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Publicado em 06 de Junho às 17:44:42

Melhores e piores investimentos de maio em renda variável

Ibovespa (+3,22%)

Ibovespa registrou alta no mês de maio de +3,22%. Movimento de recuperação ocorreu depois que no mês passado, a bolsa havia anotado uma queda de 10,1%, no pior mês desde março de 2020. Investidores seguem monitorando situação econômico global, que vem indicando enfraquecimento e inflação ainda persistente. As declarações dos membros do banco central norte-americano vêm trazendo impacto aos mercados que seguem se ajustando diante das expectativas do plano de voo do Fed. Notícias positivas sobre a situação econômica na China acabaram impulsionando as ações brasileiras no final do mês. Ao contrário do observado mercado americanos e europeus, nossa bolsa apresentou bastante resiliência com ajuda das empresas exportadoras.

S&P 500 (+0,33%)

No mês de maio, o Dow Jones e o S&P 500 apresentaram performance perto de zero (0,18% e 0,33%, respectivamente), depois que o rali da semana passada eliminou a sequência de perdas para os índices. O Nasdaq teve desempenho inferior, apresentando queda de 1,53%. O S&P 500 entrou brevemente no território de bear market, uma vez que caiu 20% em relação ao recorde intradiário do dia 4 de janeiro. Já o Nasdaq encontra-se em bear market, com queda de 25,5% em relação ao recorde histórico.

Além disso, o mês foi marcado pela reunião do Federal Reserve, que aumentou a taxa de juros em meio ponto percentual – o maior aumento desde 2000.

Dentre as maiores altas destaque para: Albemarle (+35,1%): a maior produtora mundial de lítio elevou a sua projeção de vendas duas vezes durante o mês (espera entre US$ 5,8 – US$ 6,2 bilhões este ano, acima da estimativa anterior de US$ 5,2 – US$ 5,6 bilhões). A demanda por veículos elétricos elevou os preços dos principais metais. O lítio é visto como uma preocupação em particular porque não há substituto deste para as baterias de veículos elétricos.
Empresas de energia como a Devon Energy (+28,8%) e a NRG Energy (+28,2%), que continuaram a sustentar a alta do setor.

Dentre as maiores quedas destaque para: Under Armour (-31,6%): divulgação de resultado trimestral mostrou que a empresa está enfrentando problemas na cadeia de suprimentos e paralisações na produção relacionadas à pandemia na China. Além disso, o CEO da companhia anunciou que está deixando o cargo. Target (-28,9%): maior queda desde o crash de 1987 (Black Monday) à medida o CEO da companhia afirmou que a inflação reduzirá a margem operacional da empresa (aumento de despesas com frete e combustível).

Ifix (0,23%)

O Ifix fechou o mês com alta de +0,23%. Maio foi marcado pela resolução do imbróglio entre a CVM e o fundo imobiliário MXRF11: no dia 17/05/2022, foi publicada a ata da reunião do colegiado, em que foi reconsiderada a decisão publicada no dia 25/01/2022, reconhecendo a regularidade da distribuição do lucro caixa excedente via dividendos, e não via amortização. Dessa forma, foi removida a incerteza que tínhamos a respeito da distribuição de resultados pelos FIIs, melhorando a perspectiva, principalmente, para o segmento de fundo de fundos, que é o setor onde há maior prejuízo acumulado.
A resolução do imbróglio trouxe otimismo ao mercado fazendo com que o Ifix revertesse a queda de -1,51% e fechasse o mês de maio com alta de +0,23%. Apesar da resolução da CVM, permanecemos cautelosos e sem vislumbrar gatilhos de valorização pelos próximos meses, devido a: i. proximidade das eleições; ii. juros ainda em ciclo de alta; e iii. continuidade de conflitos globais.

Ouro (-1,5%)

Ainda dentro do contexto de grandes apreensões frente à guerra na Ucrânia, o ouro começou o mês de abril nos $1925,68 e terminou nos $1896,93, uma queda no mês de -1,49%.

