A semana foi positiva para as principais classes de ativos de risco, influenciadas pela temporada de balanços nos EUA, especialmente as empresas de tecnologia, e pela agenda macroeconômica que trouxe um certo alívio após semanas de surpresas negativas. No Brasil, o mercado voltou a estimar mais dois cortes de juros até o final de 2024, ou um corte de 0,50 ponto percentual na próxima reunião, o que ressoou de maneira positiva nas empresas ligadas à economia doméstica.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma valorização de 0,82% em relação ao Dólar nesta semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total superior (considerando a diferença de preços mais juros) em comparação a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.
Curva de Juros
Os juros futuros recuaram na parte mais curta da curva após o IPCA-15 de abril vir abaixo do esperado, indicando uma desaceleração nos serviços. Esse dado trouxe alívio à curva de juros, que perdeu inclinação e voltou a precificar uma chance marginal de manutenção do ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual da Selic em maio, ou de dois cortes de 0,25 ponto percentual até junho. Contudo, a parte longa da curva mostrou uma abertura, indicando que o mercado continua preocupado com o cenário fiscal brasileiro e sensível à alta dos rendimentos nos EUA.
As expectativas para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM) sugerem cortes na taxa Selic, com o mercado financeiro antecipando uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião de maio. Para junho, a previsão é de um corte adicional de 0,25 ponto percentual, o que marcaria o fim do ciclo de redução dos juros. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic possa encerrar 2024 em 10,25% ao ano, uma leve redução em relação à expectativa anterior de 10,50%.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre 18 e 24 de abril, o mercado de ações brasileiro registrou uma saída de capital estrangeiro de R$ 2,5 bilhões, aumentando a retração acumulada para R$ 33,1 bilhões no ano. Este movimento reflete a cautela dos investidores em relação ao mercado brasileiro, especialmente em uma semana que foi influenciado para dados macroeconômicos nos EUA e temporada de balanços nos EUA.
Os investidores institucionais registraram uma entrada de R$ 1,9 bilhões, e as pessoas físicas uma entrada de R$ 622 milhões. Assim, o saldo anual para os investidores institucionais é positivo em R$ 5,8 bilhões, com um aumento significativo em abril de R$ 4,3 bilhões somente em abril. Para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 16,3 bilhões, com R$ 3,6 bilhões adicionados em abril.