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Publicado em 01 de Novembro às 15:01:36

Expresso Bolsa Semanal: Trump Trade; receio fiscal, temporada de balanços

A semana foi negativa para as principais classes de ativos, pressionadas pela valorização do dólar em relação a outras moedas globais, especialmente das economias emergentes, e pela abertura da curva de juros nos EUA. Uma exceção notável foi a valorização do Bitcoin, impulsionada pela expectativa de uma vitória de Donald Trump nas eleições americanas, o que favorece esse tipo de ativo.

O mercado se posicionou em antecipação aos possíveis resultados das eleições nos EUA, que ocorrem na próxima semana, e também diante das decisões de política monetária nos EUA e no Brasil. No cenário doméstico, os ativos locais foram novamente impactados pela crescente desconfiança dos investidores sobre as questões fiscais e pela expectativa de uma nova temporada de balanços.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Desempenho do Real (BRL)

O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 2,25% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) que ficou bem abaixo da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.

Curva de Juros

Os juros futuros registraram alta nesta semana, refletindo a persistente incerteza sobre o aguardado pacote de cortes de gastos prometido pelo governo Lula. A viagem do Ministro Fernando Haddad à Europa na próxima semana deve atrasar o anúncio das medidas, intensificando as preocupações do mercado.

As expectativas para a reunião do Copom, marcada para quarta-feira, mantêm-se em um corte de 0,50 ponto percentual, mas as apostas no mercado agora apontam para uma Selic terminal acima de 13,75%. Esse movimento ocorre apesar de dados econômicos mais fracos dos EUA, especialmente no mercado de trabalho, que poderiam, em outras circunstâncias, aliviar a pressão sobre os juros locais.

O mercado precifica mais duas altas de juros até o final do ano, com aumentos de 0,50 ponto percentual nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Com base nessas expectativas, projeta-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11,75% ao ano, a mesma projeção da semana anterior. Para 2025, a estimativa é que a Selic termine o ano em 13,75% ao ano, 0,50% p.p. a mais se comparado à semana passada.

Essas projeções indicam um cenário de política monetária mais apertada, com o objetivo de controlar a inflação, ao mesmo tempo que refletem o cuidado do mercado diante das incertezas fiscais e econômicas que o país enfrenta.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Em outubro, o mercado acionário brasileiro registrou mais uma saída de capital estrangeiro, somando quase R$ 2 bilhões. Com essa retirada, o saldo de capital estrangeiro acumulado no ano atingiu um negativo de R$ 30,6 bilhões até o dia 29 de outubro.

Entre os investidores locais, o investidor institucional também registrou uma saída de R$ 2,3 bilhões em outubro, após uma retirada significativa de R$ 1,4 bilhão no mês anterior, marcando seis meses consecutivos de saídas do segmento institucional. No acumulado do ano, o saldo desse grupo está negativo em R$ 25,1 bilhões.

Por outro lado, o investidor pessoa física manteve uma postura compradora, com uma entrada de R$ 1,9 bilhão em outubro, após ter investido R$ 2,3 bilhões em setembro, elevando o saldo acumulado no ano para R$ 24,2 bilhões positivos.

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