A semana foi de alta para a maioria dos ativos globais, impulsionados pela decisão de corte de juros nos EUA. No entanto, os ativos brasileiros apresentaram uma performance bem abaixo dos ativos globais, influenciados pelos receios em relação à situação fiscal brasileira. Esse cenário aumenta o sentimento de aversão ao risco, pressionando o dólar e a parte mais longa da curva de juros. No Brasil, o COPOM elevou a Selic em 0,25 p.p., refletindo a economia aquecida e uma expectativa negativa para a trajetória da inflação.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma valorização de 0,96% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) acima da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.
Curva de Juros
Os juros futuros longos dispararam, refletindo operações de “stop-loss”, enquanto o dólar sobe, colocando o real como o pior desempenho entre seus pares. Temores fiscais relacionados ao anúncio do relatório bimestral de receitas e despesas, que deve ser encaminhado ao Congresso nesta sexta-feira, estão impactando os ativos. Analistas esperam um novo bloqueio de recursos, mas há incerteza sobre os números que serão divulgados. Esse movimento de alta da curva de juros ocorre mesmo após o corte de 0,50 p.p. na taxa de juros nos EUA, o que normalmente aliviaria a pressão sobre os juros internos.
Após a última decisão do COPOM, o mercado passou a precificar mais duas altas de juros até o final do ano, com incrementos de 0,50 p.p. nas próximas duas reuniões. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11,75% ao ano, um aumento de 0,25 p.p. em relação às projeções da semana anterior. Para 2025, espera-se que a Selic encerre o ano em 12,50% ao ano.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre os dias 12 e 18 de setembro, o mercado de ações brasileiro registrou uma pequena entrada de capital estrangeiro de R$ 111 milhões, reduzindo a saída acumulada no ano para R$ 29 bilhões. Em relação aos investidores institucionais, houve uma saída de R$ 731 milhões, enquanto as pessoas físicas compraram R$ 403 milhões. O saldo anual dos institucionais mostra uma saída de R$ 22,4 bilhões, com um acumulado negativo em setembro de R$ 1 bilhão. Já para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 21,8 bilhões, com R$ 1,8 bilhão de entrada no mês de setembro. Esse baixo fluxo semanal pode ser explicado pelo fato de os investidores aguardarem as decisões de política monetária, que ocorreram tanto no Brasil quanto nos EUA na última quarta-feira, dia 18.