Para a maioria das bolsas globais e commodities, houve um desempenho negativo nesta semana. A exceção foi a Nasdaq, que teve um fechamento positivo influenciado pelo resultado da Nvidia, que surpreendeu o mercado em todos os sentidos. A semana foi mais tranquila em termos de divulgação de dados macroeconômicos, mas aqueles que foram divulgados indicaram uma resiliência da economia americana, o que pode “atrapalhar” os planos do Fed para a redução das taxas de juros neste ano. Hoje, o mercado espera apenas um corte da taxa de juros nos EUA no mês de dezembro. Por mais uma semana, os ativos brasileiros apresentaram uma performance bem abaixo da média global.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 0,79% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) bem abaixo da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes
Curva de Juros
A semana foi marcada por uma abertura da curva de juros na parte mais curta, com o mercado precificando uma Selic terminal mais alta para 2024. Esse movimento reflete uma piora das expectativas na pesquisa Focus. Por outro lado, observou-se um fechamento na curva de juros na parte longa, após dados dos EUA divulgados pela Universidade de Michigan indicarem resiliência da economia e redução das expectativas de inflação. Além disso, nesta semana, o diretor do BC, Diogo Guillen, reforçou o compromisso com a meta de inflação.
As expectativas para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM) variam entre a manutenção e mais um corte na taxa Selic de 0,25 ponto percentual na reunião de junho. No entanto, assim como semana passada, o mercado inclina-se para a hipótese de não ocorrerem mais cortes da Selic neste ano. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 10,50% ao ano, mesmo patamar previsto na semana anterior.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre 16 e 22 de maio, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada de capital estrangeiro de R$ 1 bilhão, diminuindo a retração acumulada para R$ 32,4 bilhões no ano. Este movimento pode indicar uma mudança na postura do investidor estrangeiro em relação ao Brasil, especialmente após a decisão de política monetária pelo Fed em 1 de maio, que sinalizou um cenário improvável de alta de juros nos EUA e redução no ritmo de redução do balanço do Fed.
Por outro lado, os investidores institucionais registraram uma saída de R$ 2,6 bilhões, e as pessoas físicas uma entrada de R$ 942 milhões. O saldo anual para os investidores institucionais foi reduzido para R$ 2,2 bilhões, com uma saída acumulada em maio de R$ 3,9 bilhões. Para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 18,1 bilhões, com R$ 1,3 bilhão de entrada em maio.