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Publicado em 08 de Dezembro às 16:59:54

Expresso Bolsa Semanal: Realização de lucros, dados sobre o mercado de trabalho nos EUA

Na primeira semana completa de dezembro, as principais bolsas globais, particularmente aquelas dos países emergentes, enfrentaram um período predominantemente negativo. Esse cenário pode ser explicado por vários fatores: a queda no preço das commodities, a alta dos juros nos Estados Unidos e a valorização do dólar. Além disso, é importante considerar a possibilidade de realização de lucros por parte dos investidores, uma prática comum após um período de ganhos significativos como o observado no mês de novembro, que foi especialmente positivo para as ações em geral.

Um ponto de atenção na semana, do ponto de vista macroeconômico, foi a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho nos EUA. Essas informações tiveram um papel importante em moderar as expectativas do mercado sobre um possível corte de juros em março de 2024 pelo Federal Reserve (Fed). A reação a esses dados ilustra a sensibilidade do mercado a indicadores econômicos chave e como eles podem influenciar as perspectivas dos investidores sobre as políticas monetárias futuras.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Apesar de uma leve valorização (abertura) da curva de juros, observada principalmente nos vencimentos mais curtos e medianos, os destaques positivos da semana no mercado de ações foram as empresas do setor doméstico. O Pão de Açúcar (PCAR3) emergiu como o grande destaque, impulsionado pelas especulações de mercado sobre uma possível entrada do grupo Advent, especialmente após a saída parcial do Carrefour (CRFB3). Por outro lado, a ponta negativa foi marcada por empresas que enfrentaram rebaixamentos em suas recomendações por bancos estrangeiros. Essa movimentação de baixa reflete como as avaliações e análises de instituições financeiras influentes podem impactar significativamente o desempenho das ações no mercado.

Desempenho do Real (BRL)

Na semana em análise, o Real (BRL) experimentou uma leve valorização frente ao dólar, registrando um aumento de 0,86%. No entanto, essa valorização foi menos expressiva nos últimos dias da semana, influenciada pela fortalecimento do dólar no cenário global. Esse movimento do dólar ocorreu após a divulgação dos dados sobre o mercado de trabalho nos EUA.

Esses dados impactaram as expectativas do mercado em relação à política monetária do Federal Reserve (Fed) para 2024. O relatório de Payroll mostrou a criação de 199.000 vagas em novembro, superando a estimativa de 185.000 vagas, enquanto a taxa de desemprego caiu para 3,7%, ficando abaixo da expectativa de 3,9%. Esses indicadores mais fortes do que o previsto reduziram as apostas do mercado em cortes de juros pelo Fed no próximo ano.

Curva de Juros

A semana foi marcada por uma leve alta (abertura) da curva de juros, influenciada significativamente pela agenda macroeconômica dos Estados Unidos, particularmente pelos diversos dados divulgados sobre o mercado de trabalho americano. O Payroll, considerado o mais importante desses dados, teve um papel crucial em reforçar uma postura de cautela em relação ao ritmo de redução dos juros no próximo ano.

Esses dados sobre o mercado de trabalho nos EUA são fundamentais para moldar as expectativas sobre as futuras políticas monetárias do Federal Reserve (Fed). Um mercado de trabalho robusto pode sinalizar menos espaço para cortes agressivos de juros, pois indica uma economia em crescimento e potencialmente menos suscetível a pressões deflacionárias.

Veja o calendário econômico para a próxima semana.

Para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM), há uma expectativa de que novos cortes sejam realizados na taxa Selic. As projeções atuais sugerem reduções de 0,50 ponto percentual até maio de 2024. A partir de junho, prevê-se que o ritmo de cortes diminua para 0,25 ponto percentual. Com base nessas expectativas, antecipa-se que a taxa Selic encerre o ano de 2024 em 9,50% ao ano.  Esta previsão representa uma manutenção em comparação à estimativa anterior de 9,50% ao ano, conforme constava em nosso relatório de 01 de dezembro.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Entre os dias 30 de novembro e 06 de dezembro, o mercado de ações brasileiro teve mais uma entrada expressiva de capital estrangeiro, somando R$ 4,8 bilhões. Com esse movimento, o saldo de investimento estrangeiro no acumulado do ano se aproxima agora dos R$ 30 bilhões, maior nível de participação do ano, com uma entrada somente no mês de novembro de R$ 21 bilhões.

Por outro lado, os investidores locais apresentaram uma tendência oposta, com um movimento significativo de retirada de capital. Os investidores institucionais retiraram R$ 6 bilhões, enquanto as pessoas físicas registraram uma entrada pequena de R$ 314 milhões. Para o investidor institucional, o saldo anual continua negativo, totalizando uma saída de R$ 56 bilhões do mercado acionário brasileiro em 2023, marcando o menor nível de participação neste ano.

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