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Publicado em 19 de Outubro às 22:05:32

Ibovespa: Para onde vai a bolsa até o final do ano e o que esperar?

Realmente a situação não está fácil para investimentos em renda variável aqui no Brasil. Cenário externo complexo e forte deterioração na percepção do risco fiscal já fazem do Ibovespa um dos piores índices globais em desempenho. Mas será que não existe nenhuma luz no fim do túnel? A resposta pode vir do efeito calendário ou sazonalidade de final de natal, também conhecida como Rally de Natal.

Desde julho deste ano, o Ibovespa vem sofrendo forte pressão dos mais diversos temas. O mais “antigo” deles e principal fator que justifica o movimento de queda, está relacionado ao compromisso fiscal atrelada ao orçamento para 2022 dentro do teto dos gastos. Incluído na Constituição em dezembro de 2016, durante o governo Michel Temer (MDB), o teto está em vigor desde 2017 e deve ou deveria durar por 20 anos. Assim, as despesas e investimentos públicos ficaram limitadas aos mesmos valores gastos no ano anterior, corrigidos pela inflação medida pelo (IPCA).

Sem respeitar o teto de gastos, o risco ou prêmio Brasil aumenta e se esse risco aumenta acaba sendo precificado no que o mercado chama de “curva de juros”, que nada mais é do que os vencimentos futuros negociados na bolsa e que representam as expectativas do mercado sobre qual será a taxa de juros (Selic) no futuro. Quanto maior a incerteza, mais imprevisível o cenário e maior é o prêmio exigido para se investir em ações.

Outro tema que segue no radar está relacionada ao crescimento econômico da China, que está em fase de mudança da sua matriz econômica, com o objetivo de ser menos dependente do setor imobiliário e dos seus parceiros comerciais. Lembramos que China é o principal parceiro comercial do Brasil e isso poderia pressionar bastante as expectativas de crescimento do nosso país, ainda muito dependente da exportação de commodities.

Não podemos deixar de falar sobre a crise energética que assombra China e Europa (regiões que passam por uma mudança na matriz energética), gerando processos inflacionários de commodities ligadas à energia (Petróleo, carvão e gás natural) que por sua vez aumentam os custos dos produtores e por fim podem diminuir às margens de lucros das empresas. Temos também os principais bancos centrais globais discutindo retirada de estímulos e subida de juros em países desenvolvidos.

Ou seja, não poderia existir tempestade tão perfeita e que gerasse tanto impacto de uma vez só para as ações negociadas aqui no Brasil.

Mas nem tudo está perdido!

Do lado positivo, gostaríamos de compartilhar com vocês alguns fatores que poderiam amenizar esse cenário complexo, servindo com um “amortecedor” ou quem sabe gatilho para uma melhora na precificação da nossa bolsa.

Investidor Estrangeiro: Em outubro, até o dia 15/10, o saldo é positivo e acumulado em R$ 10,5 bilhões. No ano, o valor supera os R$ 52 bilhões.

Temporada de Balanços: Pressionado pela narrativa macroeconômica, uma surpresa positiva vinda da temporada de balanços que se iniciará em breve poderá trazer maior racionalidade ao mercado, permitindo uma precificação “mais justa” sobre as empresas que realmente estão sendo impactadas pelo cenário atual. É o que irá permitir separar o joio do trigo.

Sazonalidade: Sim! Historicamente falando o melhor desempenho com menor volatilidade para a bolsa brasileira (desde 2000) ocorre no último trimestre, veja a seguir:

Qual estratégia seguir?

Dada a dificuldade e complexidade do cenário atual o investidor tem duas opções: fazer suas “apostas” dentro desse cenário complexo e ser premiado lá na frente, afinal diversas empresas e setores seguem com preços atrativos, ou optar por esperar essa turbulência passar, fazendo uma alocação com maior diversificação geográfica e investimentos dolarizados (ETFs e BDRs por exemplo). Em troca, pagaria “mais caro” por um cenário de maior previsibilidade. Não existe certo ou errado, portanto, cabe a cada investidor, investidora no entendimento dos seus objetivos e perfil de risco adotar a estratégia que se sente mais confortável para a sua carteira de investimentos.

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