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Publicado em 04 de Maio às 10:02:37

Melhores e piores investimentos de abril em renda variável

Ifix (1,19%)

No mês de abril, o Ifix fechou em alta de +1,19%, apesar do cenário local conturbado, que gerou forte queda dos preços dos ativos financeiros. Observando mais atentamente o mercado de fundos imobiliários, podemos inferir que a leve recuperação no preço dos ativos se deve à melhora dos indicadores operacionais. No segmento de lajes corporativas, dados da Buildings tem mostrado melhora consistente na absorção líquida tri a tri. No setor de shoppings, as administradoras esperam crescimento nas vendas e no NOI, em comparação ao ano de 2019. Já no mercado logístico, ainda vemos uma alta demanda por espaços, reduzindo a vacância e aumentado o preço de locação. Apesar da melhora nos dados do mercado, permanecemos cautelosos e sem vislumbrar gatilhos de valorização até o final deste trimestre. Nossos motivos para isso são: i) incerteza política, ii) juros ainda em ciclo de alta e iii. aumento da aversão ao risco devido a conflitos globais.

Ouro (-1,5%)

Ainda dentro do contexto de grandes apreensões frente à guerra na Ucrânia, o ouro começou o mês de abril nos $1925,68 e terminou nos $1896,93, uma queda no mês de -1,49%.

Com as perspectivas de aumento dos juros pelo FED para controlar os altos níveis inflacionários nos EUA, a perspectiva para o ouro se torna mais negativa. Sendo uma reserva de valor, é um metal que se torna demandado pela sua liquidez e escassez em épocas de crises ou de grandes incertezas.

O fortalecimento do dólar nos últimos dias vem pressionando os preços de ouro, ao mesmo tempo que os dados de atividade econômica em manufatura da China indicaram uma contração (em virtude dos lockdowns e temores sobre o Covid), puxando para baixo os preços dos metais de modo geral.

Dólar (-3,8%)

A volatilidade dominou comportamento do câmbio em abril!

Após ter se valorizado mais de 15% entre janeiro e março de 2022, o comportamento do Real no mês de abril foi caracterizado por forte volatilidade. A tendência à valorização persistiu durante os primeiros vinte dias do mês, quando o Real se valorizou 2,1% frente ao Dólar, reverteu a trajetória de valorização entre 21/04 e 27/04, desvalorizando 8,1% neste curto período e fechou o mês com desvalorização de 3,8%.

Três fatores foram determinantes para este comportamento. Internamente, a crise entre o Executivo e o Judiciário em torno da condenação e do indulto do Deputado Daniel Silveira, que deixou o país próximo de uma grave crise institucional, gerou aumento do prêmio de risco e reversão do fluxo de capitais para o país. No cenário internacional, os sinais de aumento da taxa de inflação na economia mundial e a avaliação de que o Federal Reserve, o banco central americano, deverá acelerar o aumento da taxa de juros em suas próximas reuniões, gerou valorização do Dólar no mercado internacional.

Finalmente, desaceleração da China devido ao agravamento da pandemia. Ao longo do mês de abril, todos os indicadores antecedentes de atividade, os PMIs, caíram abaixo do nível de 50 pontos, indicando retração da atividade no futuro. Uma desaceleração da economia chinesa poderia gerar queda dos preços das commodities e redução dos superávits na balança comercial e déficits maiores que o esperado nas transações correntes no Brasil.

S&P 500 (-8,8%)

No último mês, o S&P 500 apresentou a maior queda mensal desde março de 2020 (-8,8%). Todos os setores do índice, com exceção de bens de consumo, registraram performance negativa. O mês foi marcado pela indicação de maior aperto monetário pelo Federal Reserve, inflação persistente, lockdown prolongado na China e a continuação da guerra na Ucrânia.

Segundo a FactSet, cerca de 80% das empresas do S&P 500 que divulgaram resultados até agora superaram as expectativas de lucros trimestrais. No entanto, estes resultados positivos estão sendo ofuscados pelas preocupações listadas acima.

Dentre as maiores altas destacamos o Twitter (+20,5%), que durante o mês anunciou que será comprado pelo CEO da Tesla, Elon Musk, e a Kimberly-Clark (+11,9%), que divulgou resultados acima do esperado e anunciou aumento de dividendos pelo 50º ano consecutivo (de US$ 1,16 por ação a ser pago no dia 5 de julho).

Dentre as maiores quedas destacamos a Netflix (-51,4%) e a Amazon.com (-26,6%) – ambas apresentaram queda após a divulgação de resultados. A Netflix perdeu mais de US$ 50 bilhões em valor de mercado e a Amazon apresentou a maior queda diária desde 2006 (-14%).

Ibovespa (-10,1%)

Ibovespa recuou mais de 10% no mês de abril influenciado pelo cenário global de inflação persistente pelo mundo e sinalizações de forte aperto monetário, principalmente pelo banco central norte-americano. Receios sobre o desempenho da economia global diante do corte para projeções de crescimento da atividade econômica também impactaram.

Outro fator importante para esse contexto negativo, foram os lockdowns na China por conta da Covid-19 e que estão trazendo impacto à cadeia logística e diminuindo as expectativas sobre o crescimento do PIB chinês em 2022 e por consequência impactando as expectativas sobre demanda das commodities. As principais contribuições de alta foram relacionadas a empresas conservadoras (setor elétrico) e ligadas ao petróleo. Por outro lado, varejistas e techs brasileiras apareceram entre as maiores baixas influenciadas pelo desempenho negativo do mercado nos Estados Unidos.

Bitcoin (-13,27%)

Em abril, o Bitcoin caiu 17,32% em dólar e 13,27% em real. A queda foi resultado da continuidade da piora do cenário macroeconômico, visto a perspectiva de aumento de juros pelo FED (Banco Central Americano). A alta dos juros diminui o apetite a risco de ativos de maior risco, como ações e criptomoedas.
Por mais que o Bitcoin tenha caído de forma relevante, as altcoins tiveram um desempenho ainda pior. Grandes nomes como o Ethereum e a Solana tiveram quedas de 19,33% e 35,61% em dólar, respectivamente. Já esperávamos uma melhor performance comparativa do Bitcoin, conforme destacamos no relatório disponível no link. Com cenário adverso para as criptos, as moedas mais voláteis tendiam ter maiores quedas.
O mercado cripto segue pessimista. O indicador Fear & Greed classifica o sentimento do mercado em uma escala de 0 a 100. Quanto menor o índice, maior o pessimismo. Quanto maior, maior a “ganância”. Em abril, a mediana do índice foi de 27 pontos, sinalizando um sentimento negativo.
Seguimos com a avaliação de que 2022 será um ano difícil para o Bitcoin, dada a continuidade de um cenário macro desfavorável. Os dados on-chain também vem sinalizando uma menor utilização da rede com menos transações sendo realizadas. Os volumes transacionados nas Exchanges estão caindo 6% m/m, além de uma queda de 4% m/m no número de carteiras ativas.

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