A semana foi positiva para a maioria das ações globais, principalmente para aquelas mais descontadas e que possuem uma correlação inversa com a curva de juros. Após a decisão do FED, que praticamente descartou a possibilidade de uma alta dos juros, e em vista de dados considerados positivos sobre o mercado de trabalho nos EUA, o mercado retomou o entusiasmo pela alocação em ações. Além disso, a semana foi marcada por balanços positivos que foram bem recebidos pelo mercado, especialmente as empresas do setor de tecnologia.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma valorização de 1,01% em relação ao Dólar nesta semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) em linha se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.
Curva de Juros
Os juros futuros fecharam a semana em queda após a divulgação de dados abaixo do esperado do relatório de mercado de trabalho nos EUA. O Payroll de abril registrou 175.000 novos empregos, abaixo da previsão de 240.000, e a média salarial horária subiu apenas 0,2%, contra uma expectativa de 0,3%. Esse cenário foi reforçado após declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, que considerou improvável uma alta dos juros em breve. Essa posição foi confirmada na última decisão do FOMC, que manteve as taxas de juros dos EUA inalteradas na reunião de quarta-feira.
As expectativas para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM) sugerem cortes na taxa Selic, com o mercado financeiro antecipando uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião de maio. Para junho, mercado está dividido entre um corte adicional de 0,25 ponto percentual e a manutenção da Selic, o que marcaria o fim do ciclo de redução dos juros. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic possa encerrar 2024 em 10,25% ao ano, mesmo patamar precificado na semana anterior.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Abril marca o quarto mês consecutivo de saída de capital estrangeiro do mercado acionário brasileiro, com uma retirada acumulada de R$ 10,9 bilhões no mês e R$ 33,8 bilhões no ano, até o dia 26 de abril. Contrastando com essa tendência, o investidor local tem demonstrado um crescente interesse em adquirir ações, particularmente o investidor pessoa física, que lidera esse movimento de compra com um saldo positivo de R$ 16,2 bilhões no ano.
O investidor institucional também reverteu sua postura de retirada vista em 2023, registrando agora um saldo positivo de aproximadamente R$ 6,5 bilhões no ano. Abril viu uma entrada significativa de quase R$ 5 bilhões pelo institucional, maior entrada desde agosto do ano passado. Já o Pessoa Física, marcou o quarto mês consecutivo de entradas com saldo positivo acumulado em abril de R$ 3,6 bilhões.