O Ibovespa é o principal índice do mercado de ações brasileiro, reunindo as empresas com maior volume de negociação na B3, a bolsa de valores do Brasil. Criado em 1968, tornou-se uma referência essencial para investidores globais, refletindo o comportamento e a saúde do mercado de capitais nacional.
Sua composição é revisada periodicamente pela B3 a cada quatro meses. Nesse processo, empresas que atendem aos critérios da metodologia do índice podem ser incluídas, enquanto aquelas que não cumprem os requisitos podem ser excluídas. Isso assegura que o Ibovespa mantenha uma representação precisa e atualizada do mercado.
O índice é composto por ações e units de empresas listadas, representando cerca de 85% do volume financeiro e do total de negociações realizadas na B3. Por isso, o Ibovespa é considerado um termômetro fundamental para compreender as tendências e dinamismo do mercado acionário brasileiro.
DIRR3 e SMFT3 entram; LWSA3 e AMOB3 saem
Com a aproximação do mês de abril, a B3 se prepara para divulgar a primeira das três prévias da nova composição do Ibovespa, que será válida de maio a agosto de 2025. Essa etapa é acompanhada de perto por investidores e analistas, pois antecipa possíveis mudanças na carteira teórica do principal índice da bolsa brasileira.
De acordo com nosso modelo, a expectativa é de inclusão das ações da Direcional (DIRR3) e da Smart Fit (SMFT3) no índice, enquanto LWSA (LWSA3) e Automob (AMOB3) devem ser excluídas. Essas alterações refletem critérios como volume de negociação e presença em pregões ao longo do período de avaliação.
Também monitoramos a possibilidade de São Martinho (SMTO3) deixar o índice, embora esse anúncio possa ocorrer apenas nas próximas prévias. Entre as duas possíveis inclusões, a maior probabilidade, segundo nossas projeções, está com Direcional (DIRR3), que apresentou desempenho e liquidez mais consistentes nos últimos meses.
As prévias da B3 são divulgadas com espaçamento quinzenal e servem como referência para ajustes por parte dos gestores e investidores institucionais que acompanham de perto a composição do Ibovespa.
Critérios de Inclusão
Segundo a Metodologia do Índice Bovespa (Ibovespa), divulgada pela B3, a seleção dos ativos que compõem o índice segue critérios técnicos que devem ser cumpridos cumulativamente. Esses critérios buscam garantir que o Ibovespa represente fielmente os ativos mais líquidos e relevantes do mercado brasileiro.
São selecionados para compor o índice os ativos que atendam às seguintes condições:
- Estar entre os ativos elegíveis que, em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade (IN), representem em conjunto 85% do total desses indicadores, considerando o período de vigência das três carteiras anteriores.
- Ter presença em pregão de no mínimo 95% ao longo das três carteiras anteriores. Isso significa que o ativo deve ter sido negociado em praticamente todos os pregões do período analisado.
- Apresentar participação em termos de volume financeiro igual ou superior a 0,1% no mercado à vista (lote padrão), durante o mesmo período de referência.
- Não ser classificado como Penny Stock, ou seja, não possuir valor de negociação sistematicamente muito baixo, o que comprometeria sua liquidez e representatividade no índice.
Critérios de Exclusão
Um ativo poderá ser excluído da composição do Ibovespa caso atenda a qualquer uma das seguintes condições:
- Deixe de atender a dois dos critérios de inclusão estabelecidos.
- Esteja classificado acima dos 90% do total, em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade (IN), considerando o período de vigência das três carteiras anteriores.
- Seja classificado como Penny Stock.
- Durante a vigência da carteira, passe a ser listado em situação especial.
Essas regras visam preservar a representatividade, liquidez e qualidade dos ativos que compõem o Ibovespa, garantindo que o índice reflita de forma eficiente o desempenho do mercado acionário brasileiro.
Participação no Índice
Se as previsões se confirmarem, o Ibovespa passará a contar com 87 empresas em sua composição a partir da próxima carteira. A projeção considera as atualizações esperadas com base na metodologia do índice e no desempenho recente das ações mais negociadas na B3.
Entre os destaques positivos estão Weg (WEGE3), SmartFit (SMFT3), Direcional (DIRR3), Klabin (KLBN11) e Vale (VALE3), que devem apresentar os maiores aumentos de participação no índice.
Por outro lado, empresas como Itaú (ITUB4), B3 (B3SA3), Hypera (HYPE3), Petrobras ON e Eletrobras (ELET3) devem ter redução em suas participações na nova configuração do Ibovespa. Essa diminuição pode estar relacionada à performance recente, volume negociado ou mudanças na liquidez desses ativos.
As alterações projetadas demonstram como a dinâmica de mercado impacta diretamente a composição do principal índice da bolsa brasileira, influenciando tanto investidores passivos quanto estratégias ativas de alocação.
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Relevância nas mudanças da Carteira Teórica do Ibovespa
Acompanhar as mudanças nas carteiras teóricas dos índices é essencial para o investidor, especialmente diante da influência da indústria de fundos passivos. Esses fundos, que buscam replicar a composição dos índices, podem impactar significativamente a precificação das ações, sobretudo daquelas com menor liquidez no mercado.
O Ibovespa, principal índice da B3, é formado por empresas com grande volume de negociação. No entanto, a simples expectativa de que uma ação entre para o índice pode gerar pressão positiva sobre seu preço, independentemente de seus fundamentos estarem deteriorados. Isso ocorre porque os fundos passivos precisam incorporar o ativo em suas carteiras assim que ele passa a compor o índice.
Diante desse fenômeno, nosso time realizou um estudo para entender como essas mudanças influenciam o comportamento dos preços e se podem gerar oportunidades de curto prazo. A seguir, apresentamos nossas conclusões e os principais insights sobre esse efeito de entrada e saída de ações nos índices.