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Publicado em 25 de Outubro às 15:00:00

Expresso Bolsa Semanal: Yields Americanos sobem; melhora na percepção fiscal no Brasil

A semana foi marcada pela alta dos yields americanos, impulsionada por dados econômicos sólidos nos Estados Unidos e por expectativas em torno das próximas eleições no país. Esse movimento, que elevou o valor do dólar e das taxas de juros nos EUA, pressionou a maioria das ações globais, embora algumas poucas exceções tenham resistido. Mesmo com um fechamento da curva de juros devido a uma leve melhora na percepção de risco, essa mudança não foi suficiente para impulsionar as ações brasileiras, que ainda não se destacaram no cenário internacional.

Para a próxima semana, o foco do mercado estará nos dados sobre o mercado de trabalho nos EUA, que ajudarão a avaliar as possibilidades de continuidade do afrouxamento monetário pelo Federal Reserve. Esses números serão essenciais para entender como o Fed poderá ajustar sua política diante das condições econômicas atuais.

Maiores Altas e Baixas (Ibovespa)

Desempenho do Real (BRL)

O Real (BRL) registrou uma desvalorização de 0,28% em relação ao Dólar nessa semana. Comparativamente, a moeda brasileira apresentou um desempenho total (considerando a diferença de preços mais juros) que ficou ligeiramente acima da média se comparado a outras moedas globais, tanto de países desenvolvidos quanto emergentes.

Curva de Juros

Os juros futuros encerraram a semana em baixa, com um fechamento da curva refletindo o alívio na percepção de risco fiscal após declarações de Fernando Haddad e Roberto Campos Neto. O mercado reagiu positivamente, em especial, às falas de Haddad sobre medidas em estudo para reforçar o arcabouço fiscal, o que trouxe maior confiança quanto à disciplina fiscal.

Campos Neto, por sua vez, destacou que vê um exagero na precificação dos ativos atualmente e espera que o governo de Lula faça anúncios em breve sobre a situação fiscal. Haddad também ressaltou a necessidade de fortalecer o arcabouço fiscal, explicando que o Ministério da Fazenda está focado em medidas estruturais para o controle de gastos, diferentes das práticas de bloqueio e contingenciamento. Essas declarações contribuíram para melhorar o ambiente de confiança e reduzir a pressão sobre os juros futuros.

O mercado precifica mais duas altas de juros até o final do ano, com aumentos de 0,50 ponto percentual nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Com base nessas expectativas, projeta-se que a taxa Selic encerre 2024 em 11,75% ao ano, a mesma projeção da semana anterior. Para 2025, a estimativa é que a Selic termine o ano em 13,25% ao ano, 0,25% p.p. a menos se comparado à semana passada.

Essas projeções indicam um cenário de política monetária mais apertada, com o objetivo de controlar a inflação, ao mesmo tempo que refletem o cuidado do mercado diante das incertezas fiscais e econômicas que o país enfrenta.

Fluxo Investidor Estrangeiro

Entre os dias 17 e 23 de outubro, o mercado de ações brasileiro registrou uma saída de capital estrangeiro de R$ 1 bilhão, aumentando a saída acumulada no ano para R$ 31,7 bilhões. Enquanto isso, os investidores institucionais tiveram uma entrada de R$ 864 milhões, em contraste com as pessoas físicas, que compraram R$ 1,1 bilhão no mesmo período.

No acumulado anual, o saldo dos investidores institucionais aponta para uma saída de R$ 23,7 bilhões, com um desempenho negativo também em outubro, somando uma saída de R$ 832 milhões. Já os investidores pessoa física mantêm um saldo positivo no ano, com R$ 24,4 bilhões de entrada, sendo que R$ 2,1 bilhões foram adquiridos somente no mês de outubro.

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