A semana teve um desempenho misto nos mercados globais. No lado positivo, destacaram-se o ouro e as bolsas norte-americanas, impulsionadas pelos bons resultados corporativos divulgados. Já no lado negativo, houve uma queda nas commodities e nos ativos de países emergentes, incluindo o Brasil.
No campo das notícias, chamou atenção a frustração do mercado em relação ao pacote de estímulos anunciado na China, que não foi suficiente para animar os investidores. Além disso, a piora da situação fiscal no Brasil voltou a pressionar os ativos locais, mantendo o ambiente de incerteza e cautela entre os investidores.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 1,55% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) que ficou abaixo da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.

Curva de Juros
Os juros futuros avançaram mais uma vez nesta semana, marcando a terceira alta semanal consecutiva. O mercado continua a refletir temores em relação à situação fiscal, diante de incertezas sobre as medidas de corte de gastos. Um dos eventos que mais impactou o mercado foi a notícia de que o governo pretendia retirar estatais do orçamento, conforme reportado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A alta nos juros só não foi mais expressiva devido às declarações de Simone Tebet e Fernando Haddad, que buscaram tranquilizar o mercado ao reiterar o compromisso com um maior equilíbrio nas contas públicas. Essas falas aliviaram parcialmente as preocupações, mas a tensão em torno da trajetória fiscal do país segue elevando a cautela entre os investidores.
O mercado precifica mais duas altas de juros até o final do ano, com aumentos de 0,50 ponto percentual nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Com base nessas expectativas, projeta-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11,75% ao ano, a mesma projeção da semana anterior. Para 2025, a estimativa é que a Selic termine o ano em 13,50% ao ano, também mantida em relação à semana passada, porém com maior probabilidade de que esse patamar seja alcançado no próximo ano.
Essas projeções indicam um cenário de política monetária mais apertada, com o objetivo de controlar a inflação, ao mesmo tempo que refletem o cuidado do mercado diante das incertezas fiscais e econômicas que o país enfrenta.

Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre os dias 10 e 16 de outubro, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada de capital estrangeiro de R$ 487 milhões, reduzindo a saída acumulada no ano para R$ 30,7 bilhões. Enquanto isso, os investidores institucionais tiveram uma saída de R$ 1,3 bilhão, em contraste com as pessoas físicas, que compraram R$ 89 milhões no mesmo período.
No acumulado anual, o saldo dos investidores institucionais aponta para uma saída de R$ 23 bilhões, com um desempenho negativo também em outubro, somando uma saída de R$ 205 milhões. Já os investidores pessoa física mantêm um saldo positivo no ano, com R$ 23,2 bilhões de entrada, sendo que R$ 967 milhões foram adquiridos somente no mês de outubro.