Mais uma semana em que o “Trump Trade” se destacou, com o Bitcoin liderando os retornos em dólares, novamente consolidando sua posição como um dos ativos de maior performance. O movimento foi acompanhado pelo bom desempenho das bolsas americanas, que superaram os mercados da Europa, China e países emergentes, reforçando a tese de “excepcionalidade da economia americana”, com investidores claramente posicionados nesse sentido.
Enquanto isso, os ativos brasileiros tiveram mais uma semana negativa, com desempenho inferior à média global, refletindo a contínua espera dos investidores por novidades sobre o aguardado pacote fiscal do governo.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 1,01% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) em linha com a média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.
Curva de Juros
Apesar do fechamento da curva de juros nesta semana, as incertezas fiscais permanecem, com investidores aguardando o anúncio do tão esperado pacote de corte de gastos. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Lula deve dar a palavra final sobre o plano na próxima segunda-feira.
Os ativos brasileiros continuam apresentando prêmios de risco elevados, refletindo o ambiente de incerteza. A implementação de um ajuste fiscal confiável será fundamental para moldar a dinâmica de curto prazo nos mercados locais, oferecendo uma oportunidade para restaurar a confiança dos investidores e melhorar a percepção de risco do país.
Após a última decisão do Copom, que elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, o mercado agora estima mais uma alta de juros até o final do ano. As expectativas migraram para um aumento de 0,75 ponto percentual para a última reunião do Copom em 2024. Com base nessas projeções, espera-se que a Selic encerre o ano de 2024 em 12% ao ano. Para 2025, a previsão permanece inalterada, com a taxa Selic projetada para encerrar o ano em 14%. Na última decisão, o Copom deixou claro que, caso o governo não sinalize algum ajuste fiscal, o próximo aumento poderá ser de 0,75 ponto percentual.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre os dias 12 e 19 de novembro, o mercado de ações brasileiro registrou uma saída de capital estrangeiro de R$ 1 bilhão, elevando a saída acumulada no ano para R$ 32,9 bilhões. Os investidores institucionais também reduziram suas posições, com uma saída de R$ 1,7 bilhão, enquanto os investidores pessoa física realizaram compras no valor de R$ 1,1 bilhão no mesmo período.
No acumulado do ano, o saldo dos investidores institucionais segue negativo, com uma saída total de R$ 27,2 bilhões. Em novembro, o saldo dos institucionais também ficou negativo, com R$ 2,4 bilhões em saídas até o momento, e acima do volume de saídas do investidor estrangeiro. Já os investidores pessoa física mantêm um saldo positivo de R$ 26,4 bilhões no ano, com entrada de R$ 2 bilhões no mês de novembro, terceiro mês consecutivo de entrada.