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Publicado em 07 de Março às 17:00:25

Expresso Bolsa Semanal: Rotação, Volatilidade e PIB abaixo do esperado

A semana de 03 a 07 de março foi marcada por desempenho variado nos principais ativos de risco. Nos Estados Unidos, sinais de desaceleração da economia ficaram evidentes com dados econômicos mais fracos – incluindo o relatório ADP de emprego abaixo do esperado – e indicadores mistos de confiança e serviços. Esse cenário pesou sobre as bolsas americanas, que fecharam em território negativo, com destaque para o Nasdaq sob pressão devido à correção em ações de tecnologia e crescimento.

Em contrapartida, observou-se um dólar mais fraco e juros americanos acomodados, o que incentivou uma rotação de investimentos para outras regiões. A volatilidade permaneceu elevada, com movimentos divergentes entre as bolsas: enquanto Wall Street recuou, os mercados europeus foram impulsionados por um pacote fiscal alemão surpreendentemente positivo, que fortaleceu o apetite por risco na Europa e valorizou o euro. Na renda fixa, os títulos alemães (Bunds) tiveram movimentos históricos, com forte alta dos juros gerando perdas a alguns Hedge Funds. Na Ásia, as ações chinesas oscilaram diante de uma queda no comércio exterior, embora sinais de estabilização no setor imobiliário tenham trazido algum alívio.

O mercado de criptomoedas manteve-se volátil, mas com o Bitcoin em alta na semana, demonstrando resiliência. Além disso, um movimento global de desalavancagem em Hedge Funds contribuiu para a turbulência, forçando a liquidação de posições de tecnologia e momentum. Nesse ambiente incerto, a diversificação de portfólio mostrou-se cada vez mais crucial para diluir riscos diante de choques e volatilidade.

Por fim, os ativos brasileiros tiveram desempenho positivo; o índice de Small Caps se destacou após um PIB abaixo do esperado, que levou ao fechamento da curva de juros e melhorou as perspectivas para empresas domésticas.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Desempenho do Real (BRL)

O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 1,60% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) em linha com a média de desempenho se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.

Curva de Juros

Os juros futuros registram forte queda nesta semana após a divulgação do PIB brasileiro abaixo do previsto, alimentando expectativas de que o Banco Central possa adotar uma postura menos agressiva no aperto monetário. A curva de juros agora precifica a Selic em 15% ao final do ciclo. O PIB do quarto trimestre cresceu 0,2% em relação ao trimestre anterior, abaixo da estimativa de 0,4%. O dado do terceiro trimestre foi revisado de 0,9% para 0,7%, enquanto o crescimento acumulado de 2024 ficou em 3,4%, ligeiramente abaixo da projeção de 3,5%.

Os sinais de desaceleração econômica, somados a um câmbio mais estável, ajudaram o mercado a reduzir as apostas na Selic terminal. O resultado do PIB reforça a percepção de que a inflação pode estar se aproximando do seu pico. A influência do mercado externo também tem peso, com as Treasuries americanas registrando fechamento, impactando as projeções locais de juros.

Após a última decisão do Copom, que elevou a Selic em 1 ponto percentual para 13,25% ao ano de forma unânime, o mercado ajustou suas expectativas para as próximas reuniões. Agora, projeta-se que o próximo aumento será de 1 ponto percentual, seguidos por altas de 0,50 ponto percentual e 0,25 ponto percentual para as reuniões subsequentes. A projeção para 2025 foi reduzida em 0,50 quando comparada a semana passada, estimando-se que a Selic encerrará o ano em 15%.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Entre 25 de fevereiro e 5 de março de 2025, houve uma saída de capital estrangeiro de R$ 2,7 bilhões. No mês de março, a retirada parcial foi de R$ 312 milhões, enquanto no acumulado do ano ainda há uma entrada positiva de R$ 8,4 bilhões. Caso a tendência de saída se confirme, este será o primeiro mês de retração após três meses consecutivos de ingressos.

Os investidores institucionais retiraram R$ 524 milhões nos últimos dias. Em março, o saldo ainda é positivo em R$ 91 milhões, mas o acumulado do ano segue negativo, com uma saída expressiva de R$ 10,7 bilhões.

Os investidores pessoa física mantiveram um fluxo positivo, com uma entrada de R$ 1,4 bilhão nos últimos pregões. Em março, a entrada foi de R$ 157 milhões, enquanto no acumulado do ano o saldo é de R$ 1,9 bilhão.

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