado diante das incertezas globais e dos anúncios de tarifas. Em alguns momentos, a moeda americana recuou, evidenciando um impacto limitado das tarifas anunciadas por Trump e sinalizando que os riscos percebidos eram moderados.

A dinâmica cambial também mostrou que, mesmo com variações, o Dólar teve um viés baixista, encerrado a semana próximo dos R$5,70. Essa movimento ocorreu em meio a um ambiente de incertezas comerciais, em que o real ganhou força em comparação a outras divisas, como o peso mexicano.

Além disso, a sensibilidade do câmbio a indicadores externos ficou clara, especialmente com dados econômicos dos EUA, como as vendas no varejo, que contribuíram para o enfraquecimento da moeda americana em momentos específicos.

Curva de Juros

Na última semana, os mercados brasileiros vivenciaram uma série de movimentações em meio a incertezas globais e domésticas. No início, o dólar caiu, beneficiado pela percepção de efeito limitado das tarifas anunciadas por Trump, enquanto os juros futuros de curto prazo recuaram, mesmo sem atingir as mínimas, e a curva do DI se inclinou.

Com a divulgação de dados do IPCA e a desaceleração da inflação, o cenário ganhou nuances. No dia 11, a queda dos juros foi reforçada pela menor oferta de NTN-Bs e por um IPCA mais comedido, com o real sendo impulsionado pela falta de incertezas em relação a outras divisas, como o peso mexicano. Em seguida, os índices do setor de serviços e do CPI americano influenciaram a volatilidade dos juros, mantendo a atenção dos investidores para as futuras decisões do Banco Central.

Nos dias seguintes, a expectativa sobre possíveis tarifas recíprocas – com planos para abril – e dados de varejo nos EUA contribuíram para uma queda acentuada dos juros, que se aproximam de um patamar historicamente restritivo. Esse ambiente reforça a necessidade de cautela e monitoramento dos indicadores econômicos para os próximos meses.

Após a última decisão do Copom, que elevou a Selic em 1 ponto percentual para 13,25% ao ano de forma unânime, o mercado ajustou suas expectativas para as próximas reuniões. Agora, projeta-se que o próximo aumento será de 1 ponto percentual, seguidos por altas de 0,50 ponto percentual e 0,25 ponto percentual para as reuniões subsequentes, representando uma desaceleração em comparação com semana passada. A projeção para 2025 foi reduzida em 0,50, estimando-se que a Selic encerrará o ano em 15,25%.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Entre os dias 6 e 12 de fevereiro de 2025, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 530 milhões. Esse fluxo segue a tendência positiva observada em janeiro, quando houve o segundo mês consecutivo de entradas, totalizando R$ 6,8 bilhões, o maior volume desde agosto de 2024. Após um início de fevereiro no negativo, o saldo acumulado do mês virou para uma entrada de R$ 144 milhões, indicando uma recuperação gradual da confiança dos investidores estrangeiros.

Investidores Institucionais: Continuidade das Saídas

Os investidores institucionais registraram uma saída expressiva de R$ 2,7 bilhões na última semana, mantendo a trajetória de resgates. Em janeiro, o saldo negativo foi de R$ 1,2 bilhão. Caso o fluxo negativo persista ao longo de fevereiro, o mercado brasileiro completará dez meses consecutivos de saídas institucionais, totalizando R$ 47,4 bilhões em retiradas desde maio de 2024.

Um ponto de destaque foi a saída de mais de R$ 1 bilhão em apenas um dia, 12 de fevereiro, data em que o CPI dos EUA veio acima do esperado, impactando as expectativas para a política monetária do Federal Reserve e gerando maior aversão ao risco nos mercados globais.

Investidores Pessoa Física: Seis Meses Consecutivos de Entradas?

Os investidores pessoa física seguem com uma postura compradora. Até o momento, em fevereiro houve uma entrada líquida de R$ 1,1 bilhão, elevando o saldo acumulado de 2025 para R$ 1,5 bilhão. Em janeiro, esse grupo já havia adicionado R$ 419 milhões ao mercado.

Caso o fluxo positivo continue ao longo do mês, serão seis meses consecutivos de entradas líquidas, totalizando R$ 12,6 bilhões nesse período. Esse comportamento reafirma o papel do investidor individual como um suporte importante para o mercado acionário brasileiro, mesmo diante da volatilidade e das incertezas macroeconômicas.

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