Com as perspectivas de aumento dos juros pelo FED para controlar os altos níveis inflacionários nos EUA, a perspectiva para o ouro se torna mais negativa. Sendo uma reserva de valor, é um metal que se torna demandado pela sua liquidez e escassez em épocas de crises ou de grandes incertezas.

O fortalecimento do dólar nos últimos dias vem pressionando os preços de ouro, ao mesmo tempo que os dados de atividade econômica em manufatura da China indicaram uma contração (em virtude dos lockdowns e temores sobre o Covid), puxando para baixo os preços dos metais de modo geral.

Dólar (-4,8%)

Tendência à valorização do Real continuou no mês de maio

A tendência à valorização do Real frente ao Dólar persistiu durante o mês de maio. No início do mês, a reação ao lockdown e às restrições à mobilidade urbana em Xangai e em Pequim, além de mais de 30 cidades chinesas, que levaram a uma queda acentuada nos indicadores antecedentes de atividade do país (PMIs), que atingiram níveis próximos a 35 pontos (abaixo de 50 pt sinaliza desaceleração da economia no futuro), fez com que o Real mostrasse tendência à desvalorização. Entretanto, com os sinais de afrouxamento das restrições na China, a tendência à valorização da moeda brasileira frente ao Dólar voltou a dominar o cenário.

Após ter iniciado o mês ao nível de R$ 5,08/US$ 1,00, o Real atingiu R$ 5,16/US$ 1,00 no final da primeira semana de maio, uma desvalorização de 1,6% em uma semana. A partir daí, com o relaxamento do lockdown e das restrições em Xangai e Pequim, o Real voltou a uma trajetória de valorização, tendo fechado o mês de maio ao nível de R$ 4,73/US$ 1,00, uma valorização de 4,84% em relação à cotação da moeda no último dia de abril e 8,33% em relação ao nível mais desvalorizado da moeda no mês de maio.

Bitcoin (-15,84%)

Em maio, o Bitcoin caiu 15,84% em dólar e 20,31% em real. A queda se acentuou m/m devido ao cenário macroeconômico. No último mês, o mercado de cripto atingiu a maior correlação com o mercado tradicional da história, fazendo com que o Bitcoin tivesse uma movimentação de queda semelhança à Nasdaq.
O FED (Banco Central Americano) permanece com previsões de alta nas taxas de juros como forma de controle para a inflação americana, que atingiu o maior valor nos últimos 40 anos. A alta dos juros diminui o apetite a risco de ativos de maior risco, como ações e criptomoedas.

O Ethereum acumulou 30% de queda em dólar, em maio. Notícias sobre uma importante atualização da rede trouxeram à tona a possibilidade dessa atualização acontecer ainda em 2022. Essa atualização, em meio a um mercado fragilizado por fatores externos, fez com que o receio dos investidores aumentasse. Muitos investidores optaram por não estarem expostos ao Ether com medo de falha de execução da atualização. Entretanto, caso essa implementação seja bem-sucedida, pode ser tornar uma grande destrava de valor ao Ether.

Para entender tudo sobre a atualização da Ethereum, acesse nosso relatório no link.

O mercado de criptoativos perdeu cerca de US$ 380 milhões de capitalização, representando uma variação negativa de 22,78%, demonstrando continuidade no sentimento pessimista. O indicador Fear & Greed classifica o sentimento do mercado em uma escala de 0 a 100. Quanto menor o índice, maior o pessimismo. Quanto maior, maior a “ganância”. Em maio, o índice se manteve abaixo dos 20 pontos, indicando “medo extremo” por 3 semanas consecutivas.

Seguimos com a avaliação de que 2022 será um ano difícil para o Bitcoin e criptos de uma forma geral, dada a continuidade de um cenário macro desfavorável.

Acesse o disclaimer.

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