Home > Análises de Mercado > Expresso Bolsa Semanal: Semana de volatilidade e aversão ao risco

Publicado em 26 de Julho às 15:43:31

Expresso Bolsa Semanal: Semana de volatilidade e aversão ao risco

A semana foi de desempenho negativo para as principais bolsas globais, influenciadas pela temporada de balanços nos EUA e pela expectativa da decisão do Fed na próxima semana. Apesar da recuperação nos últimos dias devido a dados macroeconômicos positivos nos EUA, ainda houve um desempenho negativo para as bolsas americanas. O Brasil se destacou negativamente, influenciado principalmente pela desvalorização cambial.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Desempenho do Real (BRL)

O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 1,09 % em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) abaixo da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.

Curva de Juros

A semana foi de abertura da curva de juros, especialmente nos vencimentos mais curtos e no miolo da curva, devido ao IPCA-15 acima das projeções. A curva agora embute um aumento de 1pp até o fim do ano, refletindo a piora das expectativas, incertezas fiscais e a recente depreciação cambial. A possibilidade de um aperto monetário passou a ser vista como real por alguns gestores. Atualmente, a curva embute 6 pontos-base de alta da Selic para a reunião do Copom da próxima semana e mais 24 pontos para o encontro de setembro. O BC deve manter os juros em 10,50% e continuar com uma comunicação dependente de dados, sem fornecer forward guidance, mas com um compromisso firme de trazer as expectativas de inflação para a meta.

Diante do stress recente no âmbito fiscal e político, o mercado de juros passou por uma mudança significativa de expectativas para o final do ano. Hoje, estima-se que o BCB tenha necessidade de subir os juros em setembro para 10,75% a.a. Espera-se que para as reuniões seguintes exista a necessidade de aumentos sequenciais. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11,5% ao ano, 0,25 p.p acima do previsto na semana anterior.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Entre os dias 18 de julho e 24 de julho, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada de capital estrangeiro de R$ 1,6 bilhão, diminuindo a retração acumulada para R$ 35,2 bilhões no ano. Essa recuperação e retomada pelo investidor estrangeiro decorre de uma expectativa de cortes nas taxas de juros nos EUA a partir de setembro e um ambiente com menores ruídos políticos. No mês de julho, temos uma entrada de R$ 4,9 bilhões. Se essa entrada for confirmada no mês, seria a primeira desde dezembro do ano passado.

Em relação aos investidores institucionais, houve uma saída de R$ 2,8 bilhões, e as pessoas físicas compraram R$ 67,7 milhões. O saldo anual para os investidores institucionais baixou para uma saída de R$ 5,6 bilhões, com acumulado negativo em julho de R$ 7,2 bilhões, sendo essa a maior saída desde dezembro do ano passado. Para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 22,6 bilhões, com R$ 102,6 milhões de saída em julho.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações