A semana foi negativa para a maioria dos ativos globais, marcada por uma volatilidade que atingiu máximas históricas, impulsionada pelas oscilações do iene japonês no carry trade e preocupações com a economia dos EUA. Essas preocupações foram amenizadas na última quinta-feira pelo resultado melhor que o previsto dos pedidos de seguro-desemprego. O mercado agora aguarda ansiosamente os dados dos EUA na próxima semana, especialmente inflação ao consumidor e números de vendas no varejo, para consolidar as evidências de um possível pouso suave da economia.
Enquanto isso, os ativos brasileiros se destacaram, apresentando um bom desempenho, influenciado pela valorização do real frente ao dólar e pela temporada de balanços.
Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)
Desempenho do Real (BRL)
O Real (BRL) registrou uma valorização de 4,02% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) bem acima da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.
Curva de Juros
Nessa semana, houve um fechamento da curva de juros, especialmente nos vencimentos mais longos, devido às declarações hawkish do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo. Galípolo afirmou que o balanço de riscos para a inflação está assimétrico, ecoando a ata do último Copom, que destacou que “vários membros” enfatizaram essa assimetria. Os juros curtos também foram impactados pelas falas do diretor do BC e pelo IPCA acima da expectativa, que mostrou uma aceleração do núcleo de serviços. A curva agora reforça a aposta em uma alta de 0,25pp em setembro.
Após a última decisão do COPOM, o mercado reformulou suas expectativas sobre a condução da Selic até o final do ano. Atualmente, o mercado precifica pelo menos mais três altas de juros até o final do ano, com incrementos de 0,25 p.p nas próximas três reuniões. Com base nessas projeções, estima-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11,25% ao ano, 0,25 p.p acima do previsto na semana anterior.
Fluxo Investidor Estrangeiro
Entre os dias 1 e 7 de agosto, o mercado de ações brasileiro registrou uma entrada de capital estrangeiro de R$ 674 milhões, reduzindo a saída acumulada para R$ 36,3 bilhões no ano. Este movimento acaba sendo influenciado pela expectativa de queda dos juros nos EUA e redução dos ruídos relacionados a condução de política fiscal no país. Em relação aos investidores institucionais, houve uma saída de R$ 1,7 bilhão, enquanto as pessoas físicas compraram R$ 1 bilhão. O saldo anual para os investidores institucionais indica uma saída de R$ 6,7 bilhões, com um acumulado negativo em agosto de R$ 1,7 bilhão. Para os investidores pessoa física, o saldo acumulado no ano está em R$ 24,5 bilhões, com R$ 1 bilhão de entrada em agosto